quarta-feira, 30 de julho de 2014

Cure-se... e ame-se. - por Douglas Fersan

Diante das dores do corpo clamamos por cura.
Sagradas são as dores, os mal-estares que nos avisam que algo não vai bem e que temos que procurar ajuda. Nesses momentos os homens de branco, os médicos são imprescindíveis em sua sabedoria científica.
Mas nós também somos importantes - em nossa sabedoria espiritual - dentro desse processo. Entender os motivos que levam nosso corpo material a pedir socorro é fundamental para ajudar no processo de cura. Afastar-se dos problemas (ou ao menos tentar minimizá-los), manter longe as pessoas nefastas é um importante passo para readquirir o equilíbrio dos chacras e da aura, que clama por socorro, pedindo insistentemente pelo bem do corpo material.
Não imagine que você é insubstituível. Tenha certeza de que é. E justamente por ser insubstituível e único nesse imenso Universo é que precisa se cuidar. Saiba o momento de dar uma pausa, de respirar a brisa da manha, sentir os primeiros raios de sol ou as gostas serenas da chuva.
Aprecie a beleza do luar. Preocupe-se com o que precisa de sua atenção, mas lembre-se que se você é importante para a solução de alguns problemas, é preciso que mantenha sua saúde íntegra para que possa enfrentá-los. Não se esqueça: você é útil, e justamente por isso deve zelar por seu corpo e pela sua alma.
Te amamos.
Douglas Fersan
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sábado, 26 de julho de 2014

Lenda em homenagem a Nanã - por Douglas Fersan


Uma lenda em homenagem a Nanã, a mais velha dos orixás.

Quando alguém cometia algum crime na aldeia chefiada por Nanã, era amarrado a uma árvore a velha orixá mandava os eguns atormentá-los. Querendo esse poder para si, Oxalá foi visitar Nanã e lhe deu uma poção que a fez dormir. Então invadiu o jardim dos eguns e ordenou a eles que o obedecessem.  Como ali só entrava quem tinha autorização de Nanã, os eguns passaram a obedecer Oxalá, mas quando ela despertou, ficou irada.  Foi ao jardim e expulsou Oxalá de lá.  Ela o perdoou, mas deixou claro que todo egum teria que passar primeiro pelo seu jardim, ali se purificar obedecendo as suas ordens, para só depois chegar a Oxalá.  E assim foi feito.  Mesmo sendo o maior dos orixás, Oxalá aprendeu a respeitar os domínios de Nanã.

Nanã de Burukê: a mais velha dos orixás.
Dia da semana: domingo.
Cores: lilás/roxo.
Saudação: Saluba Nanã (nos refugiamos em Nanã).
Ervas: manjericão roxo, colônia, quaresmeira, dama da noite, canela de velho, carobinha.
Bebida: champanhe.
Ponto de força: brejos, pântanos.
Filhos de Nanã: calmos, lentos, dignos, gentis, doces e mansos. Também são saudosistas, ranzinzas, autoritários, caseiros, sábios e justos.

Essa lenda é parte integrante do curso "Lendas dos Orixás", ministrado pelo Templo de Umbanda Lar de Preto Velho

Douglas Fersan
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terça-feira, 15 de julho de 2014

Crítica ao livro "Sàngó", de Douglas Fersan - por Manoel de Contré


Imagine uma história começada na Europa, entre as viagens e desventuras do povo cigano. Imagine uma trama envolvendo amor, traição, magia, crime e injustiças. Imagine agora o Brasil colonial, com a estrutura escravagista e toda a crueldade que ela carregava consigo. Imagine o encantamento de um jovem europeu aprendendo a magia dos orixás junto aos negros escravos. Imagine toda a ira do Rei Xangô diante das injustiças cometidas contra um povo. Imagine então as regiões mais densas do mundo espiritual e a luta dos guardiões Exus contra os seres das trevas. Imagine a luz e a compreensão de uma existência e seus resgates.

Tudo isso você encontra em um único livro: Sàngó, de Douglas Fersan.

Poucas vezes é possível ler um livro que nos faça entender através de uma narrativa de amor e aventura a filosofia que rege a espiritualidade. Douglas Fersan consegue transmitir essa mensagem sem se tornar cansativo ou enfadonho. Ao contrário disso, prende a atenção da primeira à última página.

O grande mérito de Douglas Fersan nessa sua terceira obra é informar sem a pretensão de doutrinar. Ao contrário de grande parte de escritores que perambulam por essa seara, o autor mostra a sua visão - a visão da Umbanda ritual que pratica - sem tentar impô-la como verdade absoluta. 

Douglas Fersan não é um doutrinador: é um sacerdote de Umbanda, de uma casa simples (Lar de Preto Velho, em São Bernardo do Campo), mas honesta e verdadeira. Não usa a oratória e o dom da escrita como arma de convencimento, mas sabe aliar muito bem sua formação acadêmica em História, Sociologia e Pedagogia para articular as ideias e informar sem deformar. Em outras palavras, estabelece um diferencial: entretém e informa sobre a Umbanda Sagrada, mas sem a pretensão de ser um arauto dessa filosofia.

Com seu primeiro livro, "Um Conto da Bahia", já havia mostrado o seu talento, mas com essa terceira obra, "Sàngó", deixou claro que é um mestre na arte de escrever, compreender e transmitir seus conhecimentos sobre a espiritualidade. 

"Sàngó" é um livro que eu indicaria, sem a menor restrição, aos meus filhos.

Manoel de Contré.

Adquira o livro no link Sàngó 

Axé sem lixo - por Douglas Fersan


Louvar a natureza é louvar a Deus, criador de tudo e de todos.
A Umbanda é uma religião que tem como premissa o respeito a todas as criaturas e criações de Deus, desde a mais simples forma de vida, a mais modesta paisagem, até os seres mais complexos que juntos compõem a totalidade da criação: o Universo.

Louvar a Deus é respeitar tudo que por Ele foi criado. Como podemos nós, umbandistas, louvar a Deus sem respeitar a Sua criação?

Não raramente encontramos cachoeiras, matas, pedreiras, praias, encruzilhadas, estradas e demais pontos de força dos nossos divinos orixás emporcalhados por aquilo que chamam de "entregas".  Sabemos que entregas fazem parte do ritual umbandista. Quantas vezes não somos orientados a oferecer flores na cachoeira para Oxum? Ou jogar rosas no mar para Iemanjá?

Porém não faz o menor sentido deixar garrafas, embalagens de plástico e todo tipo de material não degradável em pontos da natureza, em pontos de força dos orixás. Ficaria o pai Oxóssi contente com uma oferta que polui as suas matas?  Iemanjá sorriria ao ver seus filhos, de branco, jogando garrafas no mar?

A fé não pode ser irracional e pensar não dói. Basta pensar um pouco: se queremos o direito de louvar aos nossos orixás em seus pontos de força, é necessário, antes de mais nada, preservar esses locais.  Se nós mesmos os destruirmos, como vamos futuramente garantir a perpetuação do nosso culto?

Uma entrega feita com amor não precisa emporcalhar um ambiente. O orixá não necessita de garrafas, embalagens plásticas, restos de parafina e nem de nada que possa causar desagrado ou até mesmo acidentes aos que por ali transitam. Muitas vezes as entregas mais simples e ecologicamente corretas são as mais bonitas e eficazes.

Há um outro fator em que se pensar: não é segredo para ninguém que existem pessoas que não medem esforços para denegrir a imagem da nossa religião. Ao depositar determinados tipos de materiais numa via pública ou mesmo num ponto da natureza, estamos depositando também argumentos na língua daqueles que não hesitarão em denegrir a imagem da Umbanda e dos umbandistas.

Portanto, respeitar as ruas, os pontos de força e a natureza equivale a respeitar a Deus também. Equivale a respeitar os orixás e a Umbanda, equivale a dar-se o respeito para mais tarde não reclamar que lhe faltaram com ele.

Douglas Fersan
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sábado, 12 de julho de 2014

Bem-vindo à vida, Daniel - por Douglas Fersan

Bem-vindo à vida, Daniel.
Que Olorum o abençoe,
que Oxalá nunca te deixe faltar a fé,
que Ogum o defenda das batalhas e abra seus caminhos,
que Iemanjá o embale em seu colo,
que Xangô o faça justo,
que Iansã leve as tristezas para bem longe,
que Oxóssi lhe dê sabedoria e fartura,
que Oxum não lhe deixe faltar amor,
que Nanã o console quando estiver cansado,
que Omolu o proteja dos males do corpo e da alma
e que você tenha sempre a alegria dos erês.

Douglas Fersan
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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Amor e esperança à Terra desce - por Douglas Fersan


Te amo porque me abrigaste em teu solo,
porque não és perfeito e como e como eu, ainda tem muito a aprender
Te amo porque não és somente futebol, carnaval ou novela,
porque és a Pátria-mãe gentil
Te amo e não deixo de ver e reconhecer as tuas falhas,
assim como reconheço que cabe a mim consertá-las
Te amo porque tens o samba, as praias, o verde e o amarelo,
tens o azul-anil e o branco de Oxalá
Te amo porque és místico, trazes em tua aura os orixás, os xamãs,
os encantos e os desencantos
Te amo até quando sofres derrotas, pois não deixo de amar
meus entes queridos quando eles fracassam
Te amo porque me abrigas e brigo por ti, não por questões fúteis,
mas porque quero teu povo feliz a cantar hoje e sempre.
E setenta vezes sete torço por ti.

Douglas Fersan
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terça-feira, 1 de julho de 2014

As crianças na Umbanda trabalham como gente grande - por Douglas Fersan


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Muitas vezes as pessoas visitam um terreiro de Umbanda e saem felizes ao ver as brincadeiras das crianças do astral que incorporam nos médiuns.  Realmente causa espanto, estranheza e até risadas o fato de se ver médiuns adultos, "marmanjos" se arrastando pelo chão, pedindo doces e brincando como se tivessem quatro ou cinco anos de idade.

No entanto, alguns questionam se as crianças da Umbanda estão aptas a nos aconselhar acerca dos problemas terrenos, tão pertinentes ao mundo dos adultos: crises no casamento, dificuldades financeiras, desemprego... como uma criança em idade tão tenra ainda entenderia e, mais que isso, teria discernimento para ajudar a nós, adultos experientes, a resolver questões tão complexas?

Simples. Na maioria das vezes a criança ali manifestada é um espírito que trabalha na seara espiritualista há muitos e muitos anos - muitas vezes possuem mais tempo de trabalho espiritual do que nossa idade carnal.

Mas por que então comportam-se como se tivessem tão pouca idade?

Simples também. São espíritos com um grau de elevação tão alto que adquiriram o privilégio de manter a pureza, a inocência e a doçura das crianças. Isso pode ser visto como uma recompensa da espiritualidade à sua caminhada evolutiva, pois há algo melhor do que ser criança?

Mas talvez há quem faça o seguinte questionamento: as crianças possuem pureza, inocência e doçura, mas possuem sabedoria para nos orientar acerca de nossos problemas?

A resposta mais uma vez é simples: sim.

As crianças são diretas no que falam, possuem uma sinceridade que às vezes até nos choca. As soluções por elas apontadas geralmente passam pelo caminho da simplicidade, pois é assim que percebem as coisas ao seu redor. Em sua inocente sabedoria sabem que a vida é simples, nós adultos é que a complicamos. Além disso, para as crianças não existem problemas sem solução, para elas sempre há uma esperança, tudo terá um final feliz e elas não hesitarão em apontar o caminho para essa felicidade.

E se alguém ainda duvida da capacidade das crianças, basta observar o rosto das pessoas ao final dos trabalhos. Mesmo aqueles que procuraram a casa com os problemas mais graves estão com um sorriso nos lábios. Suas brincadeiras, que na verdade possuem sérios fundamentos, têm a capacidade de levar todos os espinhos da vida, deixando apenas as pétalas a fim de amaciar a caminhada daqueles que antes tinham apenas lágrimas.

Salve as criança da Umbanda.

Douglas Fersan
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O guerreiro está à frente - por Douglas Fersan


O filho-de-fé caminha e encontra pedras em sua estrada.
Alguns, de forma irônica e até maldosa, questionam: "Ora, mas ele não tem seus orixás para tirar as pedras do caminho?"

Mal sabem os maldosos, ignorantes das leis espirituais, que os obstáculos existem e, como não cai uma folha de uma árvore sem que Deus permita, existem para nos dar alguma lição, algum aprendizado.

Filho de Umbanda tem problemas e desacertos como qualquer outra pessoa. Ele erra, acerta, ri, chora, tem dificuldades como qualquer ser encarnado nesse plano evolutivo.

 Mas o filho de Umbanda que realmente tem fé entende que tanto os dissabores quanto os momentos de felicidade fazem parte de seu aprendizado. E sabe, antes de tudo, que principalmente nas situações de problemas, existe o orixá guerreiro à sua frente, existe o pai Ogum com sua espada afiada, cortando tudo aquilo que não seja de seu merecimento ou de sua necessidade de aprimoramento. Ogum é lei, é caminho é proteção.

 Filho de Umbanda não cai, a não ser que seu próprio ego o derrube, pois tem o guerreiro sempre alerta e de espada na mão cuidando de seus caminhos.

Douglas Fersan
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