sexta-feira, 8 de julho de 2016
Jogos olímpicos? Estamos fora. - Douglas Fersan
As religiões de matriz afro (Umbanda e Candomblé) ficaram fora das cerimônias de abertura das olimpíadas no Rio de Janeiro. Nota zero para a democracia brasileira, nota dez para a intolerância religiosa. O Estado laico nada mais é do que uma utopia distante. Como falar em Estado laico num país que possui um grupo de parlamentares que se auto-intitula "bancada evangélica"?
Como pensar em democracia num país onde pobres pagam impostos sobre quesitos mais básicos, como a alimentação, e templos suntuosos estão isentos de tributação?
Como falar em Estado de direito num país onde o poder paralelo desafia claramente o poder constituído e as leis "não pegam"?
Difícil pensar em democracia num país em que negros, pobres, mulheres e homossexuais precisam de leis específicas que os protejam do ódio de grupos extremistas?
Muito difícil entender uma nação que não prioriza a educação e deixa seus jovens entregues à própria sorte, à criminalidade, às drogas e ao aliciamento dos donos do poder paralelo.
Rezemos pelo nosso país. Não só pelo fato de nossa crença não estar representada na abertura oficial dos jogos. Isso não abala nossa fé e não nos diminui em nada. Mas rezemos pela mentalidade daqueles que acham todas essas coisas normais, pois o que é normal demais acaba se tornando doentio.
Douglas Fersan
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