Uma das maiores maravilhas virtuais dos últimos tempos é sem dúvidas o orkut. Um programa que nos permite reencontrar antigos amigos, fazer novos, trocar informações em comunidades, enfim, o orkut aproximou as pessoas, derrubando ainda mais fronteiras, que já haviam começado a cair com a internet.
É possível também, através do orkut, obter informações sobre os mais variados assuntos, alguns muito úteis, outros completamente descartáveis e alguns até nocivos.
No caso da Umbanda, podemos encontrar uma variedade enorme de comunidades que se propõem a discuti-la (ao digitar a palavra “Umbanda” na janela de busca do orkut aparecem mais de mil comunidades). Mas até que ponto isso é saudável ou, indo um pouco mais fundo na questão, até que ponto as pessoas estão preparadas para discutir a Umbanda publicamente?
Sabemos que a Umbanda não é uma religião que realiza seus rituais às escondidas e nem todas suas práticas constituem, de um modo geral, grandes segredos, revelados somente aos iniciados. No entanto, parece que nem todos os umbandistas (ou que pelo menos se intitulam assim) têm a sensibilidade para perceber a existência da linha tênue que separa aquilo que pode ser tornado público daquilo que entendemos como fundamento e que, inclusive por uma questão de respeito litúrgico e até mesmo por segurança, deve permanecer não exatamente em segredo, mas restrito às práticas dentro dos terreiros ou templos.
Infelizmente tornou-se muito comum encontrarmos membros das comunidades umbandistas no orkut ditando “receitas” para as mais diversas situações. Banho para aflorar mediunidade, oferenda para seu Zé Pelintra (com o pitoresco detalhe de constar na mesma um maço de cigarros da marca Marlboro), orações para “amarrar” namorado (essa é a mais comum das pragas virtuais nessas comunidades), oferenda a Omolu, receitas de defumações e trabalhos para conseguir emprego são apenas alguns exemplos que é possível encontrar. Aqueles que publicam tais “receitas” sempre alegam estar imbuídos das melhores das intenções e querer apenas ajudar aqueles que necessitam. A questão, no entanto, não passa (somente) pelo debate quanto às intenções daqueles que tornam públicos tais fundamentos, ela concentra-se principalmente na conduta ética do umbandista que disponibiliza tais informações ao público, que sabe-se bem, em sua maioria é completamente leigo ou formado por neófitos que, empolgados pela beleza dos rituais da Umbanda ou mesmo instigados por situações de desespero, acabam tentando de tudo na busca de solução de seus problemas.
Certamente, se perguntarmos a uma entidade, ela dirá que cada caso é um caso e para cada um deles, um procedimento apropriado deverá ser tomado. Deixando de lado as boas intenções, podemos afirmar que é uma irresponsabilidade total distribuir receitas de banhos, defumações ou qualquer outro tipo de procedimento sem ter o devido e necessário conhecimento sobre o caso específico. Apesar de todos os benefícios e facilidades que a internet e o orkut propiciou, vimos surgir uma nova modalidade de desserviço à Umbanda: os chamados médiuns virtuais: pessoas sem o menor conhecimento sobre os fundamentos da Umbanda (ou sobre a responsabilidade que os envolve), desprovidas do bom senso necessário ao bom médium e até mesmo sem a devida vivência nos terreiros, junto às entidades. Esses médiuns, acreditando possuir o conhecimento ou simplesmente buscando alimentar o próprio ego (o que por si só já contradiz toda a filosofia umbandista), acabam por prejudicar – ainda que não intencionalmente – os desavisados e por fim prestam um grande serviço aos detratores da Umbanda que estão sempre de plantão, pois essa atitude só serve para denegrir a imagem da nossa religião. E basta um pequeno deslize de um desses médiuns virtuais para que toda a religião e seus seguidores sejam alvo das mais ferozes críticas.
É possível encontrar centenas de comunidades e fóruns sobre Umbanda na internet, porém é muito necessário utilizar um filtro ao acessar essas páginas, pois a quantidade de informações disponibilizadas é imensa, como é imenso também o despreparo da maioria das pessoas que se dispõem a externar suas opiniões nessas páginas.
Buscar conhecimentos sobre a Umbanda em livros e em páginas da internet não é uma atitude nociva – conhecimento nunca é demais, assim como o bom senso também – mas o verdadeiro aprendizado só acontece nos terreiros, junto às entidades, que não necessitam de vitaminas para alimentar seus egos, já que seu propósito e outro, e bem mais nobre.
Sarava a Umbanda.
Comunidades de Umbanda no orkut que valem a pena ser visitadas:
AMIGOS, UMBANDA E ESPIRITISMO:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=1171613
UMBANDA – REINO DE OXALÁ:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=35048
UMBANDA – REGISTROS HISTÓRICOS:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=39826753
MEDIUNIDADE NA UMBANDA:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=36389774
INICIANTES DE UMBANDA:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=17809106
ESPIRITISMO E UMBANDA:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=18555806
É possível também, através do orkut, obter informações sobre os mais variados assuntos, alguns muito úteis, outros completamente descartáveis e alguns até nocivos.
No caso da Umbanda, podemos encontrar uma variedade enorme de comunidades que se propõem a discuti-la (ao digitar a palavra “Umbanda” na janela de busca do orkut aparecem mais de mil comunidades). Mas até que ponto isso é saudável ou, indo um pouco mais fundo na questão, até que ponto as pessoas estão preparadas para discutir a Umbanda publicamente?
Sabemos que a Umbanda não é uma religião que realiza seus rituais às escondidas e nem todas suas práticas constituem, de um modo geral, grandes segredos, revelados somente aos iniciados. No entanto, parece que nem todos os umbandistas (ou que pelo menos se intitulam assim) têm a sensibilidade para perceber a existência da linha tênue que separa aquilo que pode ser tornado público daquilo que entendemos como fundamento e que, inclusive por uma questão de respeito litúrgico e até mesmo por segurança, deve permanecer não exatamente em segredo, mas restrito às práticas dentro dos terreiros ou templos.
Infelizmente tornou-se muito comum encontrarmos membros das comunidades umbandistas no orkut ditando “receitas” para as mais diversas situações. Banho para aflorar mediunidade, oferenda para seu Zé Pelintra (com o pitoresco detalhe de constar na mesma um maço de cigarros da marca Marlboro), orações para “amarrar” namorado (essa é a mais comum das pragas virtuais nessas comunidades), oferenda a Omolu, receitas de defumações e trabalhos para conseguir emprego são apenas alguns exemplos que é possível encontrar. Aqueles que publicam tais “receitas” sempre alegam estar imbuídos das melhores das intenções e querer apenas ajudar aqueles que necessitam. A questão, no entanto, não passa (somente) pelo debate quanto às intenções daqueles que tornam públicos tais fundamentos, ela concentra-se principalmente na conduta ética do umbandista que disponibiliza tais informações ao público, que sabe-se bem, em sua maioria é completamente leigo ou formado por neófitos que, empolgados pela beleza dos rituais da Umbanda ou mesmo instigados por situações de desespero, acabam tentando de tudo na busca de solução de seus problemas.
Certamente, se perguntarmos a uma entidade, ela dirá que cada caso é um caso e para cada um deles, um procedimento apropriado deverá ser tomado. Deixando de lado as boas intenções, podemos afirmar que é uma irresponsabilidade total distribuir receitas de banhos, defumações ou qualquer outro tipo de procedimento sem ter o devido e necessário conhecimento sobre o caso específico. Apesar de todos os benefícios e facilidades que a internet e o orkut propiciou, vimos surgir uma nova modalidade de desserviço à Umbanda: os chamados médiuns virtuais: pessoas sem o menor conhecimento sobre os fundamentos da Umbanda (ou sobre a responsabilidade que os envolve), desprovidas do bom senso necessário ao bom médium e até mesmo sem a devida vivência nos terreiros, junto às entidades. Esses médiuns, acreditando possuir o conhecimento ou simplesmente buscando alimentar o próprio ego (o que por si só já contradiz toda a filosofia umbandista), acabam por prejudicar – ainda que não intencionalmente – os desavisados e por fim prestam um grande serviço aos detratores da Umbanda que estão sempre de plantão, pois essa atitude só serve para denegrir a imagem da nossa religião. E basta um pequeno deslize de um desses médiuns virtuais para que toda a religião e seus seguidores sejam alvo das mais ferozes críticas.
É possível encontrar centenas de comunidades e fóruns sobre Umbanda na internet, porém é muito necessário utilizar um filtro ao acessar essas páginas, pois a quantidade de informações disponibilizadas é imensa, como é imenso também o despreparo da maioria das pessoas que se dispõem a externar suas opiniões nessas páginas.
Buscar conhecimentos sobre a Umbanda em livros e em páginas da internet não é uma atitude nociva – conhecimento nunca é demais, assim como o bom senso também – mas o verdadeiro aprendizado só acontece nos terreiros, junto às entidades, que não necessitam de vitaminas para alimentar seus egos, já que seu propósito e outro, e bem mais nobre.
Sarava a Umbanda.
Comunidades de Umbanda no orkut que valem a pena ser visitadas:
AMIGOS, UMBANDA E ESPIRITISMO:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=1171613
UMBANDA – REINO DE OXALÁ:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=35048
UMBANDA – REGISTROS HISTÓRICOS:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=39826753
MEDIUNIDADE NA UMBANDA:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=36389774
INICIANTES DE UMBANDA:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=17809106
ESPIRITISMO E UMBANDA:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=18555806
4 comentários:
Excelente texto, mano.
Você tem toda razão ao levantar essa lebre. O orkut abriu as portas para aventureiros que desconhecem a umbanda, aprendem um pouco sobre ela no mundo virtual e saem por aí falando daquilo que desconhecem. A umbanda não é segredo, mas também não deve ser escancarada forma irresponsável.
Axé.
O texto é realmente muito bom!
Acompanho a sua comunidade no orkut diariamente, apesar de nunca postar.
É interessante ver os debates entre os membros, até os mais fervorosos, de certa forma eles sempre contribuem para a minha descoberta e me orientam em relação a religião que me acolheu.
Você mencionou que buscar conhecimentos através de livros não é uma atividade "nociva", assim sendo, se você pudesse recomendar algum livro, ficaria extremamente grata!
Love, pode me enviar um email (douglasfersan@uol.com.br)?
Posso te indicar alguma coisa sim.
Abraços.
Estou "atrasada" para postar, mas sempre há tempo,,,
É claro que vemos muita irresponsabilidade, leviandade e absurdos sendo ditos com tons de ensinamento e caridade em nome da umbanda, porém, é preciso ressaltar as palavras precisas, desmitificadoras e muitas vezes acalentadoras que vejo a cada dia.
Falar aberta e livremente sobre a umbanda, o candomblé e outras religies espiritualistas é recente. E de forma publica então...
Penso que há, inclusive, um papel político importante na presença de comunidades orkutianas, blogs e sites.
Claro que há aqueles que acreditam em 100 anos, o que não é o meu caso... Mas, certamente, há bem menos do que isso no que diz respeito à liberdade para divulgar e falar sobre a mesma.
Acho que devemos ter prudência, vigilância,mas também ocupação dos espaços!
Tenho fé que o tempo, ainda que tardio, tornará mais nitida e clara a separação do mediuns de internet dos de terreiro, dos formados por livros de "codificação" dos de terra batida...
Que venham novos tempos e que o caminho seja de luz!
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