segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A Mulher e o seu papel nas Religiões Afro-brasileiras.


Não é raro discutirmos nas comunidades do Orkut, e mesmo nos blogs, a questão de gênero, e neste caso, as mulheres sempre estão à frente destas discussões provocando vários debates pertinentes, mas muitas vazes passa batido a questão de que em nosso país a cultura patriarcal machista ainda impera não absoluta mas com força.

As mulheres vem conquistando seu espaço paulatinamente, e dentro das religiões afro-brasileiras não é diferente, seu espaço se consolidou de tal forma que é notório o quanto elas dedicam suas vidas a religião, muitas estão na vanguarda, promovendo fóruns e debates para levar a tona esta questão que é de fundamental importância para o entendimento dentro das casas e da sociedade.

Dentro do contexto religioso, as mulheres vem lutando para quebrar barreiras, uma matéria no site povo de aruanda me chamou atenção, de uma militante religiosa ao publicar um artigo sobre as mulheres de santo, basta clicar na palavra que você irá ao link da matéria.

É muito importante sabermos que dentro das religiões afro-brasileiras a mulher se consolidou em todos os cargos de direção de casas mas também de associações e federações ligadas aos cultos, isso se deve a capacidade de comprometimento dentro da militância religiosa e o amor com que assume as tarefas colocadas, uso a expressão militante sim pois a religião não está somente no campo espiritual, ela extrapola as quatro paredes das casas e barracões para trabalhos de conscientização e social. Nossas dirigentes tem dado exemplos disso com ações afirmativas montando entidades beneficentes para promover projetos sociais.

A saúde da mulher é um ponto que sempre deverá estar em pauta, vejo isso muito pouco discutido, mas de importância tamanha, hoje as mulheres tendem a ter mais câncer de mama, pouco se vai ao ginecologista, e cuidados preventivos devem estar na pauta das casas entre nossas mulheres.

Só que estamos engatinhando, a violência doméstica existe, as barbáries contra as mulheres estão em todas as esferas e o preconceito também, mesmo dentro da religião, esta é uma luta que devemos tomar como nossa, é papel de todos nós desencadear uma grande corrente para denunciar os abusos contra as mulheres, e no caso de nossa religião contra dirigentes que cometam esses crimes também, alerto a todos os dirigentes das casas sobre esta questão que é fundamental, e de enorme importância, assim estaremos contribuindo para enterrar de vês o preconceito e a discriminação de gênero.


Axé irmãos.....


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A Umbanda em debate

"É provável que todos já tenham ouvido a expressão: "O Brasil é um grande caldeirão". Talvez não tenhamos o mesmo requinte da culinária francesa, bastante tradicional, nem da japonesa, adaptada às suas condições regionais, mas no nosso "caldeirão" cabe uma grande feijoada, onde diversos elementos se misturam, ganhando um sabor especial - a digestão (entenda-se compreensão) desse prato pode ser um pouco pesada às vezes, mas certamente é apaixonante e paradoxalmente original ao mesmo tempo em que é universalista. No Brasil as coisas misturam-se tanto, que é possível estudar a culinária, a formação étnica e cultural, ao mesmo tempo em que se tenta entender a sua religiosidade."
Amigo leitor deste blog, como diz uma querida amiga Madá, beiçei a introdução de um texto de outro amigo e colaborador deste Blog Douglas Fersan para iniciar aqui o diálogo sobre as vertentes dentro da Umbanda, tudo por que, estamos criando vários conceitos e estudos em torno das religiões Afro-brasileiras, o texto do Douglas já seria o bastante se aprofundado dentro da Umbanda e na ferida exposta.
É muito provável que discordemos das diversas teorias, e práticas que muitas vezes são incorporadas na Umbanda, imolação, elementais, Orixás, Magia entre tantas outras coisas já trazidas para dentro da religião, até mesmo o Esoterismo.
Mas qual é a verdade? Podemos afirmar que a Umbanda Esotérica, Traçada de Nação, Tradicional, Omolocô, dentre tantas definições estão erradas ou certas?
Quem vai atirar a primeira pedra? Você, eu ou tantos outros pelas comunidades do Orkut, e debatedores da religião. Afirmar o certo ou errado é trazer a luz do absolutismo sem perceber que a religião é flexível, no caso das Afro-brasileira, ela esta sempre agregando conhecimento e embutido em seus rituais aquilo que tem de bom para ajudar o seu próximo.
Umbandistas definirem-se como espíritas, trata-se de um erro conceitual?
A própria Umbanda procura sua identidade, os defensores de Zélio de Moraes irão dizer que ela é pura com seu advento, outros, que a Umbanda iniciou com a chegada dos escravos, outros com o sincretismo. Mas ninguém afirma que trabalha dentro de uma casa promovendo a sua missão, que é ajudar ao próximo com o dom que lhe foi dado. Teorizar sobre a religião é fácil? Não e afirmo que tentar passar uma mensagem clara é um desafio constante entre dirigentes e pessoas ligadas a religião.
Quando pensei em escrever este texto pensei claramente no impacto de desgaste que assumiria para mim, pois bem chego à conclusão da importância da religião em minha vida e como tenho contribuído com minhas atitudes, e vejo vários militantes fazendo o mesmo cada um à sua forma.
Quando nós Umbandistas, tivermos claro que a religião se transforma, mas não perde sua essência, saberemos entender cada linha ou vertente nela existente, quando derrubarmos a soberba, e olhar com bons olhos o que seu irmão faz para o próximo estaremos avançando e quebrando pré-conceitos entre nós mesmos.

"A arte da magia se faz presente em todas as civilizações conhecidas, desde as mesopotâmicas até as ameríndias, cada qual adaptando rituais e métodos de acordo com sua crença e cultura. Assim, a magia tem atravessado séculos, resistindo a perseguições e tentativas de minimizá-la ou então de classificá-la, de forma preconceituosa, como crendice popular. " Este outro trecho beiçado do meu amigo Douglas, serve para ilustrar que a Magia da Umbanda está em juntar no mesmo caldeirão: Brancos, Negros, Índios, Pobres, Ricos, Doentes, Gays, Ladrões, Prostitutas, alias todas as camadas da sociedade excluídas ou não.

Isso acontece na Igreja Católica, Protestante, Judaísmo, e nas religiões Afro-brasileiras não é diferente, não praticamos a conversão mas temos claro o conceito de certo e errado para questões sociais. Agora, e para a Umbanda, temos claro que ela pode se dividir e multiplicar?

Esta é minha contribuição para formatação de um debate mais amplo, e profundo, tenho convicções e acredito na minha religião, agora apontar o dedo para o meu próximo por que ele segue Zélio e eu faço imolação jamais farei, sabendo que ele prestará um auxilio ao próximo para mim é suficiente, agora pergunto e finalizo este texto assim: Você é capaz de se despir de vaidades para entender melhor a religião?

Axé irmãos......


Fontes: TEXTOS DE DOUGLAS FERSAN

COMUNIDADES DO ORKUT: Canto do Orixá, Amigos Umbanda e Espiritismo e Oxalá o Rei da Umbanda.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O número 7

Como professor de matemática que sou, e praticante da religião de Umbanda, também conhecida como a religião dos mistérios, não pude deixar de perceber a exaltação pelo número 7, pois, segundo a história conhecida da sua anunciação, no dia 15/11, e sua primeira reunião com esse nome, no dia 16/11 (1 + 6 = 7), pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas, passei a notar coincidências ou não, por esse número considerado por muitos, místico.

Além disso, muitos consideram o número como sendo cabalístico, dentro de nossa religião, pois temos:
7 são as Nações que praticam a Umbanda
7 são as Linhas de cada Nação
7 são os
Orixás que comandam estas Linhas
7 são as Posições Fundamentais e
Liturgias na Umbanda
7 são as
rogatórias do Pai Nosso
7 cidades sagradas da
Índia
Vivemos mais rodeados do número 7, do que imaginamos, e podemos listar desde o entretenimento, passando pelas artes e chegando na religião e astronomia. É só questão do ponto de vista que olhamos.
Alguns exemplos: Aqui no Brasil dizem que os gatos têm 7 vidas, temos as 7 Maravilhas do Mundo Antigo - as pirâmides de Gizé, os jardins suspensos da Babilônia, a estátua de Zeus em Olímpia, o templo de Ártemis em Éfeso, o mausoléu de Helicarnasso, o Colosso de Rodes e o farol de Alexandria, e recentemente as 7 Maravilhas do Mundo Moderno - a Muralha da China, a cidade de Petra na Jordânia, a cidade de Machu Picchu no Peru, as pirâmides de Chichén Itzá no México, o Coliseu de Roma, o Taj Mahal na Índia e o Cristo Redentor no Rio de Janeiro.
Continuando no entretenimento, no ano novo as pessoas costumam pular 7 ondas na praia, fazendo pedidos, que podem ter algo a ver com uma das 7 virtudes humanas - esperança, fortaleza, prudência, amor, justiça, temperança e fé. Quando temos chuva e sol ao mesmo tempo podemos ver as 7 cores do arco-íris - vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta.
O arco-íris pode inspirar uma pessoa a criar uma música usando as 7 notas musicais - dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Aliás, 7 são os anões da Branca de Neve - Mestre, Feliz, Dengoso, Soneca, Atchim, Zangado e Dunga -, e 7 também são os anões da Quadrilha de Morte - Clyde, Dum Dum, Yak Yak, Pockets, Zippy, Snoozy e Softy.
Existe, no ramo das artes o Manifesto das 7 Artes - música, dança, pintura, escultura, teatro, literatura e cinema. E por isso o cinema é conhecido com a "sétima arte", porque é o sétimo dessa lista.
Tão grande é a utilização do número 7 em nosso dia-dia, que temos sua freqüência de utilização na filosofia, na matemática, na história, na geografia, no esoterismo, na teosofia e, principalmente na religião.
Citemos alguns exemplos e veremos como se aplicam o número 7 em nosso inconsciente, por exemplo, na geografia 7 são os mares navegáveis - mar Adriático, mar Arábico, mar Cáspio, mar Mediterrâneo, mar Negro, Golfo Pérsico e mar Vermelho. No cotidiano, 7 são os dias da semana, na teosofia temos os sete raios de luz ou
mestres ascencionados da sociedade secreta Grande Fraternidade Branca, sendo eles:
El Morya -- Primeiro Raio, cor azul-celeste
Lanto -- Segundo Raio, cor amarelo-ouro
Paulo Veneziano -- Terceiro Raio, cor rosa
Seraphis Bey -- Quarto Raio, cor branca
Hilarion -- Quinto Raio, cor verde
Nada -- Sexto Raio, cor púrpura-dourado
Saint Germain -- Sétimo Raio, cor violeta

No esoterismo temos os 7 elementais:
Arcanjos, Anjos, Devas, Silfos, Gnomos, Salamandras e Ondinas.
Porém para citar algo sobre a filosofia e religião temos que citar o livro do nosso irmão Alexandre Cumino, intitulado “Deus, deuses, divindades e anjos”, onde ele cita nas páginas 190 e 191, o seguinte:
“De acordo com Johhn Heydon, o sete é um dos números mais prósperos e também tem sido definido como o todo ou o inteiro da coisa à qual é aplicado; contudo, Pitágoras referia que o sete era o número sagrado e perfeito entre todos os números, e Filolau (século V a.C.) dizia que o sete representava a mente. Macróbio (século V d.C.) considerava o sete como o nó, o elo das coisas. O sete, por sua vez, é um número primo e também é o único de 1 a 10 que não é múltiplo nem divisor de qualquer número de 1 a 10.

O filósofo grego Platão de Egina (429–347 a.C.) no seu Timeu ensinava que, do número sete, foi gerada a alma do mundo. Santo Agostinho via nele o símbolo da perfeição e da plenitude. Santo Ambrósio dizia que era o símbolo da virgindade. Este simbolismo era assimilado pelos pitagóricos, entre eles Nicômano (50 d.C.), em que o sete era representado pele deusa Minerva (a virgem), que era a mesma Atena de Filolau (370 a.C.). Por outro lado, na Antiguidade associava-se o sete à voz, ao som, a Clio, musa da história, ao deus egípcio Osíris, às deusas gregas Nêmesis e Arastia e ao deus romano Marte.

Na Antiguidade, o sete já aparecia como uma manifestação da ordem e da organização cósmica.

Era o número solar, como é comprovado nos monumentos da Antiguidade: os sete planetas divinizados pelos babilônicos; os sete céus (ymgers) de Zoroastro; a coroa de sete raios e os sete bois das lendas nórdicas. Estes últimos eram simbolizados por sete árvores, sete estrelas, sete cruzes, sete altares flamejantes, sete facas fincadas na terra e sete bustos.

Com relação à Cosmologia, o Universo antigamente era representado por uma nave com sete pilotos (os pilotos de Osíris), e, segundo a escritora Nar­cy Fontes, nossa galáxia (Via Lác­tea) é formada por um Sol central, sete outros Sóis e 49 planetas (sete planetas para cada Sol).

A Lua passa por fases de sete dias: crescente, cheia, minguante e nova respectivamente.

Na tradição sânscrita, há freqüentes referências ao sete ou SAPTAS: Archishah – sete chamas de Agni; Arânia – sete desertos; Dwipa – sete ilhas sagradas; Gâvah – sete raios ou vacas; Kula – sete castas; Loka – sete mundos; Par – sete cidades; Parna – sete princípios humanos; Ratnâni - sete delícias; Rishi – sete sábios; Samudra – sete mares sagrados; Vruksha – sete árvores sagradas.

Na Teologia zoroastriana (Masdeís­mo, 550 a.C.), há sete seres que são considerados os mais elevados, são os Amchaspands ou Ameshaspendes (se­te grandes gênios): Ormazd ou Ormuzd ou Ahura- Mazda (fonte da vida); Brahman (rei desse mundo); Ardibehest (produtor do fogo); Shahrivar (forma­dor de metais); Spandarmat (rainha da terra); Khordad (governante dos tem­pos e das estações); Amerdad (gover­nante do mundo vegetal). Opostos a estes havia os sete Arquidevas (demô­nios ou poderes das trevas). Nesta Teologia masdeísta inicialmente exis­tiam sete graus iniciáticos no culto de Mitra:* corvo (Vênus), grifo (Lua), sol­dado (Mercúrio), leão (Júpter), persa (Marte), pai (Saturno), heliódromo (Sol ou corredor do Sol).

Mitra nasceu no dia 25/12, tinha como número o sete e em honra a ele havia os sete altares de fogo, deno­minados de sete Pireus.

Na Teologia romana, na corte do deus Marte ou Mars (Ares Grego), figu­ravam sete divindades alegóricas: Pallor (a Palidez); Pavor (o Assombro); Virtus (a Coragem); Honor (a Honra); Secu­ritas (a Segurança); Victoria (a Vitória); Pax (a Paz).

Na Teologia dos sumérios, a deusa Inana tinha de atravessar sete portas para chegar diante dos juízes do mundo inferior.

As tabuletas assírias estão repletas de grupos de sete: sete deuses do Céu; sete deuses da Terra; sete deuses das es­feras flamejantes; sete deuses ma­léficos; sete fantasmas; espíritos de se­te Céus; espíritos de sete Terras”.

Sendo assim, temos muitos motivos para abordar as divindades de Deus se­gundo o “Mistério do Número 7”, o que me é muito familiar também por ser umbandista, uma religião (Umbanda) que aborda seu próprio universo a par­tir do que chamamos “Sete Linhas de Umbanda”, em que se assentam os Ori­xás, divindades cultuadas na Umbanda”.

Concluímos com o texto do nosso irmão resumidamente falando sobre as diversas aplicações do número 7 em diversas áreas que a prosperidade do número reflete para nossa vida.

Podemos citar inúmeros acontecimentos descritos na Bíblia Sagrada acontecimentos com a freqüência do número 7, onde temos:
· Os 7 livros do
Antigo testamento: Livro de , Livro dos Salmos, Livro dos Provérbios, Livro do Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Livro da Sabedoria, Livro do Eclesiástico (Sirac);
· A criação do mundo em 7 dias;
· As 7
vacas, 7 espigas do sonho do Faraó, desvendado por José do Egito;
Sem contar os 7 pecados Capitais: vaidade, avareza, ira, preguiça, luxúria, inveja e gula , as os 7 sacramentos da igreja:
Batismo, Confirmação, Eucaristia, Sacerdócio, Penitência, Extrema-unção e Matrimônio, as sete dores de Nossa Senhora: A perda do menino Jesus no Templo, A fuga para o Egito, O encontro com Jesus na rua da amargura, A Crucificação de Nosso Senhor Jesus Cristo, A morte de Jesus Cristo, O Filho morto é colocado em seus braços O sepultamento de Jesus e as 7 chagas de Cristo.
Temos ainda, que Jesus em sua última suplica, tenha dito 7 palavras na cruz: "PAI EM TUAS MÃOS ENTREGO MEU ESPÍRITO"
Pensemos se, tal número condiz com o real, ou é somente coincidência?

Abraços fraternais

Jairo Pereira Jr. - 2009


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A magia na Umbanda

Magia nada mais é do que a manipulação de elementos e da energia neles contida. Como numa experiência alquímica, manipula-se esses elementos a fim de atingir um objetivo determinado, e não há nada de sobrenatural nisso. Sobrenatural seria aquilo impossível de se alcançar, já a manipulação mágica, sendo possível, é algo perfeitamente natural – o diferencial é que foge à compreensão convencional, o que a coloca à margem dos demais conhecimentos.
A arte da magia se faz presente em todas as civilizações conhecidas, desde as mesopotâmicas até as ameríndias, cada qual adaptando rituais e métodos de acordo com sua crença e cultura. Assim, a magia tem atravessado séculos, resistindo à perseguições e tentativas de minimizá-la ou então de classificá-la, de forma preconceituosa, como crendice popular. Mas na realidade, a crença na magia ultrapassa os limites das barreiras sociais e até culturais. Ao recorrer a simpatias, benzimentos, determinadas rezas, nada mais se está fazendo do que apelando para a magia.
Assim, é possível afirmar que a Umbanda é a síntese da magia, pois agrega elementos dos mais diversos povos: europeus, africanos e ameríndios – isso sem contar as correntes que tentam inserir novos elementos à sua liturgia. Então, a Umbanda é magística por excelência.
Entretanto, é sempre bom tomar o cuidado para não se deixar iludir e cair naquela crença infantil de que a magia é a solução para tudo. A Inteligência Universal certamente atua sobre o destino de cada um, só permitindo que aconteça aquilo que for de seu merecimento ou necessário ao seu aprimoramento espiritual. A função da magia, nesse caso, é fornecer “meios” para que os trabalhadores do Universo (que alguns chamam de anjos, outros de mentores, outros, simplesmente de “guias”) possam trabalhar e auxiliar os homens naquilo que necessitam.
Existem aqueles que, deslumbrados com aquilo que acreditam ser possível conseguir com a magia, ou ainda, desconhecendo as Leis que regem o Universo, passam a acreditar que tudo podem conseguir usando essa ferramenta, buscando atingir seus objetivos, não importando os meios. Tentam – e acreditam conseguir – burlar as Leis mais primordiais que existem. Muitas vezes conquistam um sucesso efêmero, o que os deixa ainda mais iludidos, já que não possuem a compreensão das dívidas que contraem ao tentar (em vão) ludibriar os olhos do Astral, que nada deixam de ver.
O uso da magia deve ser responsável. As Leis de Umbanda são severas, usar seus meios requer responsabilidade e maturidade e infelizmente não são todos que estão preparados para isso. Aceitar a magia que a vida realiza naturalmente, dia a dia, é um grande sinal de resignação e sabedoria, pois quem assim o faz, respeita aquilo que preparou para si, já que tudo é fruto do merecimento. Manipular energias e elementos com responsabilidade é um trabalho nobre, mas é para poucos, pois são poucos os que sabem fazer isso sem interferir nas Leis do Universo, que é é justo, como justa é a Umbanda, que caminha sempre à trilha das Leis de Deus.