terça-feira, 29 de dezembro de 2015

A procissão das almas - por Douglas Fersan


Sofrer com a dor da perda, da morte, é inevitável. Não temos o direito de condenar aqueles que choram quando um ente querido parte. Porém, como espiritualistas que somos, temos ao menos que procurar entender que a morte é parte de um ciclo inevitável de transições às quais temos que passar para atingir uma etapa evolutiva. Contam que em uma longínqua aldeia da antiga África, uma peste tomou conta do lugar. Pais e mães, esposas e maridos, filhos e filhas choravam a morte de seus entes queridos. Revoltados por não conseguir conter a fúria daquela doença, voltaram-se contra Olorum, o Criador supremo, e passaram a blasfemar contra ele. Até que um dia um velho apareceu na aldeia, com o corpo todo coberto por uma roupa feita com palha da costa. Todos ficaram apreensivos, achando que ele poderia ser portador de mais doença que dizimaria todos os moradores do lugar. Calmamente o velho explicou que ele era na verdade um portador da mensagem de Olorum, e que mostraria que a vida transitória no Ayê (Terra) era apenas parte de um ciclo. Retirou a roupa de palha, ficando completamente nu. Muitos viraram o rosto para não ver as chagas horrendas que cobriam seu corpo. Mas o velho colocou-se de joelhos e passou a rezar, pedindo a Olorum que o ajudasse a carregar o seu fardo. Diante da sua fé imensa, uma ventania se fez e as feridas estouraram e saltaram de seu corpo, como se fossem pipocas, as rugas desapareceram e o velho Omolu se tornou um jovem belo e forte, agora chamado de Obaluaê, o novo. Ficou em pé e disse para todos que estavam ao redor: _Perceberam como a fé na força maior é capaz de causar transformações? Assim é o ciclo da vida, uma eterna transformação. Se encararem a transição com fé, ela será menos dolorosa para quem partiu e para quem ficou. A dor não será tão grande e a evolução de ambos os lados se dará de forma mais rápida. A palavra, meus irmãos, é a fé. Nesse instante, todos se ajoelharam e entoaram, com toda a força da fé, um cântico: É Obaluaê, é Obaluaê, é Atotô... Nesse instante, quem olhou para o céu viu a procissão das almas partindo para o infinito, em direção a um mundo de paz e luz. De onde estavam, acenavam felizes para para os seus entes queridos que ficavam na Terra. Graças ao velho Omolu o povo entendeu que toda transição é menos sofrida quando é compreendida. E a compreensão transforma o velho em novo, Omolu em Obaluaê. Até hoje, na África e em vários cantos do mundo, quando se sente a presença de Omolu/Obaluaê, o povo usa a saudação "Atotô", que significa "silêncio", pois ele está em Terra.

Douglas Fersan
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Foi Oxum... - por Douglas Fersan


Se o mel, a paz, a doçura invadiram sua vida, foi Oxum quem deixou.
Se você viu brilhar o ouro mesmo nas pedras mais brutas, era Oxum quem estava lá.
Se você amou mesmo quando parecia não haver motivos, era Oxum quem estava no comando.
Se as suas lágrimas desceram como cascatas e desaguaram em um lugar distante, foi Oxum quem as levou.
Se você sorriu mesmo quando a vontade era de chorar, foi Oxum quem lhe consolou.
Se você perdeu tudo, mas não perdeu a fé e a vontade de viver, foi Oxum quem te amparou
Foi Oxum...

Douglas Fersan
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sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Perdoar é humano, mas quem perdoa se aproxima do Divino - por Douglas Fersa


É muito comum ouvirmos a célebre frase: "eu desculpo, mas não perdoo, pois só quem perdoa é Deus.

Quem repete essa frase já se coloca na posição de intolerante e intransigente. Por que devemos transferir a Deus a tarefa de perdoar se Deus - sendo o mais alto nível de perfeição - não necessita de evolução, enquanto nós, seres humanos, é que precisamos evoluir e sabemos que uma das premissas para a evolução é a prática do perdão.

Se coubesse a Deus a tarefa de perdoar, Jesus não nos teria ensinado a "perdoar setenta vezes sete". Então deixemos a hipocrisia, e empáfia e falta de humildade de lado e comecemos a assumir que somos imperfeitos, que cometemos erros e precisamos ser perdoados.  E quem precisa ser perdoado certamente também precisa aprender a praticar o perdão.

Portanto, perdoar não é divino (no sentido que colocam dentro do senso comum, justificando que só Deus pode perdoar). Perdoar é humano, mas ao perdoar nos aproximamos de Deus e assim nos tornamos mais divinos, retornando à nossa centelha criadora.

Douglas Fersan
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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Transporte - por Mãe Monica Caraccio


Muito se fala sobre transporte e descarrego na Umbanda, mas poucos são os médiuns que sabem a diferença entre essas duas práticas tão comuns em nossos trabalhos assistenciais. Foi pensando nisso que resolvi colocar hoje para vocês, de maneira bem simples, o que é o transporte e o que é o descarrego na Umbanda, para que todos possam entender como cada um desses processos funciona e saber diferenciar um do outro.

O TRANSPORTE acontece quando um médium desenvolvido, capacitado e firmado dentro de uma corrente mediúnica, por determinação do astral, incorpora uma entidade espiritual de outro médium que no momento é incapaz de incorporar, um exemplo disso é quando ocorre a incorporação do Guia Espiritual de um consulente. Esse ato requer responsabilidade, conhecimento e atenção, pois acontece por algumas necessidades especificas que devem ser compreendidas proporcionando assim o equilíbrio espiritual e energético de todos os envolvidos.

Alguns dos motivos para que o Transporte aconteça: para absorver a energia prânica do médium, assim o corpo astral do Guia é vitalizado, fortalecido e até curado; para solicitar algo específico e importante como uma oferenda; para apresentação ou confirmação da existência de um Guia.

Já o DESCARREGO acontece quando um médium desenvolvido, capacitado e firmado dentro de uma corrente mediúnica, por determinação do astral, incorpora um espírito de baixa vibração energética, mental e emocional com intuito de “limpeza”.

Algumas situações que acontecem durante o Descarrego: médium incorpora “seu” próprio Exu de Trabalho para fazer limpezas energéticas, fazer negociações e/ou vitalizar o consulente; médium incorpora o Exu do consulente para fazer limpezas energéticas, fazer negociações, vitalizar seu médium e/ou solicitar oferenda especifica para que possa defender ou descarregar seu médium junto com elementos naturais e energéticos; médium incorpora Exu ativado pela Lei que, até então, atuava de forma punitiva e paralisadora retirando elementos energéticos e recolhendo espíritos que atuavam sob seu comando; médium incorpora espíritos negativos (faixas vibratórias negativas) como sofredores, eguns, zombeteiros, vampirizadores ou quiumbas, nesses casos todo cuidado e atenção são necessários, um exemplo disso é que para esses espíritos não se deve servir cigarro, vela, bebida etc, assim como não podem ser permitidas a comunicação ou solicitação de oferendas.

Todas essas situações de descarrego acontecem por permissão da Lei Divina, e é a partir de um trabalho religioso, de médiuns preparados, onde o único intuito é a caridade, que se tem a grande oportunidade de encaminhamento destes irmãos, que necessitam de nossa ajuda para um redirecionamento evolutivo.

Tanto o Transporte quanto o Descarrego, são práticas importantíssimas que permeiam as giras de Umbanda facilitando os trabalhos dos Guias Espirituais, além disso, são práticas que requerem muita responsabilidade, disciplina e conhecimento, portanto ESTUDAR é fundamental para melhor agir, praticar e servir dentro da Lei de Umbanda e da Lei Divina.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Finados... fim de quê? - por Douglas Fersan (republicação)


Finados? Fim de quê?
Algumas datas e situações são tratadas como sagradas. Uma aparente aura imaculada, na verdade um tabu, parece pairar sobre determinados assuntos, cuja contestação parece ofender as mais profundas tradições.

É óbvio que tenho muito respeito pela dor alheia, assim como respeito também a forma como ela se manifesta em datas como o dia de finados. Mas não consigo me comover com essa data.

Talvez alguém se espante com o fato de um umbandista dizer que não se abala com o dia de finados. Mas entendo o termo “finado” como algo que se esgotou, que chegou ao fim, que não existe mais. E a existência daqueles que amei e continuo amando não chegou ao fim, pelo menos não acredito nisso. E o fato de ser umbandista só reafirma essa minha convicção.

Tive uma ligação muito forte com meus pais, mas nem por isso me abalo no dia dos pais ou das mães. Além de saber que são datas criadas com fins comerciais, tenho meus pais em grande estima todos os dias, mesmo eles já tendo feito sua passagem há tantos anos. A saudade que sinto deles é a mesma, independente da data.

Mas o dia de finados constitui algo diferente, ao mesmo tempo mórbido e especial. Longe de querer criticar quem se comove e se mobiliza nesse dia (afinal cada um tem sua forma individual de manifestar os sentimentos), mas não consigo me inserir nessa peregrinação aos cemitérios a fim de manifestar a saudade e o respeito àqueles que partiram para o plano espiritual. Como umbandista não vejo a morte como um fim, e sim como uma etapa inevitável e talvez sucessiva, dependendo do progresso moral de cada um. Vejo o ser humano, a mais complexa criação divina, como algo muito além da matéria – pensamento e espírito são, na minha concepção, coisas que transcendem o fim da carne, que sobrevivem a qualquer revés e, mesmo que não atingindo os graus mais elevados da chamada evolução, continuam a existir. Sendo assim, o que me levaria a peregrinar a um cemitério a fim de cultuar a única parte que acredito não ser eterna no ser humano? Não me faz sentido.

Prefiro tratar bem, com respeito e amor, aqueles que me são caros ainda em vida, do que levar-lhes flores em datas pré-estabelecidas após sua morte. Não quero reverenciar e amar uma lápide, prefiro dedicar meu tempo e meus sentimentos àqueles que amo enquanto ainda posso vê-los e tocá-los. Após partirem, vou continuar a amá-los, mas demonstrarei isso através das minhas preces e dos meus pensamentos, que serão diários e feitos em qualquer lugar, não necessariamente num cemitério. Aqueles que amo não findam, não acabam, nunca serão finados, pois tenho convicção na continuidade de sua existência, ainda que ela não seja tangível para mim.

Creio também que a paz daqueles que partiram depende da paz que aqueles que aqui ficaram os permitam ter. Sofrer a perda de alguém amado e chorar essa dor é natural e justificável. O que não é correto, sob o meu ponto de vista, baseado em tudo que aprendi até o momento, é cultuar o sofrimento e a dor da separação. Isso aprisiona quem deve partir e não liberta quem permanece na terra, que fica prisioneiro da própria dor.

A Umbanda me dá a fé e a força para seguir adiante, na luta cotidiana, mesmo sem a força dos entes queridos que me davam sustentação. E essa força recebo todos os dias, através da fé, dos orixás, das entidades e, quem sabe, até mesmo desses entes queridos, que quiçá já tenham atingido a luz necessária para me levantar quando preciso. E essa força eu encontro no elo que ainda me liga a eles, independente do dia ou do lugar. Encontro essa força porque a Umbanda me dá a certeza de que não existem finados. Existe a força infinita do amor, que mantém sempre unidas as pessoas que se amam verdadeiramente.

Salve todos nossos ancestrais, vivos em nossas tradições e corações.
Salve o amor infinito que une o mundo espiritual e o material.
Saravá a Umbanda.

Douglas Fersan
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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Prece aos pretos velhos


Amado Pai Maior, de joelhos peço Vosso amparo divino neste momento.

Envie Suas irradiações vivas e divinas e envolva todo meu espírito, remova todas as imantações e vibrações negativas para que, equilibrado e harmonizado, eu possa invocar o trabalhar com o mistério dos Pretos Velhos.

Amados Senhores Regentes do Trono da Evolução, peço ao amado Pai Obaluaiê e à amada Mãe Nanã Buruquê que abra o Vosso Portal e acolha minha prece.

Amados pretos velhos,

De joelhos peço a vossa presença ao meu lado direito e que através do meu lado sagrado, vós possa auxiliar-me e amparar-me neste momento de minha vida.

Peço aos senhores que me equilibrem energeticamente e acalmem meu coração, para que equilibrado eu possa direcionar meus pensamentos e escutar as vossas palavras através do meu eu interior. Os meus desejos e pensamentos já foram registrados nas telas vibratórias divinas e já estou sendo irradiado pelas esferas afins com meu estado de espírito ao qual me encontro nesse momento.

Em sua imensa luz e sabedoria, intercedam por mim, para que eu possa ser auxiliado pelas hierarquias de luz a qual estou ligado.

Mostrem-me meus erros para que consciente deles possa retificá-los.

Ó meus amado Pretos Velhos, sejam a guia que me conduzirá a senda evolutiva do Divino Criador nesta terra de meu Deus, removam todos os buracos, pedras e obstáculos que tem me prejudicado.

Nunca deixem faltar a sabedoria necessária para que eu possa tomar as decisões certas e assim remover as situações que me perturbam;

Nunca deixem faltar saúde em meu corpo material, pois sem ela não consigo viver dignamente nesta terra;

Nunca deixem faltar o alimento de todo dia;

Nunca deixem faltar esperança em realizar os meus sonhos e projetos;

Em sua morada espiritual, zelem por mim nesta terra de meu Deus.

Amém!

domingo, 13 de setembro de 2015

Mediunidade não é miojo - por Douglas Fersan


Ser médium não é um privilégio, é uma constante provação, não no sentido pejorativo, não no sentido de sofrimento, mas sim de sermos colocados à prova em todos os instantes.

Ser médium não é ter superpoderes, não é prever o futuro, não é obter vantagens do mundo espiritual para a vivência no mundo material. Ser médium não "ter" um exu, um preto velho ou um caboclo. Ser médium é SER instrumento do exu, do preto velho ou do caboclo. Acima de tudo, ser médium é ter responsabilidade e paciência.

Ser médium é ter responsabilidade, pois tudo que é dito através de nossa boca durante a incorporação deve ser somente palavras das entidades, e nunca nossas. Em outras palavras, jamais devemos usar o nome das entidades ou a (suposta) incorporação para dizer coisas que não diríamos sem nos esconder atrás do nome deles.

E ser médium é ter paciência, porque requer muita resignação. O desenvolvimento mediúnico é um processo, não um evento, e é extremamente particular: para uns mais rápido, para outros mais lento. Alguns desenvolvem a sua mediunidade rapidamente, pois, devido a diversos fatores, entram em sintonia com seus orixás e entidades mais facilmente. Outros, por fatores como a ansiedade, os vícios, os medos, a timidez, demoram mais para estabelecer essa sintonia. O importante é não pular os degraus do desenvolvimento mediúnico.

Médiuns responsáveis sentem lentamente as vibrações das entidades e as vão assimilando aos poucos. Dessa forma a "coisa" acontece de forma natural, sadia, responsável e correta. O bizarro - e irresponsável - é quando um "médium" que nunca sentir sequer uma irradiação de repente, como que se alguém apertasse do botãozinho do "ligar" sai dançando o gingado das entidades e orixás como se apesar de nunca ter sentido nada antes, naquele dia a sua mediunidade tivesse se desenvolvido instantânea e milagrosamente e seus orixás e entidades já estivessem 100% sintonizados com ele.

Estranho?
Não... infelizmente não. Mais comum do que parece.
Apenas não imaginem que as outras entidades, bem como os dirigentes e até mesmo a assistência não percebe isso. Também não confunda solo sagrado (terreiro) com palco. São coisas bem distintas.

Também não confunda mediunidade com miojo. Um fica pronto em três minutos, a outra requer equilíbrio e seriedade. E isso às vezes leva tempo.

Douglas Fersan
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terça-feira, 8 de setembro de 2015

O Templo de Umbanda é sua igreja. Ou não? - Por Douglas Fersan


Ao entrar na igreja o fiel permanece em silêncio ou fica conversando com os amigos os assuntos da semana?
Ao entrar na igreja o fiel, seja católico ou evangélico, fica contando piadas ou se mantém em prece?
Para ele não importa se a igreja é suntuosa, luxuosa ou se tem os bancos feitos em madeira rústicas o piso em cimento cru.  Ele mantém a postura adequada.  Ele entende que aquele é um ambiente sagrado e não vai, em momento algum, tomar atitudes que o profanem. Pelo menos é isso que se espera dele.

O mesmo esperamos do umbandista.
Ao entrar no terreiro de Umbanda você se lembra que está entrando em sua igreja?
Lembra que ali é onde residem as energias e as divindades que você cultua e que, portanto, deve respeitar?
Lembra que como praticante da religião é o espelho dela, ou seja, as pessoas julgam a sua religião a partir das suas atitudes?
Você se lembra que o ambiente requer respeito e palavreado adequado?  Você entende que determinadas atitudes profanam aquele lugar e que Deus, apesar de onipresente, costuma se afastar de ambientes que não condizem com uma postura adequada.

Então não importa o luxo da casa que você frequenta, o que importa é o respeito que você tem por ela.

Douglas Fersan
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sábado, 5 de setembro de 2015

Sou uma andorinha nesse inverno hostil - por Douglas Fersan

Hoje eu gostaria de colocar uma mensagem de alegria, de felicidade aqui, mas será possível?  Nessa semana o mundo se chocou com a imagem (que de tão triste prefiro não colocar aqui na nossa página) do menino sírio que morreu afogado quando a  família tentava refúgio e a embarcação naufragou no litoral da Turquia.

Ora - dirão alguns - todos os dias morrem centenas de pessoas, crianças, inclusive, de fome, de frio, de sede...  É verdade. Infelizmente é verdade.  Mas poucas vezes surgem imagens que chocam tanto, e quando elas aparecem e causam comoção, talvez seja a oportunidade para repensarmos nossa imperfeita condição humana.

Até quando fronteiras geográficas irão nos impor fronteiras fraternais e espirituais?  Até quando permitiremos que a cor da pele, a crença, a condição sexual, a origem geográfica nos separem entre melhores e supostamente piores?

Até quando permitiremos que seres inocentes, os quais nos foram confiados por Deus, sofram pelas nossas sandices?


Quando vi aquela foto, do menino de bruços na areia, não pude deixar de pensar nos meus filhos. Quantas vezes os troquei, vesti, coloquei sapatinhos... da mesma forma que os pais daquele menino fizeram com ele.  Tudo que queremos para nossas crianças é a felicidade, é um mundo melhor.  O problema é que costumamos querer isso para as "nossas" crianças, esquecendo de tantas outras crianças que existem no mundo. Acabamos deixando que os nossos idiotas valores adultos se tornem mais fortes que essa necessidade de cuidar de tanta infância dispersa por aí.

Hoje estou de luto. O mundo deveria estar de luto. Não só pelo menino, mas por toda nossa imperfeição. Pela nossa vergonhosa imperfeição, pela mesquinhez dos donos do poder e pela nossa inércia e burrice em permitir que eles e seus valores continuem sendo ditados como nossos valores.

Apesar de ser uma das poucas andorinhas nesse inverno, espero que um dia possamos fazer verão.

Tristeza profunda.
Douglas Fersan
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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Lição de preto velho - texto adaptado por Douglas Fersan

Dizem que certa vez um homem com grandes problemas procurou um terreiro de Umbanda a fim de obter ajuda.  nada em sua vida dava certo, não havia harmonia no lar, o dinheiro era curto, a saúde estava abalada. Ele foi atendido por um preto velho que perguntou se ele estava bem. O homem passou então a contar os seus problemas.

O preto velho então começou a falar disse assim:

_Você precisa seguir o seu caminho de luz, meu filho. Tem que parar de ser egoísta, se desprender das coisas materiais, precisa parar de se divertir e sentir prazer com o sofrimento dos outros, isso só te empurra cada vez mais para o fundo do poço.  Precisa elevar a alma, rezar, pedir clemência a Deus e perdão pelos seus pecados.  Precisa largar os vícios mundanos, da bebida, do fumo, do sexo.  Precisa deixar as pessoas em paz e cuidar mais do seu crescimento espiritual.

Educadamente o homem ouviu aquilo, mas ficou surpreso, pois não fazia aquelas coisas. Não era egoísta, não era apegado às coisas materiais não se divertia com o sofrimento alheio e nem tinha vícios.  Mas como era muito educado, não discutiu com o preto velho. Apenas ouviu, agradeceu e foi embora.

No entanto, a partir desse dia sua vida melhorou.  A partir daí a harmonia tomou conta do seu lar, a saúde se restabeleceu, os caminhos se abriram.

Passado um tempo, foi convidado a voltar ao mesmo terreiro de Umbanda.  Novamente aceitou e foi de boa vontade. Lá chegando foi outra vez atendido pelo mesmo preto velho, que pitava silenciosamente em seu banquinho.

Ao iniciar a conversa, antes que o homem dissesse qualquer coisa, o preto velho perguntou:

_As coisas melhoraram, meu filho?
_Sim - respondeu o homem educadamente.
_Pois é, meu filho - disse o preto velho - naquele dia em que conversamos você achou nada do que eu dizia estava certo, que não tinha a ver com o que você estava passando.  O filho só não entendeu que não era com você que eu conversava, e sim com o obsessor que estava ao seu lado, atrapalhando a sua vida.
Agradecido, o homem não conseguiu conter as lágrimas e humildemente beijou as mãos do preto velho.

Fica aqui uma dupla lição de humildade.

Texto adaptado - ouvi de um amigo de um amigo meu.
Douglas Fersan
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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Sagradas são as dores - por Douglas Fersan


Diante das dores do corpo clamamos por cura.
Sagradas são as dores, os mal-estares que nos avisam que algo não vai bem e que temos que procurar ajuda. Nesses momentos os homens de branco, os médicos são imprescindíveis em sua sabedoria científica.
Mas nós também somos importantes - em nossa sabedoria espiritual - dentro desse processo. Entender os motivos que levam nosso corpo material a pedir socorro é fundamental para ajudar no processo de cura. Afastar-se dos problemas (ou ao menos tentar minimizá-los), manter longe as pessoas nefastas é um importante passo para readquirir o equilíbrio dos chacras e da aura, que clama por socorro, pedindo insistentemente pelo bem do corpo material.
Não imagine que você é insubstituível. Tenha certeza de que é. E justamente por ser insubstituível e único nesse imenso Universo é que precisa se cuidar. Saiba o momento de dar uma pausa, de respirar a brisa da manha, sentir os primeiros raios de sol ou as gostas serenas da chuva.
Aprecie a beleza do luar. Preocupe-se com o que precisa de sua atenção, mas lembre-se que se você é importante para a solução de alguns problemas, é preciso que mantenha sua saúde íntegra para que possa enfrentá-los. Não se esqueça: você é útil, e justamente por isso deve zelar por seu corpo e pela sua alma.

Douglas Fersan
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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Sacerdote de Umbanda: eu o reconheço e o respeito - por Douglas Fersan


Os sacerdotes de Umbanda carregam uma enorme responsabilidade, pois eles orientam pessoas, famílias, vidas.

Eu saúdo os bons e verdadeiros sacerdotes, homens e Mulheres que vivem segundo os ensinamentos dos orixás.
Passam mais de mil noites em claro em honra aos orixás e zelando pelos seus filhos-de-fé.
Com o corpo cansado por trabalho árduo, seguem em favor do orixá e cuidando de grandes famílias em nome da fé que abraçaram.
O sacerdote é a coluna que mantém a chama da fé acesa.
É o guerreiro de infantaria, o primeiro a levantar a espada, é aquele que muito trabalha, mas Infelizmente é muito criticado e desvalorizado, especialmente pelo filho ingrato, que quando aprende a dar os primeiros passos, renega a fonte onde bebeu.
Ser sacerdote é ter gravado em si as histórias de seu povo.
Ser sacerdote é zelar pela continuidade do Axé.

Meus respeitos aos sacerdotes, incansáveis guardiões das tradições..
Meu pai e minha mãe benditos sejam os seus dias sobre esta terra.
Meu pai e minha mãe que seu esforço seja recompensado.
Sua bênção, pai e mãe, lhes rogo sua bênção, pois sei que só um abençoado pode abençoar.

Faço votos de felicidade a todos os zeladores.
Que Xangô lhe dê boa sorte.
Que Oxum lhes dê felicidade.
Que Oxóssi lhes dê fartura e Iansã renove a coragem.
Que Iemanjá lhes conserve a sabedoria.
E que todos os orixás digam axé e que tudo se abra em suas mãos.

Sua bênção meu pai, sua bênção minha mãe.
Que todos reconheçam o seu valor e entendam seus sacrifícios.

Douglas Fersan
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Umbanda, meu barco que não naufraga - por Douglas Fersan.

A Umbanda é filosofia de vida para quem veste o branco por dentro e por fora. Religião não é feita de lenda e mito,tem essência, motivação e o seu resultado sobre nossas vidas deve ser palpável.
A essência está aí. Está chovendo, é água, é Oxum. A folha está aí, é Oxóssi, a terra está aí, é Omolu. É preciso olhar as manifestações e a presença de Deus sobre o mundo, sobre as nossas vidas.
Não é preciso que todas as pessoas sejam da Umbanda, existem outras formas de  interagir com o mundo. Existem inúmeras maneiras de louvar a Deus e toda a Sua criação... a forma que eu escolhi é a Umbanda, existem outras e todas devem ser respeitadas. Eu jogo flores para Iemanjá, saúdo os raios, os ventos e os trovões, peço a benção aos pretos velhos e respeito as crianças.  Dou paô aos guardiões e mantenho vivas as tradições do meu povo. Povo que sofreu tanto para que sua fé e sua cultura não caísse no esquecimento.
É preciso ser sujeito dessa história e não objeto!

Douglas Fersan
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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

E se hoje fosse seu último dia? - por Rodrigo Queiroz


Pense, sinceramente nisso, o que faria? 
Passaria o dia com o amor da sua vida? Com seus filhos? Faria aquela viagem tão adiada? Sairia correndo nú pela rua? Faria alguma loucura qualquer? Enfim... 

Ao pensar nesta sentença é possível que você descubra que não conseguiria fazer tudo o que realmente desejaria neste último dia. 

Desejo que hoje não seja seu último dia e que viva muito ainda, mas sejamos honestos, o que você tem feito dos seus dias? A que você tem se dedicado tanto? O que você tem de fato construído e que é realmente importante? 

Então, como todos nós buscamos de forma instintiva a felicidade, pare agora de buscar, a felicidade não é uma meta, deve ser um estado de espírito. 

Poderia lhe dizer para viver cada dia como se fosse o último, mas isso é uma fantasia, muito provável que se fosse por isso em prática, ler este email possivelmente no ambiente de trabalho já seria algo que não aconteceria, talvez trabalhar fosse a última consideração neste caso. É uma sandice querer todos os dias gozar da vida como se fosse o último, mas há algo muito importante e eficaz que você pode fazer! 
Ao menos, todos os dias, dedique uma hora para viver como se fosse a última! 

Nesta hora aleatória, faça o que realmente lhe agrada, esteja com quem realmente lhe é importante, fale o que realmente sente, escreva o que realmente pensa, compartilhe com quem realmente valha a pena. 
Todos os dias, viva ao menos uma hora fora da mecânica, sinta-se e respeite-se, realize e transbordará em poucos dias de um estado de paz e felicidade concreta. 

Portanto, hoje, ao menos por uma hora, viva como se fosse a última! 

terça-feira, 28 de julho de 2015

O malandro da vida não é o malandro da Umbanda - por Douglas Fersan


Quando falamos em malandragem logo pensamos em marginalidade, em alguém querendo tirar vantagens de forma desonestas sobre outras pessoas. No entanto, a malandragem a que nos referimos na Umbanda refere-se à esperteza e ao jogo de cintura com que encaramos e vida e driblamos os problemas.

Os malandros na Umbanda nos ensinam que não existe problema sem solução e mostrar-se mais forte e mais inteligente que eles é a saída para livrar-se do mal que nos causam.

A malandragem na Umbanda é a arte de conviver com os problemas da vida sem se deixar dominar pela tristeza.  É saber espantar mal com o sorriso, com o canto e com o gingado.

Douglas Fersan
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sábado, 25 de julho de 2015

15 dicas de como se portar na Umbanda: 15 - Tenha paciência com os mais novos e respeito pelos mais velhos (Douglas Fersan)


15. Tenha paciência com os novos e respeito pelos mais velhos.
Nunca duvide do potencial de alguém.  Muitas vezes, quando um médium jovem começa seu desenvolvimento num templo de Umbanda, outros costumam torcer o nariz e se esquecem que um dia já estiveram nessa condição. Todos um dia começaram...  somos todos eternos aprendizes.

Por outro lado é comum (ainda mais em tempos de internet, que facilita o acesso a informações - nem sempre confiáveis) vermos o conhecimento dos mais velhos (e experientes) ser menosprezado ou colocado em dúvida.  Não podemos esquecer que a maior faculdade de Umbanda é o terreiro e os maiores mestres são os pretos velhos, caboclos, exus...  De nada valem cursos, faculdades, ter dado duas, três ou quatro obrigações aos orixás...   Nada disso equivale à experiência, e isso só se adquire com o tempo, que nem todos têm paciência para respeitar.

Então nunca esqueça: todos são importantes dentro de um ritual de Umbanda. Jovens que desenvolverão sua potencialidade e os mais velhos, que transmitirão seu conhecimento. A vida é uma eterna escola.

Douglas Fersan
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quinta-feira, 23 de julho de 2015

15 dicas de como se portar na Umbanda: 14 - Fale menos e escute mais (Douglas Fersan).


14. Fale menos e escute mais.
Somos todos meros aprendizes e se estamos em um templo espiritualista é porque os espíritos que ali se manifestam sabem mais que nós.  Os mais antigos na religião também, portanto é fundamental manter os ouvidos abertos aos ensinamentos e às experiências que eles podem nos transmitir.

Dizem os antigos que "quem fala demais dá bom dia a cavalo", ou seja, acaba falando besteira, perdendo a grande oportunidade de ficar calado.  Quem fala demais fala o que não deve, fala dos outros, é maledicente, inconsequente e se torna desagradável.  Quem fala demais é porque cuida demais do comportamento e da vida dos outros e, por consequência, deixa de fazer a sua parte.

Não deixe de falar o que é necessário, mas antes avalie se realmente aquilo é necessário, senão você acabará caindo em descrédito, pois é isso que fatalmente acontece com quem fala demais.  E quem fala de um, fala de todos.

Os antigos também diziam que Deus nos deu dois ouvidos e uma boca justamente para ouvirmos mais e falarmos menos.  Sábios esses antigos...

Douglas Fersan
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quarta-feira, 22 de julho de 2015

15 dicas de como se portar na Umbanda: 13 - Não apresse os acontecimentos; tudo acontece no tempo certo (Douglas Fersan).


13. Não apresse os acontecimentos. Tudo acontece no tempo certo.
A maioria das pessoas que entra para a corrente de Umbanda é tomada por um certo fascínio, o que é perfeitamente compreensível, afinal ver a dança dos orixás, ouvir as entidades cantando seus pontos, o som dos atabaques é algo indescritível e só quem está dentro de um templo de Umbanda compreende.

Assim, os novatos na Umbanda ficam ávidos pelos acontecimentos. Querem a todo custo desenvolver a sua mediunidade, querem dar passagem aos seus guias, querem fazer obrigações, amacis, e tudo mais que faz parte do ritual.

Mas na Umbanda não existe curso supletivo. Tudo é fruto de caminhada passo a passo, sem atalhos.  É preciso paciência e resignação para vivenciar cada passo da caminhada do desenvolvimento. Primeiro sentir apenas alguns arrepios, depois a vibração das entidades e todo o processo até que elas tenham firmeza para estar realmente em terra e realizar seus trabalhos.

De nada adianta querer fazer obrigações a esse ou aquele orixá. É preciso antes de tudo estar preparado para fazê-los, pois é uma questão de responsabilidade, conhecimento e firmeza.

Cai em grave erro o médium que força a situação e coloca a carroça na frente dos bois.  Assim ele estará impedindo que a mediunidade realmente se manifeste e estará "furando a fila", impedindo que seus guias consigam realmente ter o controle da situação.

A Umbanda é uma escola e as conquistas vêm de degrau em degrau. E subir respeitosamente os degraus nos torna mais fortes, sábios, competentes e responsáveis.

Douglas Fersan
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segunda-feira, 20 de julho de 2015

15 dicas de como se portar na Umbanda: 12 - acate as regras do terreiro, elas são fruto de um trabalho construído (Douglas Fersan)


12. Acate as regras do terreiro. Elas são fruto de um trabalho construído.
Lembre-se que quando você chegou ao terreiro ele já existia e as regras que o regem também.  Elas são fruto de um trabalho construído ao longo de anos, a partir das necessidades percebidas pelos dirigentes e pelas entidades da casa.  Cada vertente umbandista (e existem várias) segue uma tradição, portanto não tente impor ou subverter uma tradição que é nova para você.  Se em outro terreiro você praticava os rituais de uma forma diferente, lembre que você estava em OUTRO terreiro.

Você não é o dono da verdade e nem o juiz das situações. Muitas vezes não concorda com determinada regra ou forma de trabalho, mas ela foi instaurada a partir da observação atenta de quem já trabalhava na casa antes de você.  Se não concorda ou não entende, procure o dirigente e pergunte, mas não tente ser o revolucionário tentando levantar bandeiras que irão subverter o que já existia antes e que provavelmente você não sabe a razão.  Se essas regras e esses costumes existem é porque são necessários para o bom funcionamento dos trabalhos.

E mais importante ainda: JAMAIS USE O NOME DAS SUAS ENTIDADES para dizer que essa ou aquela regra está errada.  Errado está você ao não compreender que quando suas entidades aceitaram trabalhar naquela casa, automaticamente elas já aceitaram as regras que haviam lá.  Ao usar o nome das entidades para dizer o que você não teve coragem de dizer à paisana, você cai num duplo erro: o da insubordinação e o da mistificação. Então, se tiver que falar, fale por você, diga que VOCÊ não concorda, mas tenha fundamentos, argumentos sólidos e não esqueça que as regras já existiam quando você chegou lá e ao entrar, automaticamente você as aceitou.

Douglas Fersan
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domingo, 19 de julho de 2015

15 dicas de como se portar na Umbanda: 11 - Use menos o "eu" e mais o "nós" (Douglas Fersan).


11. Use menos o "Eu" e use mais o "NÓS".
Não se iluda. Sozinho você não abre uma gira de Umbanda. Sozinho você não dá passes, sozinho você não tem mironga e nem axé.

Sabe por que não?  Porque sozinho você é apenas o médium, o instrumento, a ferramenta.  Além dos seus irmãos encarnados, que fortalecem e fazem funcionar uma gira de Umbanda, você precisa dos orixás e dos seus guias (mentores), e sem eles você não é nada. Você não é um mago, um super-médium e nem nada disso.

Você é importante dentro dos trabalhos. Mas não é único e nem insubstituível, então pare de alimentar seu ego com falsas crenças num potencial ou num super-poder que provavelmente você não tem. Você terá sim, muita força para ajudar as pessoas, mas desde que tenha todos os seus irmãos fortalecendo a corrente, os guardiões dando a devida proteção, os orixás emanando as radiações necessárias e as entidades para falar através do seu aparelho.  Senão, você será só o aparelho...  desligado. Só isso.

Então pare de falar que fulano foi ao terreiro por causa do "seu" baiano ou do "seu" caboclo ou do "seu" preto velho.  Eles não são seus. Você que é um mero instrumento para a prática da caridade. E só será um instrumento eficiente se estiver de coração e espírito puro e estar puro inclui lavar-se do ego também.

Então, se  quer ser um bom trabalhador de Umbanda, pare com o estrelismo. Não precisamos disso. Deixe seu ego em casa, de preferência trancado num baú a sete chave e passe a usar o "NÓS" no lugar do "EU".  Afinal, já diziam os antigos, que uma andorinha só não faz verão... imagina uma gira de Umbanda então.

Douglas Fersan
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quinta-feira, 16 de julho de 2015

15 dicas de como se portar na Umbanda: 10 - Cuide da linguagem usada e dos assuntos abordados dentro do templo (Douglas Fersan)

10. Cuide da linguagem usada e dos assuntos abordados dentro do templo.
O templo de Umbanda é nossa igreja, e assim sendo, merece todo nosso respeito. Não é um ambiente qualquer, não é um ambiente mundo e não deve ser profanado com palavras e assuntos inadequados.

Entendemos perfeitamente que além de ser a nossa igreja, é também o local onde encontramos nossos amigos, muitos dos quais só os vemos ali e só ali temos a oportunidade de conversar. No entanto, o respeito ao sagrado deve ser maior...  sempre.

A palavra tem poder, isso é fato aceito por praticamente todas as correntes espiritualistas.  Portanto, palavras de baixo calão não contribuirão em nada para o bom andamento dos trabalhos espirituais.  Ao contrário disso, servirão para dispersar a atenção e até mesmo os seres iluminados que se fazem presentes e primam pelo ambiente respeitoso.

Pior ainda é quando além de palavras chulas, os assuntos abordados são de mau gosto ou má intenção.  Fofocas, comentários maliciosos, abordagens deselegantes, piadas de mau gosto, maledicência... nada disso combina com o ambiente espiritualista e com certeza dão forças àqueles que querem  encontrar uma fragilidade para quebrar a corrente.

Portanto, cuide de seus atos e pensamentos, mas cuide também de suas palavras. Elas possuem mais poder do que você imagina e portando-se de maneira adequada, você estará contribuindo com os trabalhos mais do que imagina.

Douglas Fersan
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quarta-feira, 15 de julho de 2015

15 dicas de como se portar na Umbanda: 09 - Não imite as atitudes de seus irmãos-de-fé e suas entidades; seja você mesmo (Douglas Fersan)


09. Não imite as atitudes de seus irmãos-de-fé e de suas entidades. Seja você mesmo.
É muito comum, principalmente aos iniciantes na Umbanda, admirar um ou outro médium e suas entidades. É comum (e compreensível) também o desejo de ser como eles, afinal bons exemplos devem ser seguidos. No entanto, se olharmos nossas mãos, veremos que os dedos são todos diferentes, embora igualmente úteis e necessários.

Se um determinado médium, ao incorporar seu caboclo, usa um penacho na cabeça, não significa que você deve fazer o mesmo. Se ele faz isso (em se tratando de um médium sério), é porque aquele penacho possui algum fundamento e é, portanto, uma ferramenta de trabalho dele.  Se você, em sua admiração e deslumbre, fizer o mesmo ao incorporar seu caboclo, certamente o fará sem utilidade alguma, pois provavelmente seu caboclo não precisa de um instrumento de trabalho igual ao do outro.

Ou pior: provavelmente (e isso é mais frequente), você estará tomando a frente da entidade. Pois pediu um apetrecho de trabalho desnecessário, por pura vaidade e se é que havia um caboclo com você, ele se afastará.

O mesmo ocorre com postura.  Não é porque um exu, ao se manifestar, solta uma gargalhada, que todos devem fazer o mesmo, transformado uma gira que deveria ser séria, em uma disputa de gargalhadas, como se a entidade mais barulhenta fosse a mais habilitada e competente.

Mais habilitado e competente é o médium que se entrega sobriamente aos seus trabalhos, sem necessidade de espetáculos e sem querer imitar ninguém - nem encarnados ou desencarnados.  É aquele que deixa que a entidade tome conta da situação e guarda sua vaidade no íntimo do seu ser, entendendo que a entidade possui a sua personalidade e suas admirações pessoais e sua vaidade jamais devem interferir na manifestação dos espíritos que se manifestam para praticar a caridade.

Agindo assim, com sobriedade, você estará contribuindo para que suas entidades ganhem força e credibilidade. Para que sejam elas mesmas e que você comece a construir sua identidade espiritual, afinal assim como na vida material, no mundo espiritual também existe a personalidade e a individualidade, que devem ser respeitados.

Douglas Fersan
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15 dicas de como se portar na Umbanda: 08 - Trate bem a assistência, um dia você esteve lá (Douglas Fersan)


08. Trate bem a assistência. Um dia você esteve lá.
É fundamental lembrar que quem procura um templo de Umbanda geralmente o faz pela dor. Raros são os que o fazem por amor ou por curiosidade acadêmica (pesquisa), ou mesmo atendendo a um simples convite para conhecer o local.

O consulente chega ao templo, na maior parte das vezes, machucado, fragilizado, assustado e inseguro. Diante desse quadro psicológico é fundamental receber bem as pessoas, desde a sua entrada no recinto, cumprimentando-as com um singelo "boa noite", até o momento do atendimento e maiores orientações.

Somos o espelho daquilo que praticamos.  Se nos portarmos com civilidade e gentileza, passaremos uma imagem positiva da nossa religião.  Na mesma proporção em que, se agirmos de maneira grosseira, passaremos uma imagem negativa.  O que vão pensar de nossa religião depende de nós mais do que imaginamos.

E não se trata apenas de transmitir uma imagem positiva da Umbanda.  Trata-se, acima de qualquer coisa, de um ato de civilidade, solidariedade e amor fraterno.  Como se sente um doente que procura um médico e no lugar do remédio recebe o desprezo, como infelizmente sabemos que tanto acontece em nosso país?

Não esqueçamos, então, que a Umbanda é o hospital para muitos, que não encontram o remédio para males do corpo e da alma.  E como dizia o profeta: gentileza gera gentileza.

Douglas Fersan
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segunda-feira, 13 de julho de 2015

15 dicas de como se portar na Umbanda: 07 - Controle seus olhares e seus desejos dentro do templo (Douglas Fersan)


07. Controle seus olhares e seus desejos dentro do templo.
O templo de Umbanda é um solo sagrado, é a nossa igreja, um recanto de harmonia, respeito e fé, onde não deve existir espaço para olhares maliciosos e desejos não condizentes com o local.

Pessoas bonitas sempre existirão e apreciar o belo não é pecado, mas em sua devida hora e lugar, e principalmente com respeito. Admirar não equivale exatamente a desejar, mas infelizmente nem sempre é isso que acontece.

Dentro de um templo de Umbanda todos devem se portar como irmãos.  E entre irmãos não existem olhares maliciosos e desejos de cunho sexual. Pensamentos libidinosos são armas eficientes nas mãos daqueles que de tudo fazem para quebrar a harmonia de uma casa e os elos da corrente de fé e espiritual que a protegem.  Por outro lado é importante que cada um se preserve também, a fim de evitar que esses olhares sejam despertados nos irmãos/irmãs de fé.  Roupas decentes e adequadas devem ser usadas no trabalho, afinal sendo o templo de Umbanda a nossa igreja, não é lugar também para o uso de roupas provocativas.

Não se trata de puritanismo ou conservadorismo, e sim de bom senso diante do comportamento esperado pelos praticantes de uma religião dentro do solo que para eles deve ser tratado como sagrado.

Douglas Fersan
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sábado, 11 de julho de 2015

15 dicas de como se portar na Umbanda: 06: Jamais faça comentários desnecessários (Douglas Fersan)


06. Jamais faça comentários desnecessários.
Não existe ferramenta mais eficaz para derrubar um terreiro de Umbanda do que a fofoca.  As forças contrárias à luz e à evolução dos encarnados parecem perceber isso e fomentam esse tipo de comportamento, portanto vigiar as próprias palavras é mais do que uma opção, é um dever de cada filho-de-fé.
Se você viu ou ouviu algo que não considera correto ou incomodou, procure o dirigente da casa e peça para que ele o coloque face a face com a pessoa que causou o transtorno para que o caso seja esclarecido amigavelmente (um bom dirigente tenta sempre conciliar, evitando agravar os desentendimentos).
Se as suas palavras, os seus comentários sobre o que você pensa, viu ou ouviu não vão acrescentar nada, guarde-os para você.  Isso é um exercício de reforma íntima e com o tempo perceberá que você mesmo está sendo beneficiado com essa ação.
Nunca esqueça o valor das suas palavras deve ser maior que o valor do seu silêncio.

Douglas Fersan
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segunda-feira, 6 de julho de 2015

15 dicas de como se portar na Umbanda - 05: Tenha o mesmo respeito por todas as entidades (Douglas Fersan)


05. Tenha o mesmo respeito por todas as entidades.
Não é porque um médium está na Umbanda há mais tempo ou porque você tem mais afinidade com ele, que as suas entidades são melhores ou merecem um tratamento diferenciado. Você pode ter e tem direito às suas afinidades, mas o respeito deve ser igual a todos, independente das suas preferências e independente da função que o médium ocupa no templo. Se a Espiritualidade maior permitiu àquela entidade vir em terra para trabalhar é porque ela está pronta para isso e merece nosso respeito, que na escala evolutiva estamos degraus abaixo.  Quando um médium, usando o pretexto do cargo que ocupa no terreiro, exige que suas entidades recebam um tratamento diferenciado, é sinal de quem naquele momento quem está falando é o seu ego aflorado, e não a própria entidade. E quem cai nesse engodo de servir a essas vontades mesquinhas torna-se uma marionete nas mãos dessas pessoas despreparadas.
Tratar a todos de forma respeitosa mostra sua capacidade de altruísmo e superação frente às suas vontades pessoais, que devem ficar do lado de fora do terreiro.

Douglas Fersan
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domingo, 5 de julho de 2015

15 dicas de como se portar na Umbanda - 04: Trate a todos como você gostaria de ser tratado (Douglas Fersan)


04. Trate a todos como você gostaria de ser tratado.
Nunca esqueça que quem procura um templo de Umbanda geralmente o faz pela dor. Receber as pessoas com educação, carinho e amor fraterno é dever de cada membro da corrente. Trate-os como você gostaria de ser tratado ao entrar pela primeira vez em um lugar que ainda não conhece: com respeito e hospitalidade.  Não importa se você é o dirigente, médium, cambone ou a pessoa que anota o nome dos consulentes. Todos são importantes para o bom funcionamento dos trabalhos espirituais e ninguém possui um posição hierárquica superior, possuem apenas funções diferentes. Perante a espiritualidade somos todos seres humanos encarnados usados como instrumentos para a prática da caridade. Não trate com desdém os problemas de quem procura ajuda, não os trate como estranhos, e sim como um irmão que nada mais pede do que solidariedade.  E da sua boa educação dependerá a impressão que ele terá sobre toda a religião, pois a tendência do leigo é generalizar aquilo que ainda não conhece.  Ou seja, você é responsável pela imagem que os outras fazem sobre a nossa religião.

Douglas Fersan
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sexta-feira, 3 de julho de 2015

15 dicas de como se portar na Umbanda: 03 - Nunca se julgue insubstituível - por Douglas Fersan


03. Não se julgue insubstituível.
Você é um médium, ou seja, um intermediário, uma ferramenta. Não deixe que seu ego supere as suas qualidades. Insubstituíveis dentro de um templo de Umbanda é Deus, seus guardiões e orixás. Nós, meros mortais, médiuns agimos apenas como instrumentos para que esses seres mais evoluídos realizem o seu trabalho. Não deixamos de ter o nosso mérito por conta disso, mas esse mérito não pode se tornar vaidade a ponto de nos acharmos superiores aos demais trabalhadores da casa. Muitas vezes aquele médium que está quietinho em um canto, em prece apenas, está realizando um trabalho extremamente eficiente e nem e nem os demais se dão conta disso. Portanto, não deixo que se ego fale mais algo que o valor de sua mediunidade. Dentro de um templo somos todos irmãos e como tais temos nossos valores, qualidades e defeitos. E a espiritualidade, sábia como é, saberá substituir um médium corrompido pela vaidade por alguém que ainda tenha o coração puro e livre desse vício.
Douglas Fersan
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quarta-feira, 1 de julho de 2015

15 dicas de como se portar na Umbanda: 02: Não prometa o que não poderá cumprir


02. Não prometa o que não poderá cumprir.
Lembre-se que quem procura um templo de Umbanda geralmente o faz por desespero e dor. Falsas promessas não ajudarão essa pessoa. Se não consegue ver uma solução para os problemas dessa pessoa, ofereça seu ombro amigo, ofereça a sua solidariedade e o amor fraterno, mas não crie falsas esperanças que poderão causar ainda mais sofrimento no futuro. Na Umbanda trabalhamos com a honestidade e a verdade.  Falsas promessas nada fazem do que causar mais transtornos a quem precisa de ajuda e alimentar o orgulho mesquinho de quem as faz, acreditando que assim irá arrebanhar adeptos. E na Umbanda não precisamos de adeptos, precisamos de amor fraterno.

Douglas Fersan:
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sexta-feira, 26 de junho de 2015

15 dicas de como se portar na Umbanda: 01 - realize suas tarefas com amor e dedicação (Douglas Fersan)

15 dicas de como se portar na Umbanda:

01. Realize suas tarefas com amor, dedicação e boa vontade sempre. Não existe trabalho que não seja digno dentro da Umbanda. Acender uma vela, buscar uma bebida, limpar o banheiro para que a assistência seja bem atendida só torna mais nobre quem realiza essa trabalho. Mas lembre-se de fazê-lo com boa vontade, sem achar que o trabalho do outro é mais importante ou valorizado que o seu. Faça com amor, pois com amor retornará e tenha boa vontade ao realizá-lo, pois a gratidão é o maior tesouro que conquistamos quando trabalhamos com a espiritualidade.

Douglas Fersan
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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Um conto de sereia - por Douglas Fersan

Contava a preta velha que Ogum caminhava por todos os cantos da terra.  Percorreu montanhas, cachoeiras, matas, estradas, cumprimentou seu irmão Exu nas encruzilhadas...

Mas quando a noite caía, Ogum sentia um vazio em seu peito. Era como se seu coração de guerreiro estivesse ali, mas sem bater. Não conseguia entender isso e sempre que tinha essa sensação, se refugiava em cantos escuros, onde poucos circulavam e ali ficava tentando entender sua angústia.

Até que numa noite de lua cheia, contava a preta velha, Ogum, novamente tomado por esse sentimento repentinamente, não teve tempo de se refugiar nos locais de costume.  Sem opção, ficou caminhando à beira-mar, observando o reflexo da lua sobre a água enquanto sofria com seu vazio.

Foi então que Ogum ouviu algo...  um som doce e ao mesmo tempo melancólico.  Algo que penetrava em seus ouvidos e ia fundo em sua alma.  Era um canto, mas não qualquer cantoria... Não era o lamento dos que sofrem nem a euforia dos vencedores.  Era um canto de fé e amor, que seduziu a alma do guerreiro.

Como um perdigueiro que procura a presa, Ogum percorreu a orla em busca de quem cantava.  Foi quando viu, à luz do luar, uma imagem que nunca mais esqueceu: uma bela mulher, de seios fartos penteando os cabelos com os dedos, sentada numa pedra ainda na água rasa da praia.  Ogum se aproximou da sereia e nada disse.  Apenas beijou seus lábios longamente.

A preta velha conta que toda a angústia do guerreiro foi embora junto com a sereia ela mergulhou de volta na água, e que cada vez que Ogum se sentia angustiado, a procurava para através desse ritual de amor levar sua tristeza embora.  E assim é até hoje: quando estamos tristes, doentes, vitimados por sentimentos negativos, entregamos tudo isso à linda sereia, que leva todas as nossas angústias para o fundo do mar.

_Se até o maior dos guerreiros precisou da ajuda da seria para se fortalecer" - disse a preta velha enquanto pitava seu cachimbo - "quem somos nós para não acreditar na força das sereias do mar?"

Autor: Douglas Fersan
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quarta-feira, 24 de junho de 2015

As dez coisas que as sombras mais gostam que você faça: 10 - O ceticismo.


10. - Que jamais acredite na sua intuição e que siga apenas a voz da razão e que não confie em nada, absolutamente nada que não seja comprovado cientificamente ou que não tenha relevância acadêmica. Em especial, que você abandone a sua sensibilidade de perceber as coisas e situações, acreditando apenas no que você vê com os próprios olhos. De preferência, quando situações ruins acontecerem em sua vida, vitimize-se e rapidamente encontre um culpado, que certamente não deve ser você.

Deixe de ouviu sua intuição, a voz do seu coração, e certamente as portas se abrirão para as sombras, que se aproveitam dessa fraqueza.  Mantenha viva e acesa a chama da fé e ela afastará de si todas as trevas e o seres que vivem nela, que tentam incessantemente atrapalhar a sua vida.

Lembre-se que fé saudável é fé racional, mas o excesso de ceticismo fecha as portas da espiritualidade que vibra positiva a seu favor.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

As dez coisas que as sombras mais gostam que você faça 09 - A indisciplina.


9. - Que a sua disciplina seja muito ruim e que você nunca tenha persistência para seguir seus objetivos, para realizar suas práticas diárias de conexão com Deus e que nunca tenha perseverança em seguir os seus sonhos.

As sombras adoram pessoas que não se organizam, que atrasam seus compromissos e não os cumprem, que fazem as coisas de qualquer maneira, que procrastinam seus deveres. Essas pessoas dificilmente realizam um bom trabalho espiritual, não conseguem sequer se proteger espiritualmente e se tornam vítimas fáceis dos seres trevosos.

Lembre-se de estabelecer uma rotina para sua vida e, mais do que isso, de cumprir essa rotina de forma a otimizar seus afazeres e ter bons resultados naquilo que pratica e faz. Cumpra com responsabilidade aquilo que a espiritualidade lhe pede. Coisas que geralmente são tão simples, exigem pouco sacrifício e são eficientes no sentido de livrá-lo dos ataques das sombras.

domingo, 21 de junho de 2015

As 10 coisas que as sombras mais gostam que você faça: 08 - Os vícios.


8. - Que você elimine da sua vida a oração, a meditação e qualquer tipo de prática espiritual. De preferência que você substitua essas práticas por vícios como drogas, álcool, fumo, alimentação desequilibrada, jogos e sexo promíscuo. Quanto mais você abandonar práticas saudáveis, mais você contribuirá para abrir a porta de acesso que liga os seres das sombras até você.

Sem perceber, você alimenta obsessores através de hábitos não saudáveis. Seres viciados se aproximam e "grudam" em suas vítimas, induzindo-as ao consumo das substâncias e hábitos que satisfazem seus vícios, levando-as a se afundar cada vez mais.  Se perceber que algo em sua vida está se tornando vício - desde o uso de cigarros e bebidas, até o uso da internet e a gula - procure se reequilibrar. Se necessário busque ajuda espiritual, talvez as sombras estejam lhe induzindo ao vício.

domingo, 14 de junho de 2015

As 10 coisas que as sombras mais gostam que você faça: 07. O fanatismo.


As 10 coisas que as sombras mais gostam que você faça:

7. - Que você seja fanático, determinista, inflexível, convicto e fascinado. Quanto menos tolerância, equilíbrio, leveza e sensatez você tiver nos seus atos, mais você contribuirá para as estratégias dos seres das sombras.

Não pense que o fanatismo é privilégio dessa ou daquela religião. Ele existem em todas as vertentes e torna as pessoas cegas, ignorantes, incapazes de raciocinar e um alvo fácil dos seres das trevas, que se aproveitam de mentes enfraquecidas para dominá-las e fazer seu estrago.

Acredite, tenha fé, mas não se irracional. Deixe que a sua fé seja movida pela razão e lembre que nem tudo é fruto de influência divina, diabólica ou espiritual. Muitas vezes (e na maioria delas) os fatos que ocorrem são fruto da ação dos seres encarnados. Então não feche seus olhos para a razão, permitindo que os seres das sombras dominem e limitem seu pensamento.

terça-feira, 9 de junho de 2015

As dez coisas que as sombras mais gostam que você faça: 06. A ignorância.


6. - Que você jamais estude e que nunca busque o desenvolvimento de seus potenciais. Em especial que você seja acomodado, preguiçoso e sem iniciativa. Quanto menos você cuidar do seu corpo, da sua mente, das suas emoções e do seu espírito, mais você ajudará a facilitar o trabalho das sombras. Quanto mais alienado e cético você for, melhor.

A ignorância equivale a portas abertas para as sombras. Quem não busca sabedoria e conhecimento não sabe se defender, não reage aos ataques, se acomoda facilmente e se entrega por não saber lutar.
As trevas lutam bravamente para que você continue na ignorância. Uma forma eficiente de combater os seres das sombras é mostrar-se conhecedor de suas próprias defesas. Leia, estude, pergunte aos mais experientes. Existem diversas formas de aprender. Conhecimento não ocupa espaço.

sábado, 6 de junho de 2015

As 10 coisas que as sombras mais gostam que você faça: 05; A vingança e a falta de perdão.


5. - Que você jamais perdoe, que sinta muita raiva e desejo de vingar-se das pessoas as quais lhe fizeram mal. Além disso, que você faça valer a sua palavra a qualquer preço, sem compaixão, sem paciência e sem respeito. O tipo de campo de energia produzido por esses sentimentos alimenta muito a força dos seres das sombras, oferecendo a eles alimento, energia e campo de ação para suas investidas nefastas.

Pensamentos de ódio e de vingança parecem ferver seu sangue...  você acredita piamente que ao praticar um ato de vingança conseguirá se sobrepor ao seu inimigo, mas aí mora o grande engano.  Quanto mais você se liga a esses pensamentos e desejos malévolos, mais os seres das trevas ganham força para ficar ao seu lado. O maior prejudicado é você.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

As 10 coisas que as sombras mais gostam que você faça: 04. O egoísmo.



4. - Que você não se preocupe jamais com os outros. Que não pense em caridade, em bem-estar alheio, em colaborar para a formação de uma sociedade mais digna e elevada. Quanto mais você pensa unicamente nos seus interesses mundanos, mais você agrada e facilita o trabalho das sombras.

Quem professa uma religião espiritualista pensa coletivamente, vibra com a alegria de seus irmãos e sofre com a tristeza deles. Não faz de seu pequeno mundo o centro do universo e nem da sua vontade a prioridade sobre o grupo. O egoísta pensa muitas vezes que está sozinho, mas está sempre acompanhado... das sombras.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

As 10 coisas que as sombras mais gostam que você faça: 03. A falta de compromisso com a vontade de Deus.


3. - Que você não estabeleça uma conexão com a Fonte Divina ou Deus. Que você acredite que só se vive uma vida. Em especial que você se concentre em aproveitar a vida no sentido de apenas se divertir o tempo todo, principalmente, que você não dê atenção à evolução do amor e da consciência. Quanto menos você pensar e agir no sentido de realizar a missão da sua alma, que é o propósito da sua existência, mais você agrada os seres das sombras e mais você facilita o trabalho deles.  A vida terrena é efêmera, passageira, num breve estalo se esvai, no entanto o seu compromisso eterno com a espiritualidade será vivenciado segundo a segundo e cada ser vivo, encarnado ou não, tem um compromisso com Deus: o compromisso de evoluir e auxiliar na evolução de outros.  Ao se preocupar apenas os prazeres frívolos da vida, é como se estivesse rompendo um contrato com o Divino, afastando-se dele.  Assim estão escancaradas as portas para que os seres das sombras se aproveitem da sua irresponsabilidade e fragilidade.

terça-feira, 2 de junho de 2015

As 10 coisas que as sombras mais gostam que você faça: 02. A falta de fé.

As 10 coisas que as sombras mais gostam que você faça:

2. - Que você tenha muita dúvida, que sinta-se inseguro o tempo todo e que não tenha fé na vida, nas pessoas e nas possibilidades que o universo nos oferece. Isso o torna frágil, desprotegido e vítima fácil dos ataques das sombras. Sua fé é sua armadura e sua muralha. Se você você fraquejar, será um alvo fácil daqueles que querem impor sofrimento, desordem e desarmonia em sua vida. Para todos os momentos da vida vale a máxima "orai e vigiai", pois da mesma forma que os nossos protetores estão atentos, os seres das sombras também.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

As 10 coisas que as sombras mais gostam que você faça: 01. A mentira

As 10 coisas que as sombras mais gostam que você faça:

1. - Que você minta, que não viva a verdade em cada ato, que não faça da vida aquilo que gosta, que procure preponderar os interesses materiais em relação aos conscienciais e que jamais cumpra com a sua palavra.

domingo, 31 de maio de 2015

Amor de marinheiro - por Douglas Fersan


Dizem que o marinheiro olhava as estrelas e as achava solitárias, apesar de serem tantas no céu.  Ouvia o lamento das ondas e acreditava que o mar chorava, mas quem chorava era seu coração.

O marinheiro estava solitário, aliás, sempre estava solitário. Sua companhia era a maresia e a garrafa de rum que esvaziava tão rapidamente.  Não acreditava mais em amor.  Conseguia um carinho aqui e outro ali, mas não eram carinhos sinceros, eram sempre movidos a interesses: pagava-se uma bebida e em troca recebia um beijo, um cafuné...

Mas isso não espantava a tristeza nem a solidão.
O marinheiro queria algo que preenchesse o vazio de sua alma, mas só que o satisfazia era o balanço do mar. E, diziam, no mar nunca encontraria um amor, pois o mar é profundo e obscuro, belas mulheres temem o mistério do mar.

Mas foi naquela noite, observando as estrelas, que percebeu outro som que não era apenas o lamento das ondas do mar.

♫♫♪ Um pouco de ti deixo aqui,
um pouco de ti vou levar,
no corpo um pouco de areia,
um pouco do sal do mar ♪♪♫♪♫♪

Prestou atenção naquele som... era um canto doce... doce como o mel.
Marinheiros não estão acostumados a coisas doces, já que levam a vida na água salgada e bebem o amargor da solidão.

Da pedra onde estava sentado, olhou ao redor e viu uma bela mulher... Deitada sobre o rochedo, sendo acariciada pelas ondas do mar, a bela sereia entoava seu cando delicado.

Sem titubear o marinheiros caminhou até aquela bela figura, beijou seus lábios e sentou ao seu lado e ficou ouvindo seu canto a noite inteira.  Quando o dia estava para raiar, a sereia o beijou, num gesto de despedida e voltou para a água.

O marinheiro nunca mais foi visto.
Contam que não conseguiria viver sem o cheiro de sal da sereia e nem das conchinhas que enfeitavam seus cabelos. Até hoje há quem acredite que o marinheiro virou encantado e se casou com a princesa Janaína e que junto com ela reina sobre as profundezas azuis do mar,

Autor: Douglas Fersan
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