quinta-feira, 24 de março de 2011

Entrevista com Alexandre Cumino na Revista Caminho Espiritual, edição 16





Alexandre Cumino, muito conhecido no movimento umbandista pelo seu valioso trabalho de divulgação e esclarecimento da Umbanda, fala, nesta entrevista exclusiva, sobre seu mais recente livro, História da Umbanda, publicado pela Editora Madras.

Alexandre, fale um pouco do curso de Ciências da Religião que você está prestes a terminar.


Alexandre Cumino – Neste semestre me formo na graduação de Bacharelado em Ciências da Religião, pela Faculdade Claretiano, que tem tradição de dez anos com este curso, como a primeira instituição a ministrá-lo no Brasil. A proposta é observar o fenômeno religioso e as religiões a partir das Ciências Humanas. Desta forma, durante três anos presenciais, tive a oportunidade de estudar junto de mestres e doutores das áreas de Sociologia da Religião, Antropologia da Religião, Psicologia da Religião, História da Religião, Filosofia da Religião e Fenomenologia da Religião, entre outras disciplinas mais específicas como Religiões Afroindígenas, Religiões Orientais, Mística das Religiões, Diálogo Interreligioso, Teologia Cristã I e II e etc.
O curso valoriza a capacidade de estudar religiões de forma disciplinar e transdisciplinar em busca de pontes no campo das religiões comparadas e das teologias comparadas também. Um dos focos é a busca por um olhar de respeito e alteridade para o “outro” religioso, na busca de compreender suas expressões de fé e religiosidade, sejam elas quais forem.

E seu mais recente livro – História da Umbanda –, como surgiu a ideia de abordar este tema?


Alexandre Cumino – Nunca houve a pretensão de escrever um livro com este título – História da Umbanda. Em 2008, meu amigo, irmão, mestre e pai espiritual Rubens Saraceni me pediu uma pesquisa sobre os primeiros autores da Umbanda. Ele já sabia que eu tinha um bom material produzido nas décadas de 1930, 40 e 50. O objetivo era preparar um capítulo para somar com outros autores, formando um livro voltado aos 100 anos de Umbanda. Quando terminei o material (o capítulo), o Rubens me falou: “Alê! Isto aqui é um livro, trabalhe nesta ideia, pois será muito importante para os umbandistas conhecer este material”. Eu não esperava esta reação, mas tinha consciência de que havia escrito muitas páginas, mais de 50. Minha resposta ao Rubens foi de que eu precisava estudar mais e pesquisar mais para dar corpo a um livro.


Passei meses relendo todos os primeiros autores de nossa religião, na busca pela colaboração que cada um havia dado por meio de sua obra e seu ineditismo. Juntei a este material uma pesquisa sobre a palavra “Umbanda” e sobre o que é “Umbanda”, no ponto de vista destes escritores; adicionei a transcrição das entrevistas de Zélio de Moraes com Lilia Ribeiro da TULEF (Fornecidas por Mãe Maria de Omulu) e fui à Editora Madras (www.madras.com.br) apresentar ao amigo e irmão Wagner Veneziani, que não tem medido esforços para divulgar nossa religião.


O Wagner, ao ver o material, me perguntou: “Isto é história?”. Afirmei que sim, ao que ele arrematou: “Então deve chamar: História da Umbanda”. Quase caí da cadeira, senti o peso da responsabilidade, o título até então era Trajetória de uma Religião. Respirei fundo e lhe disse: “Meu irmão, para tal preciso estudar mais, pesquisar mais e escrever mais”.


Lá fui eu juntar material escrito por sociólogos e antropólogos sobre a Umbanda e procurar compreender o que aconteceu com a religião em cada década, da sua origem, em 1908, até nossos dias. Identificando diferentes períodos no desenvolvimento da religião, como a primeira década de incubação na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, a primeira expansão a partir de 1918 ainda no Rio de Janeiro, o período de legalização jurídica dos templos, os primeiros textos de Umbanda, o reconhecimento da sociedade, federações, congressos e o “bum” (grande expansão) que aconteceu na década de 1970, bem como a depressão umbandista e seu esvaziamento na década de 1980, para chegarmos nos dias de hoje em que a Umbanda volta a crescer de forma lenta e com mais maturidade. O perfil do umbandista de hoje é bem diferente do perfil das décadas de 30, 50, 70 ou mesmo da década de 80. Temos um grande contingente de jovens na umbanda atual, o que faltava na década de 80, por exemplo...

Leia a entrevista completa (4 páginas!) na revista Caminho Espiritual 16, que está à venda nas bancas de todo o Brasil.
Se você preferir, adquira direto no site da revista (www.rcespiritismo.com.br) e receba em casa, pelo correio.

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