segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Umbandista em extinção - por Robson Andreani





UMBANDISTA EM EXTINÇÃO


"Se você, ao entrar em um terreiro, pede licença e saúda os assentamentos e firmezas da casa;
*Se você, ao ficar diante de um Preto Velho se ajoelha e pede sua benção;
*Se você, ao se afastar de um guia ou do altar, sai de costas e permanece de frente para o altar;
*Se Você, ao conversar com uma entidade, se curva e abaixa o olhar em sinal de respeito;
*Se você, ao tomar um passe, agradece de coração a entidade que o atendeu;
*Se você, ao ganhar de um guia um gole de sua bebida, pega sempre o copo com as duas mãos;
*Se você, ao ser convocado para um trabalho difícil, não se envaidece e se prepara com amor;
*Se você, ao ser corrigido por seu Pai/Mãe de santo não se enfurece, mas entende que é para sua evolução;
*Se você, ao encontrar seu Pai/Mãe de santo, toma sua benção, seja onde for;
*Se você, ao cantar determinados pontos de umbanda ainda se emociona como no início;
*Se você, ao perceber um erro de alguém, não critica, mas procura orientar da forma adequada;
*Se você, ao não entender um ensinamento ou doutrina, questiona,pergunta,ao invés de fingir que entendeu;
*Se você, ao ouvir comentários desnecessários dentro do terreiro os ignora e não se envolve;
*Se você, ao faltar ao gira ou em algum trabalho, pede desculpas aos seus guias por sua falta;
*Se você, ao fim de um culto ou trabalho fica feliz e ansioso pelos próximos compromissos;
*Se você, ao invés de priorizar as amizades com irmãos de santo, prioriza a casa que o desenvolve;
*Se você, ao se sentir fraco, busca a ajuda de sua casa ao invés de se afastar dela;
*Se você, ao presenciar algum problema em sua casa, não se omite e toma as devidas providências,mostrando-se atuante;
*Se você, preocupa-se tanto com o seu próprio desenvolvimento quanto com o dos outros;
*Se você, tem respeito e amor verdadeiro por sua casa e entende o quão é difícil em vários momentos mantê-la...

PARABÉNS POR SUA POSTURA, MAS CUIDADO, VOCÊ É UM UMBANDISTA EM EXTINÇÃO..."

Por Robson Andreani


domingo, 22 de janeiro de 2017

No vale da sombra e da morte - por Douglas Fersan



Ainda que eu ande pelo vale das sombras e da morte terei meu guardião a me cuidar.

Essa afirmação refere-se claramente aos nossos guardiões Exus e Pombogiras, ou como são chamados mais comumente, ao povo da esquerda, e certamente pode soar como blasfêmia, já que é uma nítida referência ao Salmo 23:4, bíblico. Trata-se, na realidade de uma questão de interpretação.

Ao contrário do que se propaga (irresponsavelmente) por aí, os nossos guardiões "da esquerda" não são anjos decaídos subordinados aos demônios e suas leis. Os verdadeiros exus trabalham dentro da Lei Divina, sendo responsáveis inclusive pela sua aplicação. Portanto, não são cruéis, são justos, e assim sendo, estarão sempre prontos a cuidar daqueles que procuram caminhar na estrada da retidão.

Nos momentos e nos locais de sombras e escuridão serão eles a nos proteger, desde que sejamos merecedores. Portanto, a analogia com o texto bíblico não se trata de blasfêmia e sim da consciência de que Deus, sendo onipresente, tem seus trabalhadores espalhados em todos os cantos do Universo, inclusive no "vale das sombras e da morte". Ali, os merecedores serão protegidos pela capa e pela lança de exu, pois como trabalhadores do Astral, estarão atentos para que aqueles que se esforçam para cumprir os princípios morais das leis divinas não sejam vítimas dos seres das sombras.

Douglas Fersan

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Quando se brinca com as sombras... - por Douglas Fersan



Quando um médium procura um templo espiritualista (independente de sua denominação) e segue todas as regras e cuidados que seus mentores ensinam, ele se torna um trabalhador da luz, uma ferramenta da Mão Divina para a prática da caridade. Essa seriedade lhe concede a segurança necessária para realizar o seu trabalho espiritual sem medo dos ataques nefastos dos seres das sombras, pois estará sempre formando um escudo moral em torno de si.

Já a prática espiritual irresponsável causa justamente o oposto. Quando se trata a espiritualidade como uma simples aventura, os mentores de luz certamente terão tarefas mais importantes para cuidar do que simplesmente observar brincadeiras tais como a do copo, do compasso, da tábua ouija ou a mistificação que muitos praticam inclusive dentro de casas religiosas.

Portanto, não esqueça: quando você trabalha para a luz, a luz lhe ampara. Quando brinca com as sobras, elas lhe observam.

Douglas Fersan

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Vivemos os problemas do mundo, mas nossa fé nos ampara - Douglas Fersan


O fato de sermos umbandistas não nos torna imunes de nada que acontece no mundo, sejam coisas positivas ou negativas. Estamos todos sujeitos a momentos de alegria e de dissabores, pois o fato de sermos - ou pelo menos devermos ser - espiritualizados não nos livra daquilo que acontece em sociedade, pois o espírito é luz, mas o corpo é do mundo e a sociedade nos influencia diretamente.

Estamos sempre sujeitos a fatos que podem nos causar dissabores, tristezas, traumas, rancores e desgostos. A violência é um problema social crônico e pode sim nos atingir. Manter a fé em Deus, em nossos orixás e guardiões pode nos ajudar a evitar essas situações, mas muitas vezes a densidade negativa que existe sobre o planeta é tão grande que acaba nos atingindo.

Como todo cidadão consciente, devemos - apesar de ser difícil - manter a calma nesses momentos e lembrar que o importante é a nossa existência nesse plano, pois se ainda aqui estamos encarnados, é porque temos muito o que cumprir e aprender ainda. Bens materiais se vão, assim como um dia vieram e podem voltar seja através da justiça ou de nosso trabalho. Mas lembremos sempre de agradecer ao fato de estarmos vivos e seguros após passar pelo trauma de uma violência social.

Nessa semana um filho de nossa casa passou por um momento assim. Felizmente manteve a calma e apesar de ter uma arma apontada para si, saiu ileso. Os bens materiais (automóvel e celular se foram), mas o mais o mais importante é que ele continua inteiro e saudável entre nós.

Talvez os críticos da nossa fé digam: "ora, mas onde estavam os orixás que não os protegeram?"
Os orixás estavam bem ali, fazendo com ele mantivesse a calma e impedindo que o marginal por nervosismo, maldade ou desprezo pela vida humana disparasse o gatilho. Os orixás trabalharam como nunca.

Da mesma forma que Deus estava presente quando tentaram matar o pastor Valdemiro Santiago. Muitos zombaram do fato dizendo que pelo fato dele ser pastor Deus deveria tê-lo livrado do criminoso. Essa "brincadeira" é no mínimo maledicente. Resguardados os juízos de valores, ele também está sujeito à violência do mundo, assim como qualquer pastor, pai-de-santo, rabino, padre, bezedeira, etc. Somos humanos encarnados que vivemos numa sociedade doente.

Mas como Deus é grande, Ogum é guerreiro, Xangô é justiça, os exus não nos desamparam e os malandros gostam de uma farra mas detestam a maldade, por um desses acasos, a polícia em uma de suas operações localizou o carro roubado. Que bom, mais uma prova de que os orixás estão trabalhando. Mas vale dizer novamente que apesar dos bens recuperados, o mais importante ainda é a integridade desse filho da nossa casa.

Abençoados sejam os orixás, os guardiões e os homens da lei que fizeram seu trabalho. Que fique o exemplo deixado por esse filho: por maior que seja o valor do seu bem material, sua vida e tudo que foi planejado para ela vale muito mais.

Obrigado aos nossos amigos espirituais por não nos desampararem mais uma vez.

Douglas Fersan.

A falange dos Caveiras - Pretah de Oyá





Eu tenho que admitir que dentro da linha de Exú a falange que tenho mais receio é a dos CAVEIRAS. ( e quantas vezes já ouvi isso)
Mas porque eles usam essa roupagem? Eles são caveiras? Moram no Inferno? São malígnos?


Então, para começar: Eles são MARAVILHOSOS! Não, não são do inferno, nem malígnos! Esse medo na maioria de nós se dá por dois motivos:

1) Somos criados dentro de um universo simbólico onde a caveira significa morte, perigo, veneno, mal, então associamos essas entidades à coisas medonhas que em absoluto não fazem parte da missão desses espíritos, que carregam um fardo enorme.

2) Sim, a energia deles causa esse receio, pois precisa ser assim. Os Exús da linha dos Caveiras lidam com o desencarne, com as pendengas que os espíritos deixam, encaminham as almas, capturam kiumbas, quebram feitiços, são agentes da lei mágica, protetores da Alta Magia ( apesar de serem associados com a baixa).

Eles estão diretamente ligados ao Orixá Omulú, pois é ele que cuida da transição desse mundo e do próximo. São seus auxiliares, seus trabalhadores, que cuidam dessa porteira espiritual, da transição e por isso caveiras. A caveira é o elemento mais íntimo do ser encarnado ao mesmo tempo que é o último resquício desse quando desencarna, ou seja, representa essa dualidade vida e morte.

Sinto decepcionar os que achavam que cultuávamos o motoqueiro fantasma, mas não, esses espíritos são trabalhadores árduos e MUITO SÉRIOS. Sua energia não deve ser invocada com tanta frequência quanto os demais por trabalharem dentro dessa esfera energética, muitas vezes indo à umbrais, lugares escuros e sombras para recuperação de almas.

Meu respeito e agradecimento
Salve sua banda! Salve os caveiras!

#PretahdeOyá ☞Créditos