quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Umbandista de internet - por Douglas Fersan


Internet é terra de ninguém, isso é fato.

Posso escrever aqui o que eu quiser sem que se comprove a veracidade.  Qualquer um pode publicar os maiores absurdos em blogs, sites pessoas, facebook, sem que ninguém fiscalize e comprove se as informações ali contidas são fidedignas.  Essas informações podem se espalhar livremente (ou viralizar, como se diz em linguagem de internet) e muitos podem tomá-las como autênticas.  Alguns passam até a defender esses impropérios como verdades absolutas e questionáveis.

Quando se trata da nossa religião, a Umbanda, a situação fica ainda mais perigosa.
Muitos caem na ilusão de buscar informações via internet.  Em primeiro lugar se esquecem do que foi dito logo acima: que a internet é livre, é terra de ninguém e cada um publica nela o que bem entender, inclusive informações falsas.  Esquecem também que já que a Umbanda não possui uma "Bíblia" ou um código de conduta, cada casa possui suas particularidades.  Então, se você busca informações na internet, pode até encontrar algumas que sejam sérias e verdadeiras, mas que não se adaptam à liturgia da casa que você frequenta.

A situação fica pior quando a pessoa passa a buscar informações sobre a "sua" entidade na internet.  Experimentem encontrar a história do Exu Caveira, do baiano Zé do Coco ou de qualquer outra entidade.  Encontrarão pelo menos três histórias diferentes para cada uma delas (lembre-se que as entidades trabalham em falanges e cada uma delas que pertence a essa falange possui sua própria individualidade e história).

Só é possível piorar a situação se você tentar descobrir o ponto riscado da sua entidade via internet. Aí o caldo entorna de vez...   Pontos riscados, além de serem a assinatura das entidades, são os portais abertos por elas.  Aí você "estuda" (sim, entre aspas mesmo) pela internet e passa a reproduzir o ponto que viu em um site, mas esse site não é confiável e aquele ponto não corresponde à realidade.
Lascou...  você sabe para quem abriu um portal?
Nem eu. E prefiro não saber.  Deixe que a própria entidade risque seu ponto, jamais tente passar à frente dela para isso.

Esses foram apenas alguns exemplos dos perigos que se corre quando se fala em estudar a Umbanda pela internet.  Claro que não podemos descartar totalmente esse instrumento tecnológico, mas jamais o substitua pela experiência.

Então se você quer estudar a Umbanda, o faça  em seu terreiro.  Sente-se aos pés de alguma entidade e converse com ela.  Observe a forma de agir e trabalhar quando elas estiverem em terra.  Camboneie bastante (esse deveria ser o estágio obrigatório dessa faculdade chamada Umbanda), pergunte aos mais velhos e experientes.  Mas jamais pense que você sabe muito por ter pesquisado na internet, pois você ter perdido seu tempo e pior, pode estar reproduzindo rituais e comportamentos que não condizem com a realidade da nossa religião.

Douglas Fersan

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Sou eu ou a entidade que está falando?





“Sou eu ou a entidade que está falando?” Como se livrar da eterna dúvida?

Esta é talvez a dúvida mais comuns aos médiuns iniciantes. E se sua resposta fosse simples, não seria mais dúvida alguma. Na verdade, a interferência de médiuns no contexto da incorporação é muito comum no princípio do desenvolvimento e deve ser encarado como algo normal. Somente com o exercício, o médium diminui sua ansiedade e cede espaço para que a entidade se manifeste com liberdade e clareza. Durante este período o médium precisa de entrega absoluta esta experiência. Ignorar o julgamento alheio e recorrer sempre aos dirigentes do terreiro para ajustar o que for preciso.

Não há regras absolutas. Contudo, há alguns indicadores típicos de interferência dos médiuns seja na comunicação, seja na movimentação do corpo. O médium está comumente travado, restringindo a ação da entidade, quando:

A entidade incorporada não fala nada, mal se move nem sai do lugar;
O médium tropeça, se desequilibra ou cai com frequência no processo de aproximação;
O médium inicia o processo de incorporação mas ele se rompe “no meio do caminho”.
Por outro lado, são indicadores de animismo, de exacerbação da ação do espírito, quando:

A entidade grita muito, fala muito alto ou se movimenta exageradamente;
Quando há um excesso de tiques nervosos, sotaques ou ações incompreensíveis;
Quando o que ele diz não corresponde com a realidade ocorrida;
Quando o espírito manifesta opiniões que na verdade são do médium e não dele.

Este último caso é sempre uma questão delicada de se analisar. Contudo há uma dica que pode ajudar: A palavra de um espírito de luz possui um tipo de sabedoria claramente identificada em seu discurso, mas que dificilmente pode ser vista no discurso do encarnado. Eles não tomam partido em conflitos terrenos.
Guardam uma imparcialidade ímpar nestes conflitos, mesmo quando seus aparelhos estão envolvidos, pois reconhecem todos como filhos de Deus carentes de esclarecimento e auxílio nesta terra. Esteja atento a este tipo de sabedoria. Onde você encontrá-la, estará falando com um guia autêntico.

Fonte: https://www.facebook.com/MundodeAxe/?hc_ref=NEWSFEED&fref=nf

sábado, 17 de dezembro de 2016

A sereia e o marinheiro - Douglas Fersan



Dizem que o marinheiro navegava solitário pela imensidão do mar.
Já não tinha fé, esperança e nem mesmo desejo de voltar para a terra e para os seus. Estava desiludido com tudo, preferia a solidão do mar.
Certa noite, o marinheiro que já não acreditava em mais nada, estava na proa de seu barco olhando as estrelas e se lembrou que seu avô, um velho marinheiro também, contava que a Rainha do Mar não desamparava ninguém, sempre enviava alguém para consolar o coração daqueles que já haviam perdido a fé na vida e no amor. Foi quando o marinheiro ouviu um canto... um doce e belo, afinado como o mais perfeito dos instrumentos musicais. Procurou de onde vinha aquele canto até que viu uma bela sereia rodeando seu barco. Ele não teve dúvidas: lançou-se ao mar e beijou a linda sereia.
Todos contam que o barco voltou vazio ao cais. Mas poucos sabem que o marinheiro reencontrou sua felicidade com a sereia no fundo do mar.

Douglas Fersan

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Ossaim e Saci - Tema de estudo



Ossaim e saci (tema de estudo): antes de criticar leia até o fim.

Acredita-se que lenda do Saci Pererê date do fim do século XVIII. Durante a escravidão, as amas-secas e os caboclos-velhos assustavam as crianças com os relatos das travessuras deste ser encantado.
Em muitas regiões do Brasil, o Saci é considerado um menino brincalhão enquanto que em outros lugares ele é visto como uma entidade maligna. Normalmente é descrito como uma criança, um negrinho, de uma perna só, que fuma um cachimbo e usa na cabeça uma carapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos - como o de desaparecer e aparecer onde quiser. Ele adora fazer pequenas travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais dos currais, derramar sal nas cozinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos.
Segundo algumas lendas, existem três tipos de Sacis: o Pererê (menino negro), o Trique (moreno e brincalhão) e o Saçurá (de olhos vermelhos). Dizem também que ele também se transforma numa ave chamada Matiaperê, cujo assobio melancólico dificilmente se sabe de onde vem.
Diz a crença popular que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci e se alguém jogar no redemoinho um rosário de mato bento ou uma peneira, pode capturá-lo. Se conseguir sua carapuça, será recompensado com a realização de um desejo.
Alguém perseguido por ele, deve jogar cordas com nós, pois o Saci vai parar para desatar os nós; ou procurar um curso d´água, pois ele não atravessa córregos nem riachos.
Alguns afirmam que entre os índios Tupinambás, uma ave chamada Matintaperera, com o tempo, passou a se chamar Saci-pererê, e deixou de ser ave para se tornar um caboclinho negro de uma só perna que aparecia aos viajantes perdidos nas matas. Também, de acordo com a região, ele sofre algumas modificações: dizem que ele tem as mãos furadas no centro, e que sua maior diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos.
Há quem diga que o Caipora, famoso personagem das lendas brasileiras, é seu Pai.
Uma outra versão diz que o Saci foi iinspirado em Osain, o "Orixá das Folhas", que vive nas florestas e possui apenas uma perna.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Malditos sacerdotes!



MALDITOS SACERDOTES!!!

Se um Sacerdote cobra o serviço que faz é um vigarista,
Se ele não cobra, não sabe nada.
Se não ensina é um ignorante,
Se ensina, exige muito, demasiadamente.
Se pede uma contribuição aos membros do Templo é um “bon vivant”,
Se não pede, reclamam que no Templo nunca há nada.
Se as sessões são curtas, sua incorporação é débil ou está cansado,
Se as sessões são longas é um charlatão, só quer se mostrar.
Se não dá aulas descuida dos seus, quer todos ignorantes,
Se dá aulas, não assistem, não acompanham, reclamam que o nível é muito alto.
Se não faz uma visita, não liga para os seus,
Se o faz é porque quer se meter na vida dos outros.
Se diariamente os procura, não para de encher o saco,
Se não o faz, não “dá bola” para ninguém.
Se faz muitas cerimônias, rituais e reuniões é porque não tem vida social e não quer que ninguém tenha,
Se não faz, não está nem aí com a religião e com as pessoas.
Se tem personalidade e temperamento fortes é um arrogante exibido,
Se for ao contrário não se impõe, é um fraco!
Malditos Sacerdotes!!
Que nos escutam
Que nos dão atenção
Que nos consolam
Que nos recebem em suas casas
Que nos dão seu tempo
Que nos abrem suas portas
Que nos dão conselhos
Que nos dão consolo
Que toleram e perdoam nossos erros
Malditos Sacerdotes !!!!
(Awo Korede Odupawo)

sábado, 10 de dezembro de 2016

Exu Pimenta



EXU PIMENTA

O Exu Pimenta Viveu na Europa entre os anos de 1420 à 1480 mais ou menos, estabelecendo-se em Portugal, muito embora, acredito, não tenha nascido nesse país. Enriqueceu como comerciante, usando de seu raciocínio rápido e habilidades retóricas. Passou, assim, a fazer parte da nobreza, frequentando a corte, período em que constituiu carmas relativos ao uso desvirtuado do dinheiro e do poder adquiridos. Segundo ele: “Errei, penei, aprendi, compreendi, me transformei e venci. Hoje trabalho, sem reclamar, ajudando idiotas como aquele que eu fui”


Sr Pimenta é um Exú ligado, essencialmente, ao elemento fogo. Os outros Exús costumam chama-lo de “O Ardido”.

Essa ligação com a energia ígnea, dizem, associa-o ao Orixá Xangô, mas pessoalmente desconheço se essa afirmação é procedente. Um de seus parceiros inseparáveis é o Sr Exú Pinga Fogo, a quem atribui o destino daqueles trevosos vencidos que, orgulhosos, rejeitam suas ofertas de paz.

Também se associa aos demais Exús do fogo, como Sr Exú Brasa, Sr Exú Bara, entre outros.
Para realizar seu ofício de guardião, utiliza-se de armas diversas, a exemplo dos muitos e afiados punhais que carrega ocultos por trás de seu fraque bordô. Quando em demanda, apresenta-se acompanhado de enormes cães negros, nada amigáveis, semelhantes a rottweilers, mas de olhos vermelhos como o fogo.

Duas coisas irritam sobremaneira Sr Exú Pimenta: falta de respeito com os Exús e Pomba Giras por parte de nós encarnados e espíritos trevosos que utilizam o nome Exú para arriarem em terreiros.

Não gosta de brincadeiras e pode se tornar verbalmente muito agressivo se defrontado com algum tipo de desrespeito. Quanto aos falsos Exús, costuma ser implacável e demonstra prazer ao derrubá-los.

Não obstante essa personalidade forte, e suas alterações de humor a depender do teor dos trabalhos que realiza, Sr Pimenta é, de maneira geral, um espírito muito alegre e irreverente. Tanto que quando chega no Terreiro, através da incorporação, a primeira coisa que faz é, invariavelmente, abrir um longo sorriso.

Exu Pimenta: especializado na elaboração da química e dos filtros de amor. Dá o verdadeiro segredo do pó que transforma metais. É reconhecido quando incorpora por um forte cheiro de pimenta que exala no ar.

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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Salve Mamãe Oxum


Hoje, 08 de dezembro, é dia de Oxum. Deixamos aqui uma singela prece à orixá das águas doces, da prosperidade e do amor:

Oxum, dourada é tua luz, assim como é o outro que te pertence. Derrama a tua pureza cristalina, orixá das águas doces. Não permita que neblina alguma obscureça o meu desejo mais profundo, que é conseguir o amor mais verdadeiro, seguro, eterno e duradouro por toda a humanidade. Estás presente nas cachoeiras que são sagradas, portanto faz com que apague todo sentimento ruim que porventura brotar de mim. Não me deixei verter lágrimas por aqueles que desmerecem o amor, que não correspondem à verdadeira amizade e sentimento fraterno. Livrai-me, mãe, daqueles que se utilizam do teu nome e dos sagrados orixás para caluniar, difamar, intimidar e fazer mal uso do axé que carregam. Olhai por mim para que eu não seja mais um destes e caso um dia eu fraqueje, abre meus olhos com o brilho do teu ouro para que eu retorne ao caminho da retidão, ensinado por ti e pelos demais sagrados orixás.

Ora-yê-yê, Oxum.