terça-feira, 30 de dezembro de 2014
Umbanda não tem plateia - por Douglas Fersan
A espiritualidade prima pela simplicidade, começando pela forma como se apresenta. Seres de luz, emanando energia positiva e vibrando o bem, não precisam de plateia. Não precisar dar espetáculos, não precisam de títulos, não fazem questão de nada disso.
A Umbanda é território desses espíritos, que já atingiram um grau de elevação invejável, mas não se apresentam com nomes de doutores ou poetas famosos. Não precisam disso. No lugar de se apresentar como famosos notáveis, contentam-se em se nomear com o nome da falange na qual trabalham (por isso existem vários caboclos Sete Flechas, vários pretos velhos Pai João Benedito e assim por diante). O grau de pureza lhes permite um desapego total de títulos, então dispensam os nomes famosos que poderiam se apresentar para dizer "sou o pai João". Isso lhes basta. Fazer a caridade lhes basta. Há quem diga que o mesmo espírito que se apresenta como um doutor em religiões que não o aceitariam sem um título, humildemente se apresentam como caboclo ou preto velho na Umbanda.
É importante que todo umbandista compreenda isso, pois seu corpo é um templo de Umbanda e é dentro de sua lei que devemos trabalhar.
Desconfie daquele médium que adora pirotecnia. Que se auto-mutila, que dá shows e cujas entidades já se apresentam exigindo títulos. Fuja de médiuns e terreiros que tratam a assistência como plateia, a Umbanda não tem plateia, a Umbanda tem pessoas que a procuram para solucionar os problemas do corpo e da alma, ou simplesmente para ouvir uma palavra de sabedoria, não de soberba. Umbanda combina com humildade, não com espetáculos circenses. Chão de Umbanda é solo sagrado, não é picadeiro, médium é instrumento dos orixás e entidades, não ator e as entidades não têm tempo ou disposição para disputar cargos ou se auto-proclamar acima das outras. As entidades de Umbanda respeitam umas às outras. Notou que está diferente disso? Fuja desse médium e desse lugar e procure um terreiro de Umbanda... de verdade.
Douglas Fersan
.'.
Curta a página Lar de Preto Velho no Facebook.
Prece ao Anjo da Guarda - por Douglas Fersan
Prece para pedir proteção ao anjo da guarda:
Meu anjo guaridão, tu que fostes designado por Deus Pai para ser meu protetor, tu que recebeste o fardo de me amparar e livrar-me do perigo, receba agora minha gratidão.
Meu anjo querido, espírito de luz, cujas expiações já cessaram e hoje trabalha por pura caridade, não deixei que eu desvie do caminho da retidão, da honestidade e da honra. Guia meus passos e se não puder me livrar dos espinhos, com os quais tenho que aprender, me dê forças para suportá-los com dignidade.
Meu anjo amigo, cuida da minha saúde física, mental e espiritual. Desvia-me dos perigos rotineiros, dos pensamentos tentadores e perturbadores e livra-me dos ataques sombrios das trevas. Seja a luz em meu caminho, anjo iluminado.
Meu anjo de luz, não peço apenas proteção, peço também forças para carregar a cruz que me for destinada, peço sabedoria para fazer as escolhas certas e conto com tua mão divina a me guiar os passos. Ajudai-me a também irradiar luz, a ser melhor a cada dia, a servir de exemplo para aqueles que andam perdidos. Mais que meu anjo, seja também meu guia.
Meu anjo guerreiro, receba essa prece humilde, mas feita com a mais profunda chama da fé, como forma de manifestar minha gratidão. Rogo a ti, anjo amado, forças para me proteger, e rogo a Deus Pai forças para ti, na difícil tarefa que escolhestes de amparar esse filho ainda tão imaturo diante das tentações e dos perigos da vida.
Que assim seja.
Douglas Fersan
.'.
Curta a página Lar de Preto Velho no Facebook.
domingo, 28 de dezembro de 2014
Ser médium...
Ser médium é… ter um dia daqueles e ainda ter força para vestir branco e trabalhar…
É escutar um conselho dirigido a uma pessoa, mas entender que ele também é pra você…
É saber pisar devagar para não se machucar…
Ser médium é se aventurar em matas, praças e cemitérios para realizar tarefas pouco usuais…
É entender que é apenas um instrumento da fé de quem o procura;
É dormir na esteira no inverno para louvar o Orixá…..
É ser confundido com um médico só por estar todo de branco…
Ser médium é ver coisas que até Deus duvida…
É carregar guias e mais guias no pescoço…
É entender que elas não te fazem melhor ou pior…
É superar as pegadinhas do universo e chegar ao centro no horário combinado;
Ser médium é explicar, de uma vez por todas, que macumba é um instrumento musical…
É dar conselhos inimagináveis a um amigo sem perceber…
É entrar e sair imediatamente de um lugar suspeito, mesmo sem ter explicação…
É acordar de madrugada para fazer anotações sobre sonhos…
Ser médium é ter de esquecer os problemas pessoais na marra para poder auxiliar quem tem complicações ainda maiores, por mais improvável que isso possa parecer.
É entender que todo dia é um recomeço…
Ser médium é saber silenciar e escutar uma voz que, de longe, insiste em dizer:
“VAI DAR TUDO CERTO. EU ESTOU COM VOCÊ”.
Fonte:Velas Tupinambá
É escutar um conselho dirigido a uma pessoa, mas entender que ele também é pra você…
É saber pisar devagar para não se machucar…
Ser médium é se aventurar em matas, praças e cemitérios para realizar tarefas pouco usuais…
É entender que é apenas um instrumento da fé de quem o procura;
É dormir na esteira no inverno para louvar o Orixá…..
É ser confundido com um médico só por estar todo de branco…
Ser médium é ver coisas que até Deus duvida…
É carregar guias e mais guias no pescoço…
É entender que elas não te fazem melhor ou pior…
É superar as pegadinhas do universo e chegar ao centro no horário combinado;
Ser médium é explicar, de uma vez por todas, que macumba é um instrumento musical…
É dar conselhos inimagináveis a um amigo sem perceber…
É entrar e sair imediatamente de um lugar suspeito, mesmo sem ter explicação…
É acordar de madrugada para fazer anotações sobre sonhos…
Ser médium é ter de esquecer os problemas pessoais na marra para poder auxiliar quem tem complicações ainda maiores, por mais improvável que isso possa parecer.
É entender que todo dia é um recomeço…
Ser médium é saber silenciar e escutar uma voz que, de longe, insiste em dizer:
“VAI DAR TUDO CERTO. EU ESTOU COM VOCÊ”.
Fonte:Velas Tupinambá
Oração do amigo - por Douglas Fersan
Oração do Amigo (compartilhe):
Amigo que estás sempre ao meu lado,
santificado seja o vosso abraço,
venha a nós o vosso sorriso,
seja reconhecida a tua amizade
assim nos momentos tristes quanto felizes.
As alegrias de de cada dia nos dai hoje
perdoai minha falha se não souber retribuir
assim como perdoo quando não me entendes
e não nos deixeis cair em desentendimento
mas livrai-nos da solidão,
assim seja.
Douglas Fersan
.'.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
E Dandara dos Palmares, você conhece? - por Jarid Arraes
Por Jarid Arraes
Novembro é oficialmente o Mês da Consciência Negra no Brasil. Apesar de ser importante e necessária, especialmente por se tratar de um país que teve séculos de escravidão de pessoas negras, essa data ainda é bastante incômoda para uma parcela da população. Mesmo assim, o mês de novembro mobiliza o movimento negro e desperta um interesse temporário nas escolas, instituições e noticiários, que costumam abordar o tema do racismo superficialmente no período próximo ao dia 20.
Aqueles que falam dessa data muitas vezes se recordam de Zumbi dos Palmares, que é o grande ícone da luta contra o racismo por sua resistência contra a escravidão. Mesmo na escola, muitos ouvimos falar de Zumbi e aprendemos que ele foi líder do Quilombo de Palmares, onde negras e negros que fugiam da escravidão podiam encontrar refúgio e organização política. No entanto, pouquíssimos sabem de quem se tratava Dandara dos Palmares, uma figura tão importante quanto Zumbi.
Dandara foi esposa de Zumbi e, como ele, também lutou com armas pela libertação total das negras e negros no Brasil; liderava mulheres e homens, também tinha objetivos que iam às raízes do problema e, sobretudo, não se encaixava nos padrões de gênero que ainda hoje são impostos às mulheres. E é precisamente pela marca do machismo que Dandara não é reconhecida ou sequer estudada nas escolas. Lamentavelmente, nem mesmo os movimentos negro e feminista mencionam Dandara com a frequência que deveriam. De um lado, o machismo, que embora conte com o trabalho árduo das mulheres negras, não lhes oferece posição de destaque e voz de decisão. Do outro, o racismo, que só tem memória para mulheres brancas.
Nós, mulheres negras, crescemos sem nos encontrarmos nos livros de história, poesia, literatura ou sociologia. O machismo racista da sociedade parece nos dizer que não temos o direito de encontrar representatividade e inspiração para rompermos as amarras da discriminação institucional. Muitas sabemos de Dandara e outras mulheres negras importantes somente devido a nossas próprias pesquisas solitárias, ávidas por descobrir. E, infelizmente, somos nós as mesmas pessoas que lutam para que essas mulheres não sejam apagadas da história.
Alguns pesquisadores, como o professor Kleber Henrique, que escreveu este belíssimo texto sobre Dandara, evidenciam o papel dessa grande líder e falam de sua sede por liberdade. Mas salientam que até hoje não se tem conhecimento de como era o seu rosto ou de onde veio. Se Dandara fosse uma mulher negra contemporânea, provavelmente seria mal vista por todos que se negam a enxergar o racismo. Dandara não queria acordos pela metade e nem se vendia em troca de libertação parcial. Morreu como a heroína que foi em vida e, graças à sua luta, hoje temos força para continuar a batalha contra o racismo brasileiro.
Portanto, me recuso a aceitar que Dandara seja figura esquecida ou que continue sendo lembrada sob a sombra masculina de Zumbi. A mulher negra quer e conquista seu espaço, pois tem força, inteligência e capacidade para romper com paradigmas machistas e racistas. O mês da Consciência Negra precisa ser cada vez mais o mês de Dandara dos Palmares, da autonomia absoluta da mulher negra e da completa liberdade feminina, que protagoniza as trincheiras da resistência contra a discriminação por cor e gênero. Dandara vive.
Novembro é oficialmente o Mês da Consciência Negra no Brasil. Apesar de ser importante e necessária, especialmente por se tratar de um país que teve séculos de escravidão de pessoas negras, essa data ainda é bastante incômoda para uma parcela da população. Mesmo assim, o mês de novembro mobiliza o movimento negro e desperta um interesse temporário nas escolas, instituições e noticiários, que costumam abordar o tema do racismo superficialmente no período próximo ao dia 20.
Aqueles que falam dessa data muitas vezes se recordam de Zumbi dos Palmares, que é o grande ícone da luta contra o racismo por sua resistência contra a escravidão. Mesmo na escola, muitos ouvimos falar de Zumbi e aprendemos que ele foi líder do Quilombo de Palmares, onde negras e negros que fugiam da escravidão podiam encontrar refúgio e organização política. No entanto, pouquíssimos sabem de quem se tratava Dandara dos Palmares, uma figura tão importante quanto Zumbi.
Dandara foi esposa de Zumbi e, como ele, também lutou com armas pela libertação total das negras e negros no Brasil; liderava mulheres e homens, também tinha objetivos que iam às raízes do problema e, sobretudo, não se encaixava nos padrões de gênero que ainda hoje são impostos às mulheres. E é precisamente pela marca do machismo que Dandara não é reconhecida ou sequer estudada nas escolas. Lamentavelmente, nem mesmo os movimentos negro e feminista mencionam Dandara com a frequência que deveriam. De um lado, o machismo, que embora conte com o trabalho árduo das mulheres negras, não lhes oferece posição de destaque e voz de decisão. Do outro, o racismo, que só tem memória para mulheres brancas.
Nós, mulheres negras, crescemos sem nos encontrarmos nos livros de história, poesia, literatura ou sociologia. O machismo racista da sociedade parece nos dizer que não temos o direito de encontrar representatividade e inspiração para rompermos as amarras da discriminação institucional. Muitas sabemos de Dandara e outras mulheres negras importantes somente devido a nossas próprias pesquisas solitárias, ávidas por descobrir. E, infelizmente, somos nós as mesmas pessoas que lutam para que essas mulheres não sejam apagadas da história.
Alguns pesquisadores, como o professor Kleber Henrique, que escreveu este belíssimo texto sobre Dandara, evidenciam o papel dessa grande líder e falam de sua sede por liberdade. Mas salientam que até hoje não se tem conhecimento de como era o seu rosto ou de onde veio. Se Dandara fosse uma mulher negra contemporânea, provavelmente seria mal vista por todos que se negam a enxergar o racismo. Dandara não queria acordos pela metade e nem se vendia em troca de libertação parcial. Morreu como a heroína que foi em vida e, graças à sua luta, hoje temos força para continuar a batalha contra o racismo brasileiro.
Portanto, me recuso a aceitar que Dandara seja figura esquecida ou que continue sendo lembrada sob a sombra masculina de Zumbi. A mulher negra quer e conquista seu espaço, pois tem força, inteligência e capacidade para romper com paradigmas machistas e racistas. O mês da Consciência Negra precisa ser cada vez mais o mês de Dandara dos Palmares, da autonomia absoluta da mulher negra e da completa liberdade feminina, que protagoniza as trincheiras da resistência contra a discriminação por cor e gênero. Dandara vive.
domingo, 21 de dezembro de 2014
A Umbanda é paz e amor - por Luís Felipe Ferreira Stevanim
Apesar de pregar a paz e o amor (como na letra de seu hino, que diz que “A Umbanda é paz e amor/ É um mundo cheio de luz”), a religião sempre foi perseguida e marginalizada na sociedade brasileira. Pais e filhos de santos foram presos, terreiros invadidos, imagens depredadas. Tratam-se de ondas de perseguições que acompanham a prática religiosa desde suas origens.
A umbanda não é e nem pode ser religião do preconceito, da intolerância e do ódio. É religião da diversidade, do respeito e do amor. Essa é a hora do “povo de santo” dar resposta aos versos daquela cantiga de Preto-velho que dizem: “Eu quero ver, vovô, eu quero ver/ Eu quero ver se filho de pemba tem querer.” E esse querer só pode ser o respeito e a tolerância.
Luiz Felipe Ferreira Stevanim, Jornalista e umbandista.
sábado, 20 de dezembro de 2014
Faça o bem, primeiro estando bem - por Douglas Fersan
A base da Umbanda é a prática da caridade e não é possível fazê-la sem estar em sintonia com o Bem Maior. Ao médium de Umbanda cabe a tarefa de observar constantemente seus atos e pensamentos a fim de criar vínculos positivos, que possibilitem a realização da sua tarefa. Sem a reforma íntima e o compromisso de tentar ser melhor a cada dia, tornam-se vãs as horas passadas dentro de um templo espiritualista, pois não se pode fazer o bem sem que ele habite em seu interior.
Douglas Fersan
.'.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
A vaidade e o médium - Autor desconhecido
História de autor desconhecido:
Dizem que um homem começou a trabalhar na Umbanda. Rapidamente desenvolveu sua mediunidade e passou a receber um preto velho que ajudava muitas pessoas. Empolgado com a religião e com "seus" guias, sempre que via alguém em aflição, dizia:
_Vá ao meu terreiro, lá NÓS vamos te ajudar.
Passado um tempo, a vaidade foi tomando conta desse médium, que ao encontrar alguém necessitado, passou a dizer:
_Vá ao meu terreiro, MEU preto velho irá te ajudar.
Pouco tempo depois, já dizia:
_Vá ao meu terreiro, EU vou te ajudar.
Aí já era ele quem teria que ajudar mesmo, pois diante de sua vaidade exacerbada, os mentores, inclusive o preto velho, humildes como são, já tinham se afastado dele há muito tempo.
sábado, 13 de dezembro de 2014
Obrigado 2014, que venha 2015 - por Douglas Fersan
Mais um ano chegando ao fim e mais desafios vencidos. Enfrentamos desafios - como acontece com toda casa de orixá, alguns torceram contra nossa fé e pelo nossa fracasso. Mas como já foi dito, a casa é de orixá. Crescemos em qualidade e quantidade. Hoje somos mais e mais fortes e Oxalá nos premiou concedendo-nos um novo lugar, imensamente maior e melhor para trabalhar e atender aos que nos procuram e também para dar mais conforto aos trabalhadores da casa. Começaremos 2015 com força total, pois assim como aconteceu em 2014, não nos faltará a proteção de Exu, a misericórdia de Xangô, a bravura de Ogum, o amor de Oxum, a doçura de Iemanjá, a astúcia de Oxóssi, o bom senso de Nanã, a força de Omolu e a fé em Oxalá. Por mais que tentem nos parar, nossos orixás sussurram em nossos ouvidos que a batalha é árdua, mas a vitória é certa. O Lar De Preto Velho está pronto para mais um ciclo de realizações, a fim de que cada filho da casa cresça moral e espiritualmente e tenha forças para auxiliar aqueles que nos procuram.
Salve os pretos velhos e todas as entidades e orixás que não nos abandonaram em 2014.
Douglas Fersan
.'.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Oração a Oxum - por Douglas Fersan
Hoje, 08 de dezembro, é dia de Oxum. Deixamos aqui uma singela prece à orixá das águas doces, da prosperidade e do amor:
Oxum, dourada é tua luz, assim como é o outro que te pertence. Derrama a tua pureza cristalina, orixá das águas doces. Não permita que neblina alguma obscureça o meu desejo mais profundo, que é conseguir o amor mais verdadeiro, seguro, eterno e duradouro por toda a humanidade. Estás presente nas cachoeiras que são sagradas, portanto faz com que apague todo sentimento ruim que porventura brotar de mim. Não me deixei verter lágrimas por aqueles que desmerecem o amor, que não correspondem à verdadeira amizade e sentimento fraterno. Livrai-me, mãe, daqueles que se utilizam do teu nome e dos sagrados orixás para caluniar, difamar, intimidar e fazer mal uso do axé que carregam. Olhai por mim para que eu não seja mais um destes e caso um dia eu fraqueje, abre meus olhos com o brilho do teu ouro para que eu retorne ao caminho da retidão, ensinado por ti e pelos demais sagrados orixás.
Ora-yê-yê, Oxum.
Douglas Fersan
.'.
Assinar:
Postagens (Atom)