domingo, 13 de maio de 2012

A importância do batizado na Umbanda - por Mãe Mônica Caraccio

É muito comum médiuns umbandistas serem batizados sem nenhum tipo de consciência sobre o que significa esse sacramento. Pais e Mães espirituais simplesmente batizam seus filhos sem ao menos perguntarem se é isso mesmo que eles desejam, sem ao menos prepararem ou explicarem o que significa esse ritual, assim como é comum vermos médiuns trabalhando há anos em seus terreiros com várias confirmações, mas sem terem sido batizados ou convertidos para a Umbanda, religião que comunga, ama e pela qual se dedica. Nessas duas situações percebo a falta de atenção desses Pais e Mães espirituais que, talvez por falta de conhecimento ou por falta de tempo, deixam de lado esse importantíssimo e fundamental ritual para qualquer Ser, independente de religião. Aliás, o Batismo é o mais importante sacramento para qualquer religião, e isso é tão claro que percebemos com facilidade o quanto as religiões de forma geral incentivam, divulgam e trabalham em prol do batismo entre sua comunidade e seus fiéis, algumas inclusive chegam a exigir tal sacramento. É fato que existe hoje em dia um movimento de valorização da Umbanda, mas será que as principais regras estão sendo cumpridas? Será que os fundamentos básicos e iniciais estão sendo preparados? Será que o Batismo ou a Conversão Religiosa, sacramentos fundamentais para todo Ser que dão “vida ao Espírito”, estão sendo realizados nos terreiros com total consciência, responsabilidade e beleza? Assunto para se pensar não acham? Tem um ponto muito bonito em nossa Umbanda que diz “a Umbanda tem fundamento é preciso preparar…”, portanto é preciso trabalhar, estudar, organizar, estruturar e REALIZAR A UMBANDA. É preciso transmitir a Graça Divina, satisfazer as necessidades, nutrir de fé e de Sagrado cada fase da vida, evitando assim que os médiuns umbandistas procurem outras religiões para realizarem determinados ritos e sacramentos. É preciso realizar belíssimos batismos, emocionantes conversões, maravilhosos casamentos, grandiosos rituais de amaci tudo com muito AXÉ, FUNDAMENTO e AMOR. É fazer com que esses sacramentos se tornem inesquecíveis a qualquer um, seja para os convidados, para o médium, para o Terreiro, para os Pais de Santo e claro, para toda espiritualidade que engrandece, vibra e agradece ao término de cada ritual. E para que esse assunto não fique só na ‘boa vontade’, coloco um pouco dos fundamentos básicos que envolvem o Ritual de Batismo em nossa Umbanda, esclarecendo que cada Terreiro acrescentará suas particularidades ao ritual, o que não tem nada de errado, mesmo porque isso acontece de acordo com a Linha e o Orixá que comanda esse Terreiro. BATISMO É um rito de passagem, feito principalmente com água sobre o iniciado através da imersão, efusão (derramamento) ou aspersão (borrifo). Segundo o Dicionário Aurélio, o termo batismo vem do grego, baptismós, que significa mergulhar, em latim, baptismu. É um sacramento religioso onde através da imersão, da ablução (lavagem) ou simplesmente da aspersão (borrifo) de água significa um renascer espiritual. A origem deste sacramento é tão antiga quanto a humanidade. Cada povo, de uma forma ou de outra, sempre teve seu ritual iniciático. Na Igreja Católica, por exemplo, o Batismo liberta do pecado original e regenera o Ser tornando-o membro de Cristo. Portanto, após o Batismo aquele membro incorpora a Igreja e é feito participante dela. O BATISMO NA UMBANDA É realizado para revestir o espírito e o mental do Ser com uma aura protetora semelhante a proteção divina que o espírito recebe ao reencarnar. É a “entrada” do espírito na dimensão religiosa da Umbanda, é quando o médium se torna Filho de Olorum e seguidor de Pai Oxalá, passando a fazer parte de seu “exército branco”. Ele é o primeiro e o mais importante Sacramento, pois é a porta de entrada para o recebimento das bênçãos divinas e dos demais sacramentos. Pelo batismo, a pessoa é incorporada à Umbanda, passando a ter os direitos e deveres próprios da religião. É um cerimonial litúrgico poético, santificado e participativo da vida divina onde preces, toques, cantos e atos litúrgicos específicos compõem a linguagem expressiva e encantadora de nossa religião. O ritual pode ser praticado dentro do próprio terreiro, como também na cachoeira, local de vibração pura de Mãe Oxum, mãe e protetora de todos os filhos de Umbanda e Senhora das Águas Doces. Pode-se também, por orientação do Chefe da Casa, ser realizado na praia, consagrando assim, os filhos a Iemanjá. No entanto é indispensável a água da cachoeira que tem o poder de limpar, purificar e alimentar nosso espírito e quando jogada ou aspergida na coroa, chacra coronário, faz a purificação desse chacra e ativa-o promovendo uma unificação com as forças espirituais superiores além de fortalecer, equilibrar e alimentar nossa alma com vibrações puras e harmoniosas. Há ainda o cruzamento com a pemba, ato sagrado que coloca o Ser sob a ação da Lei de Pemba da Umbanda, lei que sustenta e conduz nosso espírito. Com esse ato também se cruzam os chacras, vórtices captadores e irradiadores de energia, fechando-os às energias negativas e ligando-os à supremacia espiritual, ativando-os assim à entrada de energias positivas e benéficas. A banha de ori que é colocada no centro do chacra coronário, coroa, tem o poder de fazer a ligação com o Astral Superior formando um canal Divino que auxiliará o médium em qualquer momento, precisando somente, que ele eleve seus pensamentos para ter o auxilio necessário. A banha de ori é também chamada de limo da costa e é uma substância gordurosa extraída da glândula supra-renal do carneiro, também existe a banha de ori vegetal que é extraída do fruto de Karité, árvore encontrada somente na África e seus frutos guardam poderes místicos. A vela batismal que é acessa simboliza a luz, o ‘espírito vivo’, que deve ser entregue ao batizando para que se lembre da luz que o acolheu e que sempre o acolherá. Na Umbanda ainda, mais que padrinhos encarnados, contamos com o amparo dos Guias Espirituais e/ou Orixás que se manifestam na hora da consagração adquirindo a guarda desse médium. Momento mágico e divino que exprime a verdadeira realidade do amor, da bondade e da benevolência, superando qualquer sentimento. Escrito por Mãe Mônica Caraccio

sábado, 12 de maio de 2012

As mães deveriam ser eternas - por Douglas Fersan

Lembro que um dia eu caí. Ralei o joelho apenas, mas na minha fragilidade de criança aquilo doeu tanto, mas tanto e tanto. Mas hoje entendo que doeu mais na alma, pois qualquer ferida sentida na carne imediatamente aciona aquele mecanismo de defesa que todos temos e imediatamente clama por socorro. Com o joelho ralado e as lágrimas escorrendo pelo rosto caminhei até minha casa, que não ficava longe dali. Duzentos, trezentos metros talvez, mas pareceu tão distante e o tempo foi uma eternidade. Eu não reclamei, não precisava. Meus olhos marejados diziam tudo e aquele rosto doce e inesquecível imediatamente compreendeu. Aliás, aquele rosto, aqueles olhos, aquela feição sempre compreendia – acho que até com antecedência – todas as minhas dores e anseios. E naquele dia não foi diferente. Com carinho me colocou sobre uma cadeira e com as mãos calejadas de tanto costurar (pois a vida não era fácil e exigia dela verdadeiros sacrifícios, que na época eu nem compreendia, mas hoje sei que eram imensos) passou um algodão com remédio no ferimento do meu joelho. Ardeu um pouco, mas suas sempre sábias palavras me lembraram que “o que arde cura”. E realmente curou, pois a ferida doía mais na alma, que queria o seu carinho, o machucado no joelho era um detalhe, o que realmente interessava era o carinho que eu sabia que certamente receberia. Às vezes até valia a pena ralar o joelho, só para ganhar o seu colo. E assim ela fez centenas ou milhares de vezes, inclusive em momentos em que eu não era mais uma criança, mas que ainda me sentia tão dependente e carente de suas palavras, de seu afago, de seu socorro, de suas mãos calejadas curando minhas feridas. Caí tantas e tantas vezes que perdi a conta. Mas também foram incontáveis as vezes em que suas mãos aparentemente frágeis, magras e ainda calejadas me ergueram do chão. Mais incontáveis ainda foram as demonstrações de que sempre estaria ali, pronta a erguer toneladas de rochas com seus bracinhos esquálidos, para me tirar dos escombros que a vida impunha. Tantas vezes não compreendi suas palavras e seus ensinamentos, mas sempre – algumas vezes um pouco tardiamente – percebi que estava enganado e que ela sempre tinha razão. Quando ela dizia “leve o guarda-chuva”, podia o sol estar escaldando o asfalto, que certamente iria chover. Ela sempre sabia o que dizia. E eu, como todo jovem afoito, nem sempre compreendia. A vida nos possibilitou muitas coisas, entre elas, fortalecer a cada dia os laços de amizade, admiração, respeito e companheirismo. Eu ainda era jovem, porém não era mais tão afoito e os diversos tombos que levei me ensinaram a entender que ela estava sempre certa. Assim o tempo foi passando e meu amor e minha admiração só foi crescendo. Um dia foi ela quem caiu. Como era possível aquele ser, embora pequeno em tamanho, mas gigantesco em força, conhecimento e moral tombar daquele jeito? Gigantes não caem, gigantes não tombam, gigantes não adoecem... pelo menos sempre pensei assim, ou melhor, sempre me esforcei para acreditar que isso jamais aconteceria. Mas o tempo todo eu sabia que estava mentindo para mim mesmo e que gigantes caem sim, e que nós, meras formiguinhas nos vemos obrigados a dobrar, triplicar de tamanho e força para acudir aquela que até pouco tempo atrás nos acudia. Olorum, só ele sabe de onde vieram as forças, mas cuidei da minha giganta enferma até o dia em que os seres de luz entenderam que tanto ela como eu estávamos prontos para nos separar. E assim o fizeram. Como é maravilhosa a natureza divina. Naquele momento descobri em mim um gigante, que até então estivera adormecido. O Universo me deu forças para que eu encerrasse a passagem da minha giganta com a dignidade que ela merecia. Após jogar a última pá de terra, encerrando aquele ciclo, voltei para casa e chorei. A dor era imensamente maior que a do joelho machucado. Acho que nem um membro amputado doeria tanto. Chorei, chorei e chorei, sem ter ninguém que me dissesse que “o que arde cura” ou mesmo quem me passasse um remedinho que aliviasse a dor. O tempo não curou a dor, mas ensinou que ela era necessária para que aprendesse a andar mesmo com os joelhos ralados. Serviu para mostrar que mesmo que as pernas doessem eu as tinha para caminhar e serviu também mostrar que aqueles conselhos aos quais eu nem sempre dava o devido valor eram a fonte de sabedoria que deveria inspirar minha vida. Era como se Deus falasse pela boca daquele ser tão doce e frágil, mas que ao mesmo tempo era colossal como uma montanha, que norteou e alicerçou minha vida. Aprendi que eu também tenho joelhos a curar. Hoje, apesar do tempo passado, sei que a minha giganta me observa das esferas superiores e seus conselhos ainda retumbam em minha memória e mesmo não estando presente na matéria, suas mãos calejadas ainda manipulam os remédios que aliviam minha dor quando meus joelhos fracos se dobram ao chão. Dedico esse pequeno texto a todas as mães – presentes e ausentes – mas também aos filhos que não têm mais o privilégio de abraçá-las, mas que certamente não estão desamparados por esses anjos que Olorum colocou em nossas vidas. Douglas Fersan

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A voz do silêncio - por Vovó Benta

O atendimento da noite agora se encerrava naquele terreiro de Umbanda. Alguns dos pretos velhos que haviam trabalhado se desligavam de seus aparelhos, não sem antes equilibrá-los com energias edificantes e benfazejas. Um dos médiuns, após praticamente "despachar" seu protetor, apressou-se em ajoelhar-se aos pés da preta velha que ainda permanecia incorporada, para solicitar aconselhamento. O bondoso espírito acolheu amorosamente suas lamentações como o fez com todos os outros que haviam passado por ela naquela noite. Ouviu tudo fumegando seu cachimbo, porém nada falou. Saravou aquele filho, agradecendo-o pela caridade que havia prestado e assim se despediu, largando seu aparelho. O médium por sua vez, desajeitadamente se retirou, sem conseguir entender o silêncio da Preta Velha. Um misto de rejeição e indignação passou a povoar seus sentimentos, e pensou: - "Então é assim! Eu fico fazendo caridade por horas a fio e quando solicito ajuda, o que recebo?" Enquanto a corrente mediúnica realizava as preces de encerramento da sessão, ele sentiu uma inexplicável sonolência que o obrigou a dirigir-se diretamente para casa, ignorando o programa prévio de sair com os amigos para mais uma noitada de lazer em bares da cidade. Mal adormeceu, em corpo astral, através do desdobramento, percebeu estar ajoelhado sobre folhas verdes e cheirosas num ambiente simples, cujas paredes eram feitas de bambu, o teto de folhas de coqueiro e o chão de terra batida. Algumas tochas iluminavam o local, e havia uma cantiga no ar que ele bem conhecia. Sentindo a presença de alguém, virou-se e o viu sentado em seu tosco banco com aquele sorriso matreiro e cachimbo no canto da boca. Sua roupa, bem como seus cabelos brancos, contrastava com a pele negra. Os pés descalços e calejados. No pescoço um rosário cujas contas eram pura luz. Sim, era ele, Pai Benedito, seu protetor. - “Saravá zin fio!” Falou a Entidade de Luz! - “Saravá meu Pai!” Respondeu ele. - “Pai Benedito chamou o filho até sua tenda para poder explicar tudo aquilo que você não conseguiu entender com a orientação da mana lá no terreiro da terra.” Explicou seu protetor. - “Meu Pai, ela nada falou...” Reclamou ele. - “E suncê se magoou, não foi?” Perguntou seu Protetor. - “É... não compreendi...” Respondeu tristemente. A maravilhosa Entidade então, explicou: - “Por isso Pai Benedito o trouxe até aqui e vai explicar. Os filhos da terra ainda não conseguem compreender a mensagem do silêncio devido às suas mentes aceleradas pelo imediatismo, pela falta de concentração e pelo vício de "receitas prontas". A mana que nada disse ao filho, agiu assim justamente para incentivar a sua busca das respostas. Queria que o filho, instigado pela falta do aconselhamento a que vinha se acostumando, pudesse parar e pensar. Pensar em todos os conselhos que seu protetor, através de seu aparelho, havia passado para as pessoas que atendera lá no terreiro há momentos atrás. O silêncio da preta velha, quis dizer ao filho que o primeiro e maior beneficiado da abençoada tarefa mediúnica é o próprio mediador. A sua característica de médium consciente permite que receba e transmita os nossos pensamentos e os bons fluídos dos quais se torna canal. Para que o intercâmbio "médium-espírito" aconteça, pela Bondade Divina, o corpo astral do mediador é previamente preparado antes de reencarnar através da "sensibilização fluido-mediúnico" de seus centros de forças para que assim se dê a afinização com seus protetores. Durante toda a vida encarnada, é ainda alertado e amparado para que possa exercer o mandato dentro do programado. No entanto, existe um carma envolvendo tudo isso, e o fato dos filhos prestarem a caridade não os isenta dos entrechoques a que estão sujeitos na matéria, que nada mais são do que ensinamentos necessários do certo e do errado. Respeitando as escolhas feitas, esses protetores tantas vezes perdem seus pupilos para os descaminhos da vida, mesmo e apesar de todo esforço, e então lhes resta aguardar que o relógio do tempo os traga de volta pela mão da dor. Pai Benedito não se entristece, se o filho por vezes o dispensa, ou não entende suas mensagens. Nem mesmo quando o filho desfaz as energias recebidas após o trabalho de caridade através da busca de prazeres ilusórios e momentâneos. Apenas ajoelha diante do Congá, que no plano astral fica sempre iluminado pelas velas da caridade prestada nas poucas horas em que a corrente de médiuns se reúne na terra, e implora ao Pai Oxalá a sua compreensão para todos os espíritos que ainda teimam em permanecer colados às suas mazelas no plano terreno. Por isso filho, estando aqui em frente a este espírito que tanto o ama e cuja ligação perde-se no tempo, peço que desabafe suas dores, que tire as dúvidas que angustiam seu coração.” Agora o silêncio era todo seu. Apenas as grossas lágrimas que desciam de sua face falavam de sua pouca fé, de seu descrédito até então, da própria mediunidade. De seus momentos de incertezas quanto a estar servindo realmente de canal para Pai Benedito, de seus medos em relação ao animismo e da confusão que fazia dele com a mistificação. Mas principalmente de sua vontade de largar tudo pelos prazeres do mundo, afinal era muito jovem ainda para levar uma vida regrada em função da mediunidade. Então a Entidade de Luz continuou: - “Pai Benedito compreende a angústia do filho, mas pede que revise os tantos avisos que recebeu em seus sonhos, nas palestras instrutivas que ouviu lá no terreiro, nos livros que chegaram até suas mãos e nas tantas vezes que a Preta Velha o instruiu, o aconselhou. Onde estão estas informações? Para quem eram dirigidas nossas palavras nos atendimentos, senão para você que as ouvia antes de repassá-las? Nada é proibido aos filhos no estágio da matéria, mas em tudo deverá existir o equilíbrio.“ O silêncio da Preta Velha havia sido traduzido, e agora ele conseguia compreender que fora o melhor, dos tantos conselhos que ouvira dela. Fechando seus olhos, agradeceu a ela mentalmente e quando os abriu, além do cheiro de incenso e da claridade que se instalara naquele ambiente, percebeu que tudo modificara. A humilde tenda agora era um templo iluminado por vitrais coloridos que formavam filetes de luz que se entrecruzavam num quadro de beleza estonteante. No chão, ao centro, em esplendoroso piso vitrificado havia o desenho de uma mandala, que de seu centro irradiava luz dourada. Já não estava mais diante daquele Pai Velho em humildes trajes, pois ele havia se transfigurado num ser de características orientais, de olhar penetrante. Nada pode pronunciar, sua voz embargou. Havia que se fazer o silêncio para que só ele traduzisse a mensagem agora recebida. Naquela manhã acordou muito cedo, tendo plena lembrança de seu "sonho". No ar, ainda o cheiro do incenso. Não fosse a exigência da vida física, ficaria o dia todo calado, saudando o silêncio da Preta Velha. "Que nos ouça, quem tem ouvidos de ouvir". Saravá aos filhos da Terra. Esta mensagem foi recebida espiritualmente pela médium Leni W. Saviscki e foi publicada originalmente no Jornal de Umbanda Sagrada – Número 63 – em Julho de 2005.