segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Salve Oxóssi, o rei de Ketu - por Douglas Fersan


   O orixá oxóssi (Òsòóxi, originalmente) é o deus da caça, senhor e guardião das florestas e dos seres vegetais e animais que a habitam. É também um orixá ligado à fartura (elemento presente nas florestas) e à riqueza.  Oxóssi é um dos orixás mais populares no Brasil, sendo muito cultuado também em Cuba (rituais de Santeria) e outros países da América que utilizaram a mão-de-obra escrava negra, em especial a Iorubá.  Entretanto, seu culto na África praticamente desapareceu, em virtude da destruição da província de Ketu (da qual Oxóssi era um rei lendário) no século XVIII.  Os habitantes de Ketu se tornaram escravos no Brasil e nas Antilhas (fato que explica o desaparecimento do culto na África e seu surgimento nesses lugares).  Assim, como uma fênix, Ketu ressurgiu, não como Estado político, mas como nação espiritual, através do culto que seus descendentes praticavam e praticam a Oxóssi.

   O título de caçador consistia uma grande honraria, já que a ele cabia escolher o local adequado para instalar a aldeia, garantindo que nada faltasse a seus habitantes (isso também explica o fato de Oxóssi estar liga à fartura).  O caçador era o primeiro habitante do local e se tornava uma autoridade sobre os demais, sendo chamado de "Oni Aráaiyé", o senhor da humanidade, aquele que garantia a riqueza e a fartura para o seu povo.

   Nos cultos de Umbanda é sincretizado com São Sebastião, o mártir cristão que foi executado com flechas por determinação de Diocleciano, o imperador romano, por volta de 286.  A relação das flechas que executaram São Sebastião e as usadas pelo caçador contribuíram para o sincretismo entre o santo católico e o orixá, considerado também o patrono da linha dos caboclos na Umbanda.

Douglas Fersan
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