quarta-feira, 28 de julho de 2010
Como Vou Chamar Meu Anjo? - Autor desconhecido
Como Vou Chamar Meu Anjo? - Autor Desconhecido
Uma criança pronta para nascer perguntou a Deus:
Criança: - Dizem-me que estarei sendo enviado à Terra amanhã.
Como eu vou viver lá sendo assim pequeno e indefeso?
Deus: - Entre muitos anjos, escolhi um especial para você.
Estará lhe esperando e tomará conta de você.
Criança: - Mas diga-me: aqui no Céu eu não faço nada a não ser cantar e sorrir,
o que é suficiente para que eu seja feliz.
Serei feliz lá?
Deus: - Seu anjo cantará e sorrirá para você...
a cada dia, a cada instante, você sentirá o amor do seu anjo e será feliz.
Criança: - Como poderei entender quando falarem comigo se eu não conheço a língua que as pessoas falam?
Deus: - Com muita paciência e carinho, seu anjo lhe ensinará a falar.
Criança: - Eu ouvi que na terra há homens maus.
Quem me protegerá?
Deus: - Seu anjo lhe defenderá mesmo que signifique arriscar sua própria vida.
Criança: - E o que farei quando quiser Te falar?
Deus: - Seu anjo juntará suas mãozinhas e lhe ensinará a rezar.
Criança: - Mas eu serei sempre triste porque não Te verei mais.
Deus: - Seu anjo sempre lhe falará sobre Mim e lhe ensinará a maneira de vir a Mim.
Desta forma Eu estarei sempre dentro de você.
Nesse momento havia muita paz no Céu,
mas as vozes da Terra já podiam ser ouvidas...
a criança, apressada, suavemente pediu:
- Oh Deus, se eu estiver a ponto de ir agora,
diga-me por favor...
Qual o nome do meu anjo?
E Deus respondeu:
- Você chamará seu anjo... de Papai.
Nossa homenagem ao dia dos Pais.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Exu: tão maravilhoso, tão controverso, tão enigmático e tão atraente - por Jordam Godinho
Não podemos iniciar este blog sem a proteção de Exu “Laroyê Exu”, e devemos sempre entender ou pelo menos saber um pouco mais desta maravilhosa entidade na Umbanda bem como Orixá no Candomblé. Este texto trata do que acumulamos e no que se baseia nossa convicção, mesmo que contrárias a muitos irmãos umbadistas, mas temos respeito e admiração por todos, como já publicamos nesse espaço quem somos, reafirmamos aqui que existe somente uma Umbanda, que evoluiu com o tempo e nos mostra uma riqueza de aprendizado e doutrina.
NO CANDOMBLÉ:
Exu é o orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé, das coisas que são feitas e do comportamento humano. A palavra Èsù em yorubá significa “esfera” e, na verdade, Exu é o orixá do movimento, o sentido de guardião é muito parecido com a Umbanda, representado pela trunqueira de Exu. Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir que sua função de mensageiro entre o mundo material e espiritual seja plenamente realizada.
Historicamente tanto no Brasil como na África, os cristãos sincretizaram Exu como o Diabo, por sua personalidade irreverente, e também por sua representação africana com o pênis ereto, representando a sensualidade e a fertilidade. É importante saber que a história distorce no período colonial e catequizador muitos detalhes que acabamos não descobrindo por ter os enviados da Santa Sé, corrompido ou simplesmente usurpado de relatos de suma importância das religiões.
Por ser provocador, indecente, astucioso e sensual é confundido com Satanás, na teologia yorubá, Exu não está em oposição a Deus, e também não é a personificação do Mal.Mesmo porque nas Matrizes Africanas não existem diabos e nem entidades encarregadas única e exclusivamente por coisas ruins como fazem as religiões cristãs. O Diabo ou Satanás era um anjo que buscava ter mais poder que Deus e foi dado a ele o reino da terra para que assim tivesse poder, outra afirmação do cristianismo é que tudo o que acontece de errado é culpa do Diabo, ao contrário na mitologia yorubá, bem como no Candomblé os Orixás tem sua porção positiva e negativa assim como o próprio ser humano.
O universo possui de um modo geral dois lados: o positivo e o negativo. Exu também funciona de forma positiva ou negativa de acordo como é tratado. Por isso Exu é comparado ao mais humano dos orixás, pois o seu caráter lembra o do ser humano que é de um modo geral muito mutante em suas ações e atitudes.
Exu consegue ser o mais sutil e astuto de todos os orixás. E quando não é tratado como se deve, simplesmente provoca mal entre as pessoas como desentendidos e discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas.
Por ser astucioso, vaidoso, culto, sábio, e grande conhecedor da natureza humana e dos assuntos mundanos, os cristãos fizeram o dele símbolo da maldade e do ódio. Porém " … nem completamente mau, nem completamente bom … ", na visão de Pierre Verger Exu age favoravelmente quando tratado convenientemente, identificado no jogo do merindilogun pelo odu okaran.
No Brasil, Exu é um dos mais importantes Orixás nada se faz sem ele, é o primeiro a ser saudado, antes de todos os Orixás, antes de qualquer cerimônia ou evento. Daí a semelhança com a Umbanda, que nada faz sem antes saudar Exu.
NA UMBANDA:
Encontramos aqueles que crêem que os Exus são entidades (espíritos) que só fazem o bem, e outros que crêem que os Exus podem também ser neutros ou maus. Na Umbanda não se manifesta o próprio Orixá, por meio da incorporação. Em breve faremos um artigo sobre a diferença entre entidades e orixás, mas não é errado tratar os Exus na Umbanda como entidades, como também deveríamos aceitar que Exu é um Orixá, a falta do conhecimento ou mesmo do intercâmbio entre as religiões podem trazer aos praticantes muitas confusões.
A entidade Exu não deve ser confundida com o (obsessor), apesar de transitar na mesma Linha das Almas, a função do Exu (entidade) é a de mensageiro, o que leva os pedidos e oferendas dos homens aos Orixás, assim podemos constatar que a função é a mesma do Exu Orixá, a diferença é que o corpo do ser humano é coligado ao seu Exu por meio dos chacras, entrando em contado com a pessoa que procura sua ajuda.
É ele quem traduz as vontades e desejos humanos para os Orixás ou seres superiores. É imprescindível a sua presença para a realização de qualquer trabalho, porque é o único que efetivamente assegura em uma dimensão o que está acontecendo na outra, abrindo os caminhos para os Orixás se aproximarem dos locais onde estão sendo cultuados. Possuem a função também de proteger o terreiro e seus médiuns.
Vemos aqui o elo de ligação que faz Exu, independente de ser Umbanda ou Candomblé, a função é a mesma, lembrando que no Candomblé é o Orixá do Movimento, e quando falamos das dimensões estamos falando do movimento entre uma e outra dimensão, fazendo a ligação com os Orixás. Mesmo que muitos não concordem não podemos fechar os olhos para estas similaridades.
A dualidade de Exu confere a ele também a possibilidade de desligar e comprometer qualquer comunicação. Possibilita a construção, também permite a destruição. Esse poder foi traduzido mitologicamente no fato de Exu (entidade) habitar as encruzilhadas, cemitérios, passagens, os diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas, e ser o senhor das porteiras, portas de entradas e saídas.
As diferenças de ver Exu no Candomblé e na Umbanda. No Candomblé, Exu é como os demais Orixás, uma personalização de fenômenos e energias naturais. O Candomblé considera que as divindades, ou seja, os Orixás, incorporam nos médiuns. Na Umbanda, quem incorpora nos médiuns, além dos Caboclos, Pretos Velhos, Crianças, entre outros, são os Falangeiros de Orixás, representantes deles, e não os próprios.
A Umbanda não considera Exu como Orixá, mas como entidade que está em uma linha tênue entre o baixo astral e o mundo terreno propriamente dito, esta nas cosias erradas de nosso mundo terreno, o que particularmente não acreditamos, como também não acreditamos que sejam espíritos em evolução, mas estão em uma missão a qual escolheram vir, nós acreditamos e respeitamos o Orixá Exu, e entendemos que a função seja no Candomblé ou na Umbanda são muito similares, guardadas as devidas proporções de culto.
As entidades são energias mais "densas". Essas entidades podem realizar trabalhos benignos, como curas, orientação em todos os setores da vida pessoal dos consulentes e praticar a caridade em geral. A condição de Exu para um espírito é transitória, na Umbanda entendemos que esta entidade poderá e deverá evoluir de acordo com suas ações ou também por sua vontade permanecer nesta condição, para continuar a ajudar outras entidades que necessitam, como também fazer a caridade.
Os Exus (entidades) são confundidos com os Kiumbas, que são espíritos trevosos ou obsessores, são espíritos desajustados que podemos definir como não aceitam a condição em que se encontram por não terem se desligado da vida terrena, provocando os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas. Exu é neutro, não é bom nem mau. Os Kiumbas, assim como o Diabo dos Cristãos, são espíritos que se comprazem na prática do mal, apenas por sentirem prazer ou por vingança, calcada no ódio doentio.
O verdadeiro Exu não faz o mal, para Umbanda muitos foram pessoas como políticos, médicos, advogados, trabalhadores, vadios, prostitutas, pessoas comuns, padres etc., na sua maioria cometeram alguma falha ou escolheram - ou foram escolhidos para - vir nessa forma a fim de redimir seus erros passados. Em seus trabalhos de magia, Exu corta demandas, desfaz trabalhos malignos, feitiços e magia negra, feitos por espíritos obscuros, sem luz (Kiumbas). Ajudam a limpar, retirando os espíritos obsessores e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior.
Se observarmos existem muitas similaridades entre o Exu no Candomblé e na Umbanda, claro que os cultos são totalmente distintos, claro que estamos falando de duas formas de energias diferentes, mas temos que prestar a nossa atenção na função que tem tanto em uma quanto em outra. Sabemos que a Umbanda é uma religião jovem em vista do culto africano, devemos respeito uns aos outros, mas é muito importante vermos quanto de próximos estamos.
É nisso que devemos nos apegar, pois a prática sempre será diferente, mas aprendemos muito uns com os outros, Exu é maravilhoso, é o que mantém aguçada a curiosidade das pessoas, e desmistificar a demonização é dever da Umbanda e do Candomblé e de todas as religiões de culto africano e afro-brasileiro.
Algumas Considerações:
Èsù é um Orixá africano, também conhecido como: Exu, Esu, Eshu, Bara, Ibarabo, Legbá, Elegbara, Eleggua, Akésan, Igèlù, Yangí, Ònan, Lállú, Tiriri, Ijèlú. A palavra elegbara significa “aquele que é possuidor do poder (agbará)” e está ligado à figura de Exu.
Exus de Umbanda, de acordo com a crença religiosa, são espíritos de diversos níveis de luz que incorporam nos médiuns de Umbanda, Omolokô, Catimbó, Batuque, Santo Daime, Xambá e Candomblé de caboclo.
O chamado “Exu Pagão” é tido como o marginal da espiritualidade, aquele sem luz, sem conhecimento da evolução, trabalhando na magia para o mal, embora possa ser despertado para evoluir de condição.
Já o Exu Batizado, é uma alma humana já sensibilizada pelo bem, evoluindo e, trabalhando para o bem, dentro do reino da Quimbanda, por ser força que ainda se ajusta ao meio, nele podendo intervir, como um policial que penetra nos reinos da marginalidade.
Existem 7 hierarquias de 7 exus, denominados como Exu Coroados; São eles: Exu Sete Encruzilhada, Exu Veludo, Exu Tranca Rua, Exu Caveira, Exu Tiriri, Exu Marabô e Pomba Gira ou Pombo gira (Exu Feminino).
Alguns Exus na Umbanda: Exu Arranca Toco,Exu Asa Negra,Exu Belzebu,Exu Brasa,Exu Brasinha,Exu Calunga,Exu Calunguinha,Exu Capa Preta da Encruzilhada,Exu Capa Preta,Exu Capa Preta do Cemitério,Exu Capoeira,Exu Carranca,Exu Catacumba,Exu Caveira,Exu do Cemitério,Exu Cobra,Exu Corcunda,Exu Corrente,Exu Desmancha Tudo,Exu Destranca Ruas,Exu Duas Cabeças,Exu Quebra Galho,Exu Maré,Exu Facada,Exu Ganga,Exu Gato Preto,Exu Gira Mundo,Exu João Caveira,Exu da Campina,Exu da Morte,Exu do Lodo,Exu do Tronco,Exu Lorde da Morte,Exu Lúcifer,Exu Mangueira,Exu Marabô,Exu Matança,Exu das Matas,Exu Meia Noite,Exu Morcego,Exu Mulambo,Exu Pedra Preta,Exu Pimenta,Exu Pinga-Fogo,Exu Pirata do Mar,Exu Ponto Maioral,Exu Porteira,Exu Quebra Galho,Exu Rei,Exu Rei das 7 Encruzilhadas,Exu Rei das Trevas,Exu Sete Brasas,Exu Sete Buracos,Exu Sete Caminhos,Exu Sete Campas,Exu Sete Catacumbas,Exu Sete Caveiras,Exu Sete Covas,Exu Sete Cruzes,Exu Sete Encruzilhadas,Exu Sete Estradas,Exu Sete Facadas,Exu Sete Garfos,Exu Sete da Lira,Exu Sete Montanhas,Exu Sete Poeiras,Exu Sete Porteiras,Exu Sete Queimadas,Exu Tatá Caveira,Exu Teimoso,Exu Tiriri,Exu Toquinho,Exu Tranca-Gira,Exu Tranca-Ruas,Exu Tranca-Ruas das Almas,Exu Tranca-Ruas de Embaré,Exu Tranca-Ruas das Encruzilhadas,Exu Tranca-Ruas das Matas,Exu Tranca-Ruas do Mar,Exu Tranca Tudo,Exu Tronqueira.Exu Veludinho,Exu Veludo da Encruzilhada,Exu Veludo da Mata,Exu Veludo das Almas,Exu Veludo das Sete Encruzilhadas,Exu Ventania,Exu Vira-Mundo,Exu Quebra-Barranco,Exu Cascavel.
Desejamos a todos muito Axé.
Referencias:
African intellectual heritage Por Molefi K. Asante, Abu Shardow Abarry Publicado por Temple University Press, 1996 ISBN 1566394031;
Notas sobre o culto aos orixás e voduns na Bahia de Todos os Santos e na antiga costa dos escravos na África Por Pierre Verger Publicado por EdUSP, 1999 ISBN 8531404754;
Africa Por Phyllis Martin, Patrick O'Meara Publicado por Indiana University Press, 1995 ISBN 0253209846
BASTIDE, Roger. O candomblé da Bahia - rito nagô. SP: Companhia das Letras.
BENISTE, José. As águas de Oxalá. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
BENISTE, José. Orun-Aiye. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
VERGER, Pierre Fatumbi. Orixás. Salvador: Corrupio.
Caboclo Araribóia, Mãe Maria da Ladeira, Exu Veludo, Preto Velho Tião D’Angola, Caboclo Cobra Coral, Exu Marabô, e a todas as linhas da Umbanda.
Publicado originalmente no Blog http://umbandadexango.blogspot.com em 11/07/2010.
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