segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Tenha fé na Umbanda - por Alexandre Cumino



Se você que é Umbandista está pas­sando por dificuldades, lembre-se todos passam por dificuldades e não é por conta de ser adepto desta ou daquela religião e sim porque a vida tem algo para nos dizer, algo para se aprender dentro de nossas necessidades e mere­ci­mentos.

Procure dar um sentido a suas dores e frustrações. 
Tente olhar de fora e compreender melhor.

Medite, esvazie a mente, reze, converse com seus guias. Procure ir na natureza, veja como a vida é maior e mais preciosa que todas as dificuldades juntas.
Antes de sair cor­rendo para buscar receitas mágicas e mirabolantes da mão de pessoas que só tem interesse em rendi­mentos monetários a custo de sua dor e sofrimento, tenha fé na Umban­da.
Tenha fé em Deus e nos Orixás, agüente firme as difi­culdades que a vida nos dá,
busque com os Guias – Enti­dades/Espíritos – de Umbanda a melhor forma de passar por esta dor seja ela qual for. 

Alexandre Cumino

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

15 de novembro: dia nacional da Umbanda


O porque do 15 de Novembro como Dia Nacional da Umbanda
Segue um texto muito pertinente com o mês corrente  extraído de  ”A Umbanda Brasileira”, livro de José Fonseca  publicado em 1978 , depois de passar pelo Jornal ” Gira de Umbanda” em 1976.  É uma carta de esclarecimento  do  C.O.N.D.U.  sobre  a escolha do 15 de Novembro como dia nacional da Umbanda, bem como o seu significado para a religião e o movimento umbandista.
O Conselho Nacional Deliberativo da Umbanda foi criado em 12 de Setembro de 1971 sendo o primeiro órgão umbandista de caráter nacional, que conseguiu agregar em sua reunião de 1976 , 25 federações de Umbanda de todo o país,  totalizando mais de 40.000 terreiros e tendas  representadas no evento, que teve entre as suas pautas,  a escolha do dia nacional da Umbanda.
É interessante observar no  texto o desconhecimento existente na década de 70 de grande parte do movimento umbandista da história  ocorrida em 1908 – bem como do próprio rito original, cujo estudo e análise ainda hoje é renegado pela grande maioria dos umbandistas –  os motivos da escolha do 15 de novembro pelo próprio Caboclo das  Sete Encruzilhadas para a sua manifestação e a anunciação da nova religião, as considerações feitas sobre o 13 de maio, como sendo a data mais apropriada para representar a Umbanda, o que representa a existência de uma grande associação na época, da origem da Umbanda, o seu surgimento, com as religiões e a cultura afro-brasileira. Posição ainda sustentada por grande parte das vertentes africanistas de Umbanda, que relutam em reconhecer fatos históricos;  a Umbanda como religião puramente brasileira, a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade,  Zélio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas como os fundadores e precursores da Umbanda.
Acredito que  é  um texto de certa importância e riqueza para os umbandistas;
Boa leitura!
Pedro Kritski.
Porque Milhões de brasileiros escolheram 15 de Novembro como o DIA NACIONAL DA UMBANDA
O CONSELHO NACIONAL DELIBERATIVO DA UMBANDA-C.O.N.D.U. – por intermédio de sua representante no Estado do Amazonas, a Cruzada Federativa Espírita de Umbanda,  tomou conhecimento do comentário da sessão “Umbanda – Quimbanda”  do jornal  “ A Notícia”,  de Manaus,  em 11 do corrente mês,  sob o título “Escolha Justa”,  no qual se lê que  “ a suposta escolha de 15 de novembro para ser considerado o Dia da Umbanda,  sugerida num encontro umbandista, no Rio de Janeiro, vinha decepcionando”… e que  “a data diz respeito à  Proclamação da República,  nada tendo a ver com a Umbanda, o que significa que foi sugerida por profanos,  por quem desejava apenas homenagear um centro”… ”Os umbandistas amazonenses disseram que o 13 de Maio,  data da libertação dos escravos é realmente a mais indicada”.
O C.O.N.D.U. esclarece que:
A data de 15 de Novembro foi proposta pelas entidades federativas do Rio de Janeiro, na I Convenção Anual deste Conselho,  da qual participaram 25 federações,  representando a maioria absoluta dos Estados;  e que não opuseram qualquer objeção à escolha.
Entre as datas sugeridas – 13 de Maio, consagrada aos Pretos Velhos –  e 22 de Novembro – dia de Araribóia –  venceu por unanimidade 15 de Novembro.  Nessa data,  em 1908,  manifestou-se pela primeira vez,  numa sessão da Federação Espírita,  em Niterói,  uma entidade que declarou trazer a missão de estabelecer um culto,  no qual os espíritos de índios e de escravos poderiam desenvolver seu trabalho espiritual,  organizado no plano astral do Brasil.  Na época,  esses espíritos aproximavam-se das reuniões espíritas,  mas as suas mensagens eram recusadas,  por serem eles considerados atrasados,  tendo em vista a condição de humildade com que se identificavam.
A entidade,  que se apresentou aos videntes como um mentor espiritual,  deu o nome de CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS.
No dia seguinte,  verdadeira multidão compareceu à residência do médium – um jovem de 17 anos,  Zélio Fernandino de Moraes,  de tradicional família fluminense.  A entidade manifestou-se e determinou as normas do novo culto,  que teria o nome de UMBANDA, declarando fundado o primeiro templo de Umbanda,  cuja prática seria exclusivamente a caridade espiritual,  através de passes, desobsessões e curas de enfermos.
O templo,  que tomou o nome de Tenda Nossa Senhora da Piedade, funciona ainda hoje,  no centro do Rio de Janeiro (Rua D. Gerardo, 51) com uma filial ( Cabana de pai Antônio ) num sítio em Boca do Mato,  Cachoeiras de Macacu,  completando,  em Novembro próximo, 69 anos de atividade.
Prosseguindo a sua missão,  o Caboclo das 7 Encruzilhadas fundou mais 7 templos,  cujos dirigentes foram escolhidos entre os grupos de médiuns preparados nas sessões doutrinárias que a entidade estabelecera,  às quintas-feiras à noite,  para esclarecimentos sobre a doutrina espírita,  o Evangelho e as normas ritualísticas da Umbanda.  Estas normas determinavam:  médiuns uniformizados de branco, cânticos sem acompanhamento de atabaques nem palmas ritmadas;  preceitos baseados apenas em água,  amaci de ervas,  flores e pemba, atendimento totalmente gratuito,  não sendo admitido estabelecer nem aceitar retribuição financeira de espécie alguma.  Os templos, organizados administrativamente,  mantinham-se pelas contribuições dos associados.
Milhares de templos,  em quase todos os Estados,  descendem desse grupo inicial,  conservando, em sua maioria,  a pureza da doutrina e da ritualística.  Formou-se assim a religião de Umbanda – denominada,  de início,  Lei de Umbanda,  ou Linha Branca de Umbanda – cujos mentores são os Caboclos e os Pretos-Velhos.
Justifica-se,  portanto,  a escolha da data de 15 de Novembro,  por não se prender apenas a uma das falanges principais da Umbanda e sim a ambas:  Caboclos e Pretos Velhos.
A referência feita à Proclamação da República deve-se ao fato de ter sido ela determinante da igualdade religiosa estabelecida pela primeira vez na Constituição da República,  em 1889,  o Estado deixou de ter uma religião oficial,  permitindo assim que todos os credos, inclusive a nossa doutrina,  se difundissem livremente.
(Jornal “Gira de Umbanda” 1976)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

SOU UMBANDISTA, APENAS UMBANDISTA!!! ESTA É A MINHA VERDADE!!! - Por Alexandre Cumino


Não vemos católicos que são judeus, não vemos muçulmanos pentecostais, não vemos budistas jainistas.

No entanto vemos umbandistas que são candomblecistas, umbandistas católicos, umbandistas espíritas, umbandistas evangélicos e etc.

Muito curioso, praticar duas religiões que tenham fundamentos totalmente diversos.

Sou umbandista, apenas umbandista, pois a Umbanda me basta em todos os sentidos e expectativas.

Pertencer a uma religião é ter seus valores como valores de sentido para nossa vida. Viver com valores dissonantes é ter uma vida com caminhos dissonantes. Cada religião tem uma egrégora de energia própria, nem sempre as egrégoras se complementam, muitas vezes se chocam, por conta de seus valores e convicções diversos.

Pertencer a muitas religiões não é como fazer muitos cursos e pendurar seus diplomas na parede, cada religião chama, e algumas exigem, que seu adepto assuma seus valores em um caráter confessional, ou seja confissão de fé, aceitação de que alí está a sua verdade. Fica a pergunta: onde está sua verdade, onde está seu coração?

Pertencer a muitas religiões pode criar uma hipocrisia religiosa, num dia da semana você nega os valores que prega no outro dia da semana.

Multipla pertença religiosa tem sido usado como rótulo para dizer que é mais descolado, mais espiritualizado. O que não corresponde a verdade. O mais espiritualizado é aquele que vai mais fundo dentro de si mesmo para vencer suas dores e dificuldades e logo se torna um bem para todos... por se tornar alguém melhor, mais bacana, mais agradável.

Usamos palavras como humildade, paciência e desprendimento para rotular quem é mais espiritualizado e logo os interessados em ser mais espiritualizados vão forjando uma imagem de si mesmos, forjando uma máscara social de mocinhos e mocinhas da luz... este é o “ego espiritualizado”, uma hipocrisia espiritual.

Ser espiritualizado é ser você mesmo antes de tudo e tomar consciência da vida material, espiritual, mental e emocional tudo junto. Mesmo porque, querer ser espiritual, negando o corpo e a mente é um erro cometido por religiões repressoras que prometiam o céu a quem nega-se tudo que existe no mundo.

Mesmo nos dedicando muito a uma única religião, ainda assim não é fácil ter um aprofundamento da mesma em nossa alma e espírito... o que dirá praticando muitas... Não se consegue ter profundidade em nenhuma, fica sendo algo superficial. Nos enchemos de coisas e elementos externos para tentar tapar um buraco existencial, nossos medos e fraquezas.

Existem muitas religiões porque existem muitas formas diferentes de entrar em contato com o sagrado, com o divino, e cada grupo de pessoas se identifica de uma forma, ou cria uma nova forma de sentir e expressar sua espiritualidade.

A Umbanda por se tratar de uma religião nova, que nasceu no mundo moderno e se desenvolve no mundo pós-moderno e contemporâneo é muito moderna, inovadora, aberta, evolucionista e inclusiva. A Umbanda nos oferece uma quantidade infinita e inesgotável de recursos. A incorporação e o passe mediúnico são apenas dois dos inesgotáveis recursos da religião. O fato é que subestimamos a Umbanda e muitos na primeira dificuldade procura uma outra religião ou o sacerdote de outra religião para lhe orientar e este vai lhe cuidar segundo fundamentos de outra religião. O correto era ter paciência e confiar em seus guias de Umbanda. Se aprofundar e buscar respostas no lugar onde mora a sua verdade. Descobrir que a Umbanda tem fundamentos e recursos que vão se abrindo e se apresentando de acordo com nossas necessidades. Ao longo de muitos anos vários recursos vão se abrindo dentro da religião, muitos mistérios se descortinam, mas primeiro é preciso aprender o básico.

O que é Umbanda?
Qual é a minha religião?
Quais seus fundamentos básicos?
Qual o por quê de cada gesto ritual, de sua liturgia?
Qual é a sua magia, por que tantos elementos?

Dentro da umbanda existe um ambiente mais interno de iniciações na força dos Orixás, existe uma apresentação formal de muitas linhas de trabalho (caboclos, pretos velhos... etc) que se apresentam a quem queira se aprofundar no conhecimento sacerdotal....

Por isso e muito mais estudamos Teologia de Umbanda Sagrada e Sacerdócio de Umbanda Sagrada....

Porque queremos mais, muito mais, da NOSSA RELIGIÃO, da religião de UMBANDA. Queremos muito mas muito mais mesmo que apenas ir ao terreiro uma vez por semana “fazer nossa obrigação” ou “fazer a caridade”. Tudo rotulado, bonitinho, mecanicamente autômato... estamos e continuamos comprando um pedaço do céu agora chamado Aruanda.

Muitos continuam católicos, no inconsciente, continuam espíritas, continuam com velhos paradigmas... e perdem a oportunidade de ir mais fundo na Umbanda, estão presos na margem, na superfície, no raso...

Vamos fundo na Umbanda, com a Umbanda e para a Umbanda...

EU SOU... UMBANDISTA... ALEXANDRE CUMINO