Objetos sagrados são diferentes de enfeites que apenas engrandecem a vaidade humana.
Ao entrar num terreiro de Umbanda, as pessoas que não conhecem a fundo a religião se deparam com uma série de coisas que lhes causam deslumbramento. Talvez a principal delas sejam as guias. Acontece então da pessoa decidir entrar para a gira de Umbanda. Imediatamente quer providenciar guias, pois carregam a ilusão de que quanto mais guias o médium carrega no pescoço, mais poderoso ele é. Mero engano, mera vaidade, mera futilidade, grande desconhecimento.
As guias são objetos sagrados, resultado do merecimento e da caminhada espiritual do médium dentro da estrada umbandista. Mas poucos atentam a isso. Rapidamente providenciam uma guia, geralmente a de sete linhas, comprada pronta numa loja de artigos religiosos, e a ostentam como se fosse um troféu espiritual. Logo ficam insatisfeitos, pois notam que outros médiuns (muitos com anos de experiência) carregam outras guias... providenciam mais e mais. Logo chega o momento em que se pescoço parece um cabide e já estão ficando até corcundas de carregar o peso de tantas guias. E que valor espiritual elas possuem? Nenhum, são meros fetiches.
As guias representam um elo entre os orixás/entidades com seus médiuns e para que tenham força energética e espiritual passam por todo um processo de feitio e consagração. Mas o vaidoso pouco se importa com isso (e não se importa também com os ensinamentos do dirigente e das entidades da casa) e sem perceber aos poucos vão se tornando apenas um ser fantasiado de umbandista, pois o verdadeiro médium não necessita dessa ostentação, necessita sim de seriedade com o elo estabelecido com a espiritualidade e isso dispensa qualquer fetiche.
Daí para esse pseudo-médium passar a mistificar (e acreditar na própria mistificação) é apenas uma questão de tempo, pois o seu compromisso não é com a espiritualidade, é com o seu ego. Seu objetivo não é praticar a caridade e evoluir, é tentar promover espetáculo. E ele se torna apenas um número dentro do terreiro: alguém que apenas está presente fisicamente, mas cuja espiritualidade está estagnada.
O bom médium muitas e muitas vezes nem necessita de uma guia para trabalhar verdadeiramente.
E atire a primeira conta de porcelana e cristal quem nunca presenciou uma situação semelhante.
Douglas Fersan
.'.
Ao entrar num terreiro de Umbanda, as pessoas que não conhecem a fundo a religião se deparam com uma série de coisas que lhes causam deslumbramento. Talvez a principal delas sejam as guias. Acontece então da pessoa decidir entrar para a gira de Umbanda. Imediatamente quer providenciar guias, pois carregam a ilusão de que quanto mais guias o médium carrega no pescoço, mais poderoso ele é. Mero engano, mera vaidade, mera futilidade, grande desconhecimento.
As guias são objetos sagrados, resultado do merecimento e da caminhada espiritual do médium dentro da estrada umbandista. Mas poucos atentam a isso. Rapidamente providenciam uma guia, geralmente a de sete linhas, comprada pronta numa loja de artigos religiosos, e a ostentam como se fosse um troféu espiritual. Logo ficam insatisfeitos, pois notam que outros médiuns (muitos com anos de experiência) carregam outras guias... providenciam mais e mais. Logo chega o momento em que se pescoço parece um cabide e já estão ficando até corcundas de carregar o peso de tantas guias. E que valor espiritual elas possuem? Nenhum, são meros fetiches.
As guias representam um elo entre os orixás/entidades com seus médiuns e para que tenham força energética e espiritual passam por todo um processo de feitio e consagração. Mas o vaidoso pouco se importa com isso (e não se importa também com os ensinamentos do dirigente e das entidades da casa) e sem perceber aos poucos vão se tornando apenas um ser fantasiado de umbandista, pois o verdadeiro médium não necessita dessa ostentação, necessita sim de seriedade com o elo estabelecido com a espiritualidade e isso dispensa qualquer fetiche.
Daí para esse pseudo-médium passar a mistificar (e acreditar na própria mistificação) é apenas uma questão de tempo, pois o seu compromisso não é com a espiritualidade, é com o seu ego. Seu objetivo não é praticar a caridade e evoluir, é tentar promover espetáculo. E ele se torna apenas um número dentro do terreiro: alguém que apenas está presente fisicamente, mas cuja espiritualidade está estagnada.
O bom médium muitas e muitas vezes nem necessita de uma guia para trabalhar verdadeiramente.
E atire a primeira conta de porcelana e cristal quem nunca presenciou uma situação semelhante.
Douglas Fersan
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