domingo, 30 de julho de 2017

Não reclame - por Douglas Fersan


Não reclame.
Se você passa o tempo a pensar, desejar e fazer o mal, não reclame se as coisas não dão certo em sua vida. Você é fruto do que faz e pratica, a lei da ação e reação é incontestável.


Não reclame.
Se você passa o tempo nutrindo o ódio, não espere que a sua vida seja repleta de flores, mesmo que o alvo da sua pobreza de espírito nem se dê conta ou se preocupe com você e seus pensamentos.


Não reclame.
Se as trevas cercam a sua existência é sinal que você ainda não aprendeu a semeou ou a viver na luz. Então desfrute da companhia dos seres que seu pensamento atrai, ainda que você os queira emanar para seus desafetos.


Não reclame.
Seja abnegado, conviva com os monstros que você cria e alimenta. Eles são seus bichinhos de estimação que passam o dia e a noite perambulando em sua existência.


Não reclame.
Assuma sua involução.


Douglas Fersan.




quarta-feira, 26 de julho de 2017

São flores, Nanã...


Na tradição africana, a Orixá Nanã é reverenciada como Nàná Burúkú (ou Buruquê) e representa o ponto de contato da terra com as águas. É uma Divindade Suprema que fez parte da Criação: é a responsável pelo elemento barro, que emprestou a Oxalá para que este moldasse o primeiro homem e todos os seres viventes da Terra. Com a junção de água e terra surgiu o barro.
Com o Sopro Divino, o barro representa movimento. O movimento adquire estrutura. Do movimento e da estrutura surgiu a Criação, o Homem.
No Candomblé, por exemplo, afirma-se que Nanã é um Orixá feminino de origem daomeana, que foi incorporado pela mitologia Iorubá, há séculos, quando o povo Nagô conquistou o Daomé (atual República do Benin), assimilando sua cultura e incorporando algumas Divindades dos povos dominados.

Nesse processo de encontro de culturas, Nanã (mito Jêje) assume a figura de mãe dos filhos do Daomé, enquanto Oxalá permanece como pai, também, dos daomeanos (embora não fizesse parte da sua mitologia primitiva). Os mitos daomeanos eram mais antigos que os Nagôs, pois vinham de uma cultura que se mostra anterior à descoberta do fogo. Então, tentou-se acertar essa cronologia colocando-se Nanã e o nascimento de seus filhos como sendo fatos anteriores ao encontro de Oxalá e Iemanjá. Neste contexto, Nanã é a primeira esposa de Oxalá, tendo com ele três filhos: Iroco (ou Tempo), Omolu (ou Obaluayê) e Oxumarê.

Senhora de muitos búzios, Nanã sintetiza, em si, morte, fecundidade e riqueza. É associada à fecundidade e à prosperidade porque a Ela se pedem filhos; lembrando-se que nas antigas sociedades tribais ter muitos filhos era sinônimo de riqueza (capacidade de sustentá-los) e também de se perpetuar o nome daquele clã.
Para os Jêje, da região do antigo Daomé, seu nome significa “mãe, mãezinha”. Nessa região, Nanã é considerada a Divindade suprema. Talvez por isso, frequentemente é descrita como um Orixá masculino.

A vida está cercada de mistérios que, ao longo da História, atormentam o ser humano. A morte desperta no homem os primeiros sentimentos religiosos, e nessse momento Nanã se fez compreender: porque é na morte, condição para o renascimento e para a fecundidade, que se encontram Seus mistérios. Nos primórdios da História, os mortos eram enterrados em posição fetal; o que remetia a uma idéia de nascimento ou renascimento. O homem primitivo entendeu que a morte e a vida caminham juntas, entendeu os mistérios de Nanã. Pois Nanã é o princípio, o meio e o fim; é o nascimento, a vida e a morte; é a origem e o poder.

Entender Nanã é entender o destino, a vida e a trajetória do homem sobre a Terra. Nanã é água parada, água da vida e da morte.
Considerada a mais velha Divindade do panteão africano, Nanã está associada às águas paradas, à lama dos pântanos, ao lodo do fundo dos rios e dos mares. Ela e Obaluayê foram os únicos Orixás que não reconheceram a soberania de Ogum como dono dos metais, justamente por serem mais antigos que ele. Segundo pesquisas de Pierre Verger, há indícios de que Nanã e Obaluayê eram cultuados desde antes da Idade do Ferro; e esta é a razão de não se utilizar instrumentos de ferro nas suas oferendas. Na África antiga, acreditava-se que entre o mundo dos vivos e o dos mortos existe uma passagem, cuja regente é Nanã, Senhora da Morte, geradora de Iku (a Morte).

Desde suas origens na África, Nanã é reverenciada como o grande Orixá que tem o domínio sobre as enchentes e as chuvas, bem como sobre o lodo produzido por essas águas. Ela também é a mãe e avó, a protetora dos homens e dos idosos, a padroeira da família.

Fonte: http://umbandaeucurto.com/

terça-feira, 4 de julho de 2017

Nanã empresta o barro para Oxalá criar o homem - por Douglas Fersan




Dizem que quando Oxalá criou os homens, tentou usar o ar como matéria-prima mas o vento soprou, tentou usar o fogo, mas ele apagou, tentou usar a água, mas ela escorreu entre seus dedos. Então, Nanã lhe emprestou a lama, com a qual foi moldado o homem, e Olorum o soprou dando-lhe vida. Em troca Nanã pediu que o corpo dos homens lhe fossem devolvidos quando morressem. Assim, quando os homens deixam a vida carnal, seus corpos são enterrados e Nanã os acolhe, como se voltassem à sua origem. Nanã nos acolhe e embala em seus braços, nos preparando para uma nova existência.

Douglas Fersan