quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Objetos sagrados e fetiches - por Douglas Fersan


Objetos sagrados são diferentes de enfeites que apenas engrandecem a vaidade humana.
Ao entrar num terreiro de Umbanda, as pessoas que não conhecem a fundo a religião se deparam com uma série de coisas que lhes causam deslumbramento. Talvez a principal delas sejam as guias. Acontece então da pessoa decidir entrar para a gira de Umbanda. Imediatamente quer providenciar guias, pois carregam a ilusão de que quanto mais guias o médium carrega no pescoço, mais poderoso ele é. Mero engano, mera vaidade, mera futilidade, grande desconhecimento.
As guias são objetos sagrados, resultado do merecimento e da caminhada espiritual do médium dentro da estrada umbandista. Mas poucos atentam a isso. Rapidamente providenciam uma guia, geralmente a de sete linhas, comprada pronta numa loja de artigos religiosos, e a ostentam como se fosse um troféu espiritual. Logo ficam insatisfeitos, pois notam que outros médiuns (muitos com anos de experiência) carregam outras guias... providenciam mais e mais. Logo chega o momento em que se pescoço parece um cabide e já estão ficando até corcundas de carregar o peso de tantas guias. E que valor espiritual elas possuem? Nenhum, são meros fetiches.
As guias representam um elo entre os orixás/entidades com seus médiuns e para que tenham força energética e espiritual passam por todo um processo de feitio e consagração. Mas o vaidoso pouco se importa com isso (e não se importa também com os ensinamentos do dirigente e das entidades da casa) e sem perceber aos poucos vão se tornando apenas um ser fantasiado de umbandista, pois o verdadeiro médium não necessita dessa ostentação, necessita sim de seriedade com o elo estabelecido com a espiritualidade e isso dispensa qualquer fetiche.
Daí para esse pseudo-médium passar a mistificar (e acreditar na própria mistificação) é apenas uma questão de tempo, pois o seu compromisso não é com a espiritualidade, é com o seu ego. Seu objetivo não é praticar a caridade e evoluir, é tentar promover espetáculo. E ele se torna apenas um número dentro do terreiro: alguém que apenas está presente fisicamente, mas cuja espiritualidade está estagnada.
O bom médium muitas e muitas vezes nem necessita de uma guia para trabalhar verdadeiramente.
E atire a primeira conta de porcelana e cristal quem nunca presenciou uma situação semelhante.


Douglas Fersan





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domingo, 21 de fevereiro de 2016

A força da simplicidade - por Douglas Fersan



Não preciso de templos suntuosos, preciso do ar fresco, da chuva, do sol e do vento.
Não preciso de imagens de gesso, marfim ou mármore, preciso da real presença divina na minha vida.
Não preciso de dúzias de velas, preciso apenas manter acesa a chama.
Não preciso de líderes nem de seguidores, preciso ser ético.
Não preciso expor bons sentimentos, preciso possuí-los.
Não preciso de gritos de louvores, preciso que minha prece seja silenciosa e sincera.
Não preciso dar ou ouvir explicações, preciso ter a consciência tranquila e confiar naqueles que me rodeiam.
Não preciso de nada que não me seja essencial, não preciso de luxo, não preciso de rituais extravagantes. Basta minha fé.
E minha fé não precisa de holofotes, púlpitos ou altares. Ela precisa de simplicidade, pois é na simplicidade do ar fresco, da chuva, do sol, do vento, das ervas, da oração silenciosa e da sinceridade com que a exerço é que ganha força.
Minha fé dispensa riquezas, ela se faz forte naquilo que Deus proporciona a qualquer um dos seus filhos, desde o mais rico até ao mais simplório. A força da fé reside na simplicidade e ela está à disposição de qualquer um de nós, basta saber apanhar o que de tão rico e ao mesmo tempo tão simples paira no ar.

Douglas Fersan
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Um pedido fora do normal - Marcelo A. Santos Sansete




Um Pedido Fora do Normal!!!

Normalmente nós pedimos
pelos que sofrem,
pelos que choram,
pelos que passam fome,
oramos pelos doentes
e rogamos pelos infelizes.


Hoje vamos inverter
a ordem e vamos dizer:

Pai Oxalá,
não te suplicamos
pelos desesperados,
nós te pedimos
por aqueles que
promovem o desespero.

Não te rogamos
pelos que choram,
mas pelos infelizes
que são responsáveis
pelas lágrimas.

Não te rogamos ajuda
aos que passam fome,
mas pelos abastados
que são fomentadores
da miséria sócio-econômica.

Não pedimos
em favor dos enfermos,
mas nós intercedemos
pelos que jogam fora a saúde
e os que são impiedosos
para com os doentes.

Não estamos aqui
pedindo pelos perseguidos,
pelos caluniados,
mas estamos interferindo
pelos perseguidores,
pelos caluniadores,
pelos impiedosos.

Eles sim,
são verdadeiramente
os infelizes
por que perderam
o endereço de Zambi
e o contato com a consciência.

Apieda-te Pai Oxalá,
dos fomentadores
da discórdia
e consola os que
estão chorando
no teu regaço,
procurando a Tua paz,
e em Teu próprio
nome de Amor,
abençoa esta casa
e os que aqui habitam,
os que aqui buscam auxilio,
os que pretendem ir adiante,
os que se entregam
em regime de silêncio
e abnegação,
para que
nas suas vozes caladas,
possamos todos nós
ouvir a Tua voz,
ao invés
dos que fazem tumulto
para apagar
a mensagem da Tua palavra.

Pai Oxalá fica conosco
e dá-nos a Tua paz!

Que assim seja hoje e sempre com as sublimes vibrações do nosso
Amado Pai Oxalá!!!

Texto de Marcelo A. Santos Sansete

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Sete ervas, sete sentimentos - por Douglas Fersan


É muito comum, especialmente entre os espiritualistas, cultivar um vaso de sete ervas (espada de São Jorge, comigo-ninguém-pode, manjericão, alecrim, guiné, pimenta e arruda) a fim de obter proteção espiritual. O poder das ervas nesse campo é inegável, no entanto de nada adianta ter o seu vaso de sete ervas se você cultivar em seu espírito sete sentimentos e hábitos:
1. Rancor
2. Maledicência/mentira/fofoca
3. Inveja
4. Arrogância/falta de humildade/vaidade
5. Descrença/falta de fé
6. Maldade/falta de compaixão
7. Hipocricia/falsidade


Se cultivar esses sentimentos em sua alma, as ervas do seu vaso secarão - e não adiantará dizer que isso aconteceu porque alguém lhe desejou mal (ninguém pode nos fazer maior mal do que nós mesmos). Paralelo a isso corre o risco de secar a sua espiritualidade também. Cultive ervas, mas cultive também o que há de melhor em si.


Douglas Fersan
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terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Antes de entrar para a Umbanda...




Certas coisas deviam ser desnecessárias dizer, mas antes de entrar para a Umbanda, é preciso saber que:

1. O filho é quem procura o pai;

2. hierarquia existe (respeite);

3. respeito é a base da religião (se você não respeita a hierarquia, seus irmãos, seu templo e rituais, procure outra religião);

4. ninguém sabe de tudo (tenha humildade para aprender e generosidade para ensinar);

5. tradição não se muda (quando você entrou nessa casa, ela já tinha suas tradições, tenha respeito por elas e não tente interferir em seus rituais);

6. humildade não é humilhação (na verdade humildade é sinal de inteligência);

7. caridade não se cobra, mas se reconhece (quer pagar pelo bem que recebeu, seja grato);

8. você não é o centro do mundo (saiba ser discreto, ocupar seu devido lugar e só interferir naquilo que lhe compete - tenha paciência, com a sua humildade e respeito você será reconhecido e passará a desempenhar novos papéis dentro dos rituais).

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Malandragem na Umbanda é diferente de malandragem na vida.


Malandragem é linha de trabalho, Linha de Caridade, É Linha de Umbanda, não confundam com bandidagem. Hoje ando na Linha...
Sou Malandro, sou protegido por nosso Pai Glorioso Guerreiro São Jorge e pela energia de Ogum, com essa proteção levo a todos que me chamam a Segurança, a Paz e a Ordem...
Sou Jogador, mas não jogo com isso, pois sei que com proteção não se brinca! Na Navalha, no Carteado, no Chapéu, no Dado, na Cerveja, na Ficha, no Cigarro e até no Terço que carrego, tenho minha Magia e meus Mistérios, mas levo a malandragem a sério, como uma linha de trabalho e não um meio de levar vantagem sobre os outros. Proteção, Paz e Luz de nosso Senhor aos Filhos de Umbanda...
Salve a Malandragem!

Sr. Zé Pelintra.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Os dez mandamentos do trabalho espiritual: 10. Não usar os dons espirituais para obter vantagens pessoais.




10. Não abusar dos dons espirituais.

Manipuladas, as informações espirituais servem de álibis ou justificativas convincentes para os piores retrocessos. Usar o conhecimento esotérico para fins particulares tem consequências graves, pois ninguém profana impunemente o sagrado que pertence a todos.

Antídotos: Retidão e integridade.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Hierarquia também é fundamento - Douglas Fersan



É muito comum o iniciante de Umbanda empolgar-se com a religião. As velas coloridas, a roupa branca, a dança dos orixás e das entidades, o som dos atabaques, os pontos cantados... tudo isso contribui para que se crie uma aura de fascinação.


Porém o iniciante deve ser tratado como uma pedra bruta a ser lapidada até que se torne um diamante. Todo carinho e cuidado com ele são poucos.


Tão comum quanto a empolgação do iniciante é a sua possibilidade de colocar o carro na frente dos bois. O sujeito frequenta a Umbanda há apenas alguns meses, apenas sente a irradiação de seus orixás, sem incorporá-los de fato, e rapidamente já faz propaganda do "poder da sua mediunidade" e sai por aí dando atendimentos privados fora do terreiro, "à la carte", sem imaginar o risco que expõe a si e àqueles a quem presta atendimento. E quem nunca viu uma situação dessas que atire a primeira pemba.


Claro que procuramos entender que se trata de uma empolgação até mesmo no sentido de fazer o bem, mas não podemos negar que há aí também um (grande) ranço de vaidade, de mostrar que não a Umbanda ou as suas entidades, mas que a sua mediunidade o faz quase um super-herói.


Por isso é bom dizer novamente, que o neófito deve ser tratado como uma pedra bruta até que se torne um diamante. Caso contrário esse mesmo médium que um dia poderia se desenvolver se tornar um excelente trabalhador a serviço do bem, se tornará um médium vaidoso e rebelde, não respeitando a hierarquia do terreiro e nem mesmo os fundamentos da Umbanda, pois seu orgulho vai impedi-lo de entender que a hierarquia é necessária (o dirigente está lá por determinação do astral, e não por eleição ou aclamação) e que os fundamentos existem - para ele existirá apenas o que entender como correto, sem buscar explicações concretas para os fatos.


Um dia esse médium se rebelará contra seus irmãos-de-fé e, ainda que inconsciente, contra os próprios fundamentos da Umbanda, pois achará que ele, o super-médium é o único correto. E pior ainda, se afastará do caminho correto, arrumará um espaço que passará a chamar de "terreiro de Umbanda" e passará a atender os necessitados à sua maneira, mas por não conhecer os fundamentos mais básicos, acabará mais prejudicando do que ajudando. Aos outros e a si mesmo.


Douglas Fersan

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Os dez mandamentos do trabalho espiritual 09. Não se desconcentrar dos objetivos do trabalho.


9. Não se dispersar.
Estudar ou praticar demasiadas coisas ao mesmo tempo sem aprofundar-se em nenhuma delas leva a uma falsa sensação de saber. Nessa atitude, pode-se passar uma vida inteira andando em círculos, enquanto se faz passar por um sábio.

Antídoto: Concentração

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Os dez mandamentos do trabalho espiritual: 08. Não agir com demasiada rigidez.


8. Não agir com demasiada rigidez. 
Encantada com as novas informações que lhe ampliam a consciência, uma pessoa pode se tornar intolerante. Ela tem a tentação de impor a sua forma de pensar e os seus modelos de conduta aos demais. Limitando a sua capacidade de ver a partir de outras perspectivas, ela perde o acréscimo de consciência que havia conquistado.

Antídotos: Tolerância e relaxamento. 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Os dez mandamentos do trabalho espiritual: 07 - Não tomar medidas inconsequentes.


Os dez mandamentos do trabalho espiritual:


7. Não tomar medidas inconsequentes. O excesso de entusiasmo pode levar uma pessoa a romper com o seu círculo profissional e familiar sem necessidade. A metáfora do “salto no escuro” não deve servir de incentivo deslumbrado e irresponsável para que neófitos desestruturem as suas vidas.


Antídotos: Prudência e serenidade.

Os dez mandamentos do trabalho espiritual - 06: não se ache o messias da sua religião


6. Não se deixar levar por impulsos messiânicos.
 A vontade de salvar os demais é uma armadilha fatal. A sua tela de fundo é a vaidade e a insegurança. Essa ânsia desmedida obstrui os canais de conexão com o mestre interior e bloqueia o processo de autoconhecimento, além de interferir no direito ao “livre-arbítrio de cada um”.

Antídoto: Confiança na existência.