segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Desencarne coletivo - por Douglas Fersan



   Fica muito difícil compreender situações em que ocorrem o desencarne coletivo. Como justificar uma tragédia onde tantas vidas são ceifadas e tantas famílias sofrem se cremos em um Deus piedoso e pleno de amor?

   Como espiritualistas não podemos esquecer é que todos temos débitos pretéritos e seu resgate não constitui necessariamente um castigo, mas sim uma oportunidade, um ensinamento para o nosso bem maior. Mas até que ponto podemos (ou devemos) justificar tudo como resgate? Obviamente é muito difícil em situações de comoção nacional, diante de uma tragédia, digerir essa forma de ver as coisas de maneira abnegada.  É compreensível a dor e até revolta dos que ficam, pois não reivindicamos a perfeição moral e espiritual, mas devemos ao menos nos espelhar nela, sem esquecer as fragilidades humanas.  Em outras palavras, para quem olha de fora a tragédia, é fácil falar em abnegação, mas até o mais espiritualizado dos homens chora a dor de perder um ente querido em uma situação como a ocorrida em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.  E ele tem direito a se revoltar, a ser humano e até imperfeito, caso contrário não estaria nessa Terra.

   Alguns dirão que não cai uma folha de uma árvore sem que Deus queira.  Eu respondo que acho tal frase extremamente dogmática e que foge à fé racional que tanto se apregoa.  Já espero que venha o apedrejamento, mas prefiro ele à fé cega e à faca amolada.

   Desencarnes coletivos acontecem periodicamente.  Não há muito tempo houve um tsunami, depois o terremoto no Haiti, além de outros fatos de menor repercussão, mas igualmente carregados de sofrimento, tanto pela forma como essas mortes ocorreram, mas também pela dor do que ficaram a chorar a perda dos que tanto amavam.  Apesar de respeitar profundamente as diferentes crenças, inclusive aqueles que buscam justificar essas situações em acontecimentos de vidas passadas, não acredito que seja o momento de cogitar as razões para isso.  Li em algum lugar que, coincidentemente, a tragédia em Santa Maria – RS aconteceu justamente no dia em que se fazia um movimento em memória às vítimas do holocausto.  Particularmente achei de mau gosto a insinuação.  Não acho que se trata do momento de julgar se as vítimas foram culpadas no passado.  Todos somos culpados, mas também somos todos inocentes, depende do prisma que se observa, e maniqueísmos servem apenas para limitar a nossa visão das coisas.

   Acredito num Deus pleno de amor e afeto pelos seus filhos e com razões que nossa compreensão (ou falta dela) seja tão minúscula que não nos permita entender determinadas situações - paremos um pouco de culpar Deus e ao passado pelo sofrimento de hoje. Mas também acredito que a mão do homem, sua irresponsabilidade calcada no livre arbítrio também dê rumo às coisas. E a fatalidade, seria algo completamente irreal?  Será que tudo se justifica no karma?  Então como surgiu o primeiro pecador, se ele não tinha karma a resgatar?  Não seria muito comodismo de nossa parte justificar todos os males do mundo com a teoria do resgate de erros pregressos?

   Não pretendo refutar essa teoria, mas também não quero usá-la para justificar tudo.  Especialmente não quero usá-la em momento inadequado para levantar hipóteses que venham a desrespeitar a memória dos que se foram e a dor dos que ficaram e sofrem.  Não nos cabe julgar.  Se o conceito de que todos carregamos culpas é correto, no momento nos cabe apenas prestar solidariedade sincera, pois talvez essa seja uma maneira de progredirmos enquanto seres espirituais. Vamos pedir aos espíritos consoladores que façam a sua parte de amparar os que se foram e também às famílias que hoje choram. Deixemos as hipóteses para quem tem tempo e imaginação para elas e os julgamentos para quem tem competência para isso.  Resignemo-nos e façamos a nossa parte, que aliás fazemos muito porcamente.

Douglas Fersan - 28/01/2013


terça-feira, 22 de janeiro de 2013



   Uma gira de Umbanda é algo muito mais complexo (tanto do ponto de vista comportamental quando do espiritual) do que se imagina.  Quando observamos uma gira, com as entidades manifestadas, pensamos apenas nas imagens que nossos olhos transmitem e nosso cérebro decodifica.  Numa gira de caboclos, por exemplo, temos a tendência de enxergar um médium incorporado pela sua entidade, fumando seu charuto e sendo assistido pelo cambone enquanto ouve e aconselha o consulente.   Essa é a visão pura, simplista e não lapidada que nos chega, pois na verdade toda uma gama de espíritos trabalha na organização de uma gira para que tudo saia como esperado.

   Não são apenas aqueles caboclos (ou pretos-velhos ou marinheiros ou exus) que estão incorporados em seus cavalos que estão trabalhando.  Diversos trabalhadores do astral se envolvem nos trabalhos, desempenhando diversas tarefas, começando pela segurança do terreiro e daqueles que nele atuam.  Os compadres exus estão sempre presentes, fazendo as vezes de guardiões dos trabalhos, mesmo quando não se manifestam (ou menos quando se manifestam apenas as entidades da chamada “direita”), pois é deles a preciosa tarefa de evitar ataques de kiumbas e trevosos durante a gira.

   Mesmo enquanto um simples passe é dado no consulente, existem outros trabalhadores (além do incorporado) ali. Pensemos então em uma tarefa menos sutil, como um transporte... a necessidade de espíritos auxiliares é ainda maior. Assim como um médium não faz o seu trabalho sozinho, o mesmo ocorre no mundo espiritual, onde provavelmente o espírito de equipe é levado a sério na tarefa de praticar a caridade e auxiliar os aflitos.  Isso exige de nós, encarnados, um respeito muito grande, pois se há toda uma equipe espiritual trabalhando, o mínimo que se espera do umbandista nesse momento é respeito, seriedade, concentração e firmeza.

   Portanto, ao adentrar um terreiro e observar uma gira de Umbanda (ou participar de uma), lembre-se que você não é o único ali.  E lembre também que o seu comportamento deve ser condizente com o local e a situação em que se encontra, pois uma gira é corrente, cujos elos precisar se manter fortes, e seus lapsos não podem tornar frágeis um trabalho tão sério, praticado tanto por seres encarnados como desencarnados.

Douglas Fersan

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O Benzimento - por Douglas Fersan


O benzimento:

   A palavra benzer significa tornar "bento" (ou santo) e a prática do benzimento remonta às mais profundas raízes do povo brasileiro.  Próprio da miscigenação, o benzimento se mistura à própria história étnica do Brasil. Os índios já praticavam esse ritual, embora não recebesse esse nome e tivesse outros princípios, mas ligados ao xamanismo do que à prática que hoje se vê.  Ainda assim, usavam mantras e ervas a fim de espantar os males do corpo e da alma.

    Mais tarde, com a colonização e o advento da escravidão, foi a vez dos negros cativos contribuírem com sua sabedoria acerca da espiritualidade, entoando seus cantos e praticando os rituais que acabariam por se incorporar às tradições religiosas brasileiras.

   Também o europeu contribuiu para a disseminação dessa prática.  Era comum aos cristãos que aqui se instalaram entoar as ladainhas e as rezas a fim obter curas e solução dos problemas.

   Com o tempo, de forma natural, essas práticas se mesclaram e surgiram as benzedeiras, figuras clássicas da crença popular.  Cada qual segundo o próprio aprendizado, incorporou os elementos indígenas, negros e europeus e criou o seu próprio modo de benzer.  Geralmente com um galho de arruda ou outra erva (que nos remete às práticas indígenas), fazendo uma cruz frente o corpo do doente (gesto que remonta ao catolicismo), mãos brancas e negras ou mulatas levaram o alívio a muita gente que sofria.

   Nas regiões interioranas no Brasil, onde os benefícios da ciência chegavam tardiamente, as benzedeiras eram requisitadas antes dos médicos e, num passado não muito distante, ainda existiam (e ainda existem) pessoas que viajavam centenas de quilômetros para se consultar com uma benzedeira renomada.

   Por mais que a ciência avance e, com ela o ceticismo, ainda hoje observamos nos terreiros de Umbanda uma legião de pessoas que procuram uma entidade a fim de tomar um passe, uma outra faceta do benzimento.  Por mais que o homem avance no mundo da ciência, suas raízes ainda falam alto, principalmente nos momentos de dificuldade.  E assim vamos mantendo vivas as nossas raízes, crenças e tradições.
As mãos santas que antes benziam e curavam o quebranto, o bucho virado, a criança assustada, estão cada vez mais raras nos dias de hoje, mas marcaram a sua presença nas páginas da história brasileira.

Douglas Fersan
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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Salve Oxóssi, o rei de Ketu - por Douglas Fersan


   O orixá oxóssi (Òsòóxi, originalmente) é o deus da caça, senhor e guardião das florestas e dos seres vegetais e animais que a habitam. É também um orixá ligado à fartura (elemento presente nas florestas) e à riqueza.  Oxóssi é um dos orixás mais populares no Brasil, sendo muito cultuado também em Cuba (rituais de Santeria) e outros países da América que utilizaram a mão-de-obra escrava negra, em especial a Iorubá.  Entretanto, seu culto na África praticamente desapareceu, em virtude da destruição da província de Ketu (da qual Oxóssi era um rei lendário) no século XVIII.  Os habitantes de Ketu se tornaram escravos no Brasil e nas Antilhas (fato que explica o desaparecimento do culto na África e seu surgimento nesses lugares).  Assim, como uma fênix, Ketu ressurgiu, não como Estado político, mas como nação espiritual, através do culto que seus descendentes praticavam e praticam a Oxóssi.

   O título de caçador consistia uma grande honraria, já que a ele cabia escolher o local adequado para instalar a aldeia, garantindo que nada faltasse a seus habitantes (isso também explica o fato de Oxóssi estar liga à fartura).  O caçador era o primeiro habitante do local e se tornava uma autoridade sobre os demais, sendo chamado de "Oni Aráaiyé", o senhor da humanidade, aquele que garantia a riqueza e a fartura para o seu povo.

   Nos cultos de Umbanda é sincretizado com São Sebastião, o mártir cristão que foi executado com flechas por determinação de Diocleciano, o imperador romano, por volta de 286.  A relação das flechas que executaram São Sebastião e as usadas pelo caçador contribuíram para o sincretismo entre o santo católico e o orixá, considerado também o patrono da linha dos caboclos na Umbanda.

Douglas Fersan
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domingo, 13 de janeiro de 2013

Vergonha nacional - por Pai Carlos D'Ogum


Lamentável. Assisti agora pouco uma matéria na Rede Recorde de televisão dando méritos para evangélicos que estão fazendo campanhas contra novelas e séries da Globo que se referem aos Orixás e santos da Igreja Católica, dizendo que esse tipo de atitude não se trata de intolerância, mas sim de livre arbítrio, que tais evangélicos estão dando um "alerta" a respeito do "perigo" que vai contra a bíblia.  É um absurdo uma situação dessa, escancaradamente a Rede Record está dando margens a um crime, o de intolerância religiosa!

Não estou aqui defendendo nenhuma emissora, apenas defendendo meus direitos dados pela Constituição de nosso país, da qual sempre tentam camuflar perante nós, praticantes dos cultos afro-brasileiros, pensam que somos ignorantes como os fundamentalistas que usam de seus "livre-arbitrios" para coagir o livre arbítrio do próximo, esque que é protegido por LEI CONSTITUCIONAL.  Por que a Record não se manifestou contra a Rede Globo quando eles transmitiram ao vivo, no final de 2012, o Show Gospel?  Aliás, a Globo promoveu esse evento, assim como promove as propagandas "O Sagrado", que explana sobre todas as religiões.  Não tenho afinidade com muitas coisas a respeito da Rede Globo, mas quando existe algo positivo devemos citar, e "O Sagrado" é positivo, porque explana sobre todas as religiões a fim de promover o respeito entre os religiosos.

Eu respeito todas as religiões, desde que pratiquem a caridade sem promover fanáticos e conflitos, tenho essa consciência porque sei que o ser humano é livre para procurar respostas onde há o conforto em seu discernimento.

E você vai ficar parado, deixando que a injustiça e a intolerância formarem o futuro da nação através de nossas crianças que sofrerão esse impacto amanhã?

Brasileiro consciente, informe-se sobre seus direitos e lute por eles.

Pai Carlos D'Ogum (Carlos Pavão)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A Calunga Grande - por Douglas Fersan



O termo "calunga" é de origem bantu e tradicionalmente faz referência à morada dos mortos, ou mais comumente, ao cemitério.  Assim, sempre que nos referimos à calunga, estamos nos referindo ao campo santo, o cemitério, o local os despojos carnais são depositados.  No entanto, essa palavra assumiu uma outra dimensão.

Ao serem capturados (ou ao ver seus irmãos sendo feitos cativos) e colocados em navios negreiros, os africanos passaram a ver o mar como um grande cemitério, já que a viagem rumo à escravidão representava uma espécie de morte em vida.  Era como se o mar levasse embora tudo que lhes era precioso: os costumes, a crença, a dignidade, o convívio com os entes queridos e, principalmente, a liberdade.  Dessa forma, o mar passou a ser encarado como uma grande calunga, ou seja, como um grande cemitério.

Assim surgem dois novos verbetes no vocabulário do negro – e que viriam integrar o dialeto das religiões com matiz africana: a calunga grande (o mar) e a calunga pequena (o cemitério propriamente dito).

Há um aparente paradoxo na utilização desse termo para se referir ao mar, afinal não é ele um dos reinos dos orixás?  Não seria o mar a origem da vida?  Então como relacioná-lo à morte?

Não esqueçamos que a morte (iku em yorubá) não representa o fim, e sim uma transformação.  Não esqueçamos também que Omolu, o orixá da cura, mas também da morte (no sentido de transformação, não de fim), e Iemanjá, a rainha do mar, o princípio e a origem da vida, da maternidade, da concepção. 

O que parece ser um paradoxo é, na verdade, a explicação para essa questão.  Ao mesmo tempo em que o mar representava a morte aos cativos, representava também um renascimento no Brasil.  Não que esse renascimento fosse algo agradável, longe de defender a escravidão, mas era um renascimento no sentido de levar a sua cultura, as suas crenças, os seus orixás a terras tão distantes.  Era como se a o pai Omolu determinasse o fim em terras africanas e Iemanjá um recomeço em novas terras, permitindo assim que os povos americanos tivessem a oportunidade de conhecer as divindades pelo ponto de vista africano, e não do europeu, tradicionalmente cristão/católico.  Concluímos que aqueles negros cativos, bravos heróis, deram a sua liberdade e a sua vida para nos agraciar com a crença e o conhecimento sobre os divinos orixás, inkisses e voduns.  Graças a eles e à sua heroica resistência hoje temos a oportunidade de cultuar essas entidades, sem a viseira das religiões tradicionais da Europa.

Assim sendo, o mar, chamado de calunga grande, que representou em tempos idos um gigantesco cemitério, é para nós um reino sagrado, que nos trouxe essa oportunidade.  A quem cultua as divindades do panteão africano não basta reverenciar seus reinos sagrados, é preciso conhecer os seus fundamentos e história.    Ao colocar os pés na água do mar, não esqueça de saudar os divinos orixás, a vida e aos nossos ancestrais cativos, a quem devemos tanto.

Douglas Fersan

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

A união ainda faz a força - por Douglas Fersan


    Fazer parte de um terreiro de Umbanda exige uma conduta condizente com a filosofia da religião.  Em outras palavras, não basta entrar em uma gira com a mentalidade individualista, acreditando ser uma peça única dentro daquele grupo.  Certamente cada um possui sua individualidade, seus valores particulares, convicções e até afinidades.  Isso tudo é perfeitamente normal, já que somos humanos e essas características são inerentes à nossa natureza.

   No entanto é preciso exercer o bom senso - sempre ele.  É preciso tratar cada um do grupo como seu irmão-de-fé.  Mas o que significa isso?

   Significa que mesmo não havendo laços consanguíneos, cada membro da correte deve tratar ao outro como irmão.  Será que isso é difícil?

   Talvez num primeiro momento, sim, afinal quando adentramos um templo religioso buscamos, entre outras coisas, o crescimento espiritual e, nesse primeiro momento, é provável que esse crescimento ainda não tenha sido o bastante para exercer a irmandade de maneira plena.  Mas com o passar do tempo é imprescindível que ela seja exercida, e mais: é dever do dirigente do terreiro que ensine, exemplifique e exija esse tratamento dos seus filhos-de-fé.  Pequenas intrigas, maledicências, constituição de sub-grupos devem ser coibidos, pois são essas atitudes, inicialmente pequenas, que muitas vezes derrubam um terreiro.  Deus, os orixás, as entidades de luz certamente não vão coadunam esse tipo de atitude.  

   Não se trata de exigir a perfeição, pois já foi citada a natureza humana, mas se trata sim de tentar chegar o mais próximo possível a ela.

   E em qual momento é possível saber se esse objetivo está sendo alcançado?

   Será ao final do ano, quando realiza-se a confraternização do terreiro?  Ou será na festa de Cosme e Damião, quando o terreiro fica lotado?  Ou será ainda na festa de Iemanjá, quando todos se unem para ir à praia jogar flores à divina Rainha do Mar?

   Todas as respostas acima estão erradas.  É no momento de dor que descobrimos nossos verdadeiros amigos.  E no caso em questão, é nesse momento que descobrimos se existe realmente uma irmandade ou apenas um aglomerado de pessoas vestidas de branco.

   Seu terreiro se une quando um de seus membros passa por um momento de dificuldade?  Os demais se mobilizam para ajudar a sanar seu problema ou ao menos dar uma palavra amiga?

   Não?  Então algo está errado.  É preciso repensar algumas coisas urgentemente.

   Muitos dirão que nada podem fazer, afinal cada um tem seus problemas cotidianos, suas obrigações, seu trabalho, os afazeres domésticos, suas dívidas.  Mas se esquecem que estender a mão e praticar a caridade não significa apenas doar ou emprestar dinheiro ou coisa parecida.  Muitas vezes a palavra amiga tem mais valor.  Aquele tapa no ombro seguido da frase "você não está só".  Um telefonema de solidariedade.  Uma prece, uma vela para o anjo da guarda do companheiro de terreiro.

   São pequenas atitudes que fortalecem os laços e, sendo esses cada vez mais apertados, fortalecemos também a espiritualidade que nos ampara.  Nossos guias e orixás encontram em nossa solidariedade a energia positiva necessária para auxiliar aquele irmão desvalido.  A união ainda faz a força.  Quando nos unimos, nos fortalecemos, nossa queda se torna mais improvável.  Lembre-se que a sua ajuda é sempre muito importante e ela não é necessariamente uma ajuda material, que vai lhe custar tanto.  Às vezes os atos mais nobres não custam nada.

   E ao entrar em um terreiro como membro da gira não se esqueça que aqueles que ali estão, passam a ser naquele momento seus irmãos.  E como irmãos, um dia podem precisar de você, assim como um dia podem lhe estender a mão, pois você não está imune aos revezes da vida.

Douglas Fersan
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