quarta-feira, 30 de março de 2016

Banho de sal grosso: use, mas não abuse - Douglas Fersan



O banho de sal grosso é provavelmente o mais popular de todos. Basta alguém passar por um dia difícil que já vem logo alguém dizendo que é bom tomar um banho de sal grosso. Mas será que é tão simples assim?

O sal grosso é um poderoso agente neutralizador, usado desde tempos memoráveis - não apenas como banhos, mas até mesmo em batizados de alguns cultos, por se acreditar que seu forte poder neutralizador seria capaz de promover uma limpeza energética tão grande a ponto de limpar o ser do próprio "pecado original" (sic).

A verdade é que, como já foi falado, o sal grosso é um poderoso agente neutralizante e realmente é eficiente na retirada de energias. Mas como tudo que existe no meio espiritual e também material, deve ser usado com conhecimento e cuidado. Não é por qualquer motivo, um simples dia difícil no trabalho, por exemplo, que já se vai tomando um banho de sal grosso.

Em primeiro lugar, por ser um agente neutralizante, ele "limpa" o campo espiritual da pessoa de TODAS as energias, tanto as negativas e indesejadas, quanto as positivas e que nos dão proteção. Traduzindo: ao tomar um banho de sal grosso, você retira sim as energias negativas, mas tira também as suas proteção, pois já que ele é um neutralizante, ele não faz a distinção entre o que deve e o que não deve retirar.

Depois é preciso observar o modo como se toma esse banho: sempre do pescoço para baixo, nunca jogando na cabeça, evitando assim atingir os chacras coronal e frontal.

É preciso observar também a regularidade com que se faz esse banho. Não se deve abusar, pelas razões já descritas: evitar de neutralizar as energias positivas e protetoras. Evite fazer esse banho mais de uma ou duas vezes por mês.

Por fim, e talvez o mais importante, SEMPRE que fizer o banho de sal grosso, faça em seguida um banho de ervas, para repor as proteções neutralizadas por ele. Pode ser banho de alecrim e manjericão macerados (não fervidos), também do pescoço para baixo, feito sempre APÓS o sal grosso. O banho de sete ervas também é recomendado nessas situações.

Então, cuidado com aquilo que parece popular demais. Atrás de uma verdade popular podem existir perigos que desconhecemos. Use sim o banho de sal grosso, mas com parcimônia e da forma correta. Assim conseguirá se livrar daquilo que o incomoda e terá as proteções que necessita.

Douglas Fersan
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quinta-feira, 24 de março de 2016

Tenha uma páscoa doce... e transformadora - Douglas Fersan


Estamos no período da páscoa, palavra que deriva de "passagem". É o período da passagem de um estágio para o outro, do pior para o melhor, da escravidão para a liberdade, da sombra para luz, da ignorância para o conhecimento.
A páscoa é mais do que uma data comercial, é o momento de refletir sobre a condição e sobre as necessidades de mudanças internas. É preciso se transformar a cada dia, a cada hora, a cada minuto. Metamorfosear-se é preciso, senão a passagem por esse plano cármico seria inútil.
De nada adianta viver anos sobre a Terra e retornar à pátria espiritual com os mesmos ranços que o prendiam a esse plano. Aqui temos a oportunidade de depurar nossas falhas, de refletir sobre elas e fazer de cada instante vivido uma páscoa. Não torne sua existência um tempo inútil.
Tenha uma páscoa doce, mas acima de tudo transformadora.

Douglas Fersan
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quarta-feira, 23 de março de 2016

Como Deus rezaria o Pai Nosso?




COMO DEUS REZARIA O PAI NOSSO?

Meu filho

que estás na Terra,
preocupado, solitário, desorientado.
Eu conheço perfeitamente teu nome,
e o pronuncio santificando-o porque te amo.
Não. Não estás só, mas habitado por mim
e juntos construiremos este Reino,
do qual tu vais ser herdeiro.
Gosto que faças minha vontade,
porque minha vontade é que tu sejas feliz.
Conta sempre comigo e terás o pão para hoje.
Não te preocupes.
Só te peço que saibas compartilha -lo
com teus irmãos.
Sabes que perdôo todas tuas ofensas,
antes mesmo que as cometas,
por isso te peço que faças o mesmo
com os que a ti ofendem.
Para que nunca caias na tentação,
toma forte a minha mão e eu te livrarei do mal.
Te amo desde sempre.
Amém.
Teu Pai.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Almas ficam onde se encantam - Douglas Fersan




Não são poucas as vezes que nós, umbandistas, somos procurados por pessoas interessadas em realizar magias para o amor, ou melhor, as populares "amarrações".


A Umbanda não se nega a ajudar as pessoas a encontrar a sorte no amor, a felicidade que tanto buscamos para a realização de uma vida plena, ao lado de alguém que se ama. Pedir ajuda para ser feliz no amor não é errado e nem pecado, assim como também não é errado ajudar alguém a encontrar essa felicidade.


Entretanto não faltam aqueles oportunistas, mercadores da fé, que não hesitam em realizar esses trabalhos de amarração, extorquindo verdadeiras fortunas daqueles que os procuram. Ambos estão errados. O que suja o nome da Umbanda ao realizar esses trabalhos e aqueles que pagam por isso, pois ferem algo que há de mais sagrado: o livre arbítrio.


Caminhos de sucessivas infelicidades se traçam para ambos, pois a lei do retorno é fatal. Quem paga para satisfazer um capricho pessoal, muitas vezes egoísta e quem recebe para violar as leis divinas um dia responderão por isso. Esquecem que a espiritualidade está à nossa disposição, mas para a prática da caridade, da solidariedade e do bem. Burlar esse princípio certamente acarretará em danos moras e espirituais futuros.


Não caia nessa armadilha, num primeiro momento o "feitiço" pode funcionar, mas a lei divina com certeza é mais eficiente. Almas não foram criadas para serem amarradas. Elas ficam onde se encantam.






Douglas Fersan

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quinta-feira, 10 de março de 2016

Viva a raiz africana, seus galhos, folhas e frutos - Douglas Fersan




Viva a África, raiz de nossas crenças e mãe de nossas tradições.

Somos fruto de uma miscigenação, mas constantemente caímos no erro de acreditar que ao longo da história da construção do Brasil e de sua identidade cultural, a África ficou restrita ao cruel papel de fornecedora de mão-de-obra escrava. Esquecemos (e os livros de história esquecem, tão focados na cultura europeia) que a África forneceu mais do que escravos. Junto com eles chegou ao Brasil uma imensa carga cultural que construiu a identidade do povo brasileiro, tão presente no nosso cotidiano.

Somos africanistas, pois todos os dias, na maioria das vezes sem perceber, repetimos na linguagem, na crença, na alimentação, hábitos que os nossos ancestrais trouxeram e perpetuaram a duras penas.

E foi a duras penas que conseguiram manter viva a chama de sua fé, que ainda hoje lutamos para manter acesa, apesar de tanto desconhecimento e perseguição.

Pagar a dívida contraída com o continente africano é uma tarefa praticamente impossível. O que podemos fazer é agradecer e reconhecer a imensa contribuição cultural e espiritual que herdamos. Salve a mãe África, suas raízes, galhos, folhas e frutos.


Douglas Fersan

quarta-feira, 9 de março de 2016

A Umbanda não presta e eu sou crente - por Fábio Verch




A UMBANDA NÃO PRESTA E EU SOU CRENTE

"Com o passar do tempo, fui me aprofundando cada vez mais nos estudos e aprendendo mais sobre a Umbanda. Aprendi duas coisas: A Umbanda não presta e eu sou crente.

Nos últimos dez anos, aprendi que a Umbanda não presta para pessoas que não têm caráter. Não presta para pessoas que vivem da religião, e não para a religião. Não presta para aqueles que usam o nome de Deus em vão. Não presta para aqueles que vivem de ilusão, para aqueles que buscam uma vida fácil e sem nenhum sacrifício.


A Umbanda realmente não presta para aqueles que não têm amor ao próximo, que não buscam a caridade como meio de se elevar ao nosso grande Pai. A Umbanda não presta para aqueles que não buscam estudar e se aprimorar como ferramentas para que seus guias encontrem caminhos de se manifestarem. A Umbanda não presta para aqueles que não entendem a simplicidade de um Preto-Velho, a humildade de um Caboclo e a pureza de uma criança.

A Umbanda não presta para aqueles que não se arrepiam com o som do atabaque vibrando no peito, não sentem o perfume da defumação, o significado da pemba e a simbologia das imagens. A Umbanda não presta para quem não tem fé.

Aprendi também que ser crente, por definição do dicionário é: “1. Que, ou pessoa que tem fé religiosa; 2. Sectário ou sectária de uma religião; 3. Que, ou pessoa que acredita”. Assim sendo, sou crente, pois acredito, creio e confio nessa Religião pela qual, a cada dia, eu me apaixono mais.

Sou crente nos Orixás, sou crente nos Pretos-Velhos. Sou crente que um dia nossa Umbanda possa ter mais filhos do que afilhados. Mais bandeiras espalhadas pelo mundo. Mais Caboclos gritando e atirando flechas para o alto.

Sou crente naquilo que faz meu coração querer bater mais alto que o atabaque. Sou crente na Umbanda. Sou Umbandista, graças a Deus!"

Por: Fábio Verch