quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O orixá e suas escolhas pessoais - por Douglas Fersan


Surra de orixá. Quem nunca ouviu essa expressão no meio umbandista ou candomblecista?  O filho-de-fé, por algum motivo desrespeita as normas ou os preceitos da religião e, consequentemente é castigado pelo orixá, que passa a prejudicar a sua vida das mais diversas formas. Doenças, problemas familiares, financeiros, etc.  Será?

Aliás, se assim for, será que a Umbanda é uma religião que vale a pena ser seguida, já que um vacilo quanto aos seus fundamentos torna-se motivo de castigos cruéis praticados justamente por aqueles que justamente nos amam e protegem?

Se partirmos desse sofisma percebemos que algo está errado.

Se há uma coisa à qual ciência e religião concordam é que para cada ação existe uma reação.  Em outras palavras, somos responsáveis pelos nossos atos. Levar uma vida desregrada e, consequentemente envolver-se com energias inferiores, certamente nos afastará das possibilidades que os orixás têm de nos proteger. Ou seja, nós nos afastamos dos orixás, o que é bem diferente de ser castigado por eles.

Quantas e quantas vezes cometemos excessos em relação à alimentação (isso sem falar em bebida e fumo). Certamente o organismo vai reagir a isso.  Será o orixá nos castigando ou será a consequência de nossas atitudes impensadas.

Isso tudo sem contar que viver em sociedade nos coloca sob a influência direta de tudo que nela acontece. Se o país passar por uma crise econômica, por exemplo, todos correm o risco de ficar desempregados. E isso é culpa do orixá? Ou uma surra dele?

O fato é que se conseguimos, mesmo diante das adversidades, manter a fé e cumprir nossos compromissos assumidos com os orixás, eles terão mais força para nos amparar e proteger. Problemas todos enfrentam, não há que passe por esse planeta de expiação sem sofrer um contratempo.

O orixá está sempre conosco, respeitando nossas decisões e agindo conforme a nossa permissão, pois se tivermos atitudes não condizentes com a fé que professamos, não estaremos permitindo a eles que interfiram de forma positiva em nossas vidas.

Portanto não culpe o orixá pelas suas decisões.  Ele o respeita e nã deixa acompanhá-lo.

Douglas Fersan
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