terça-feira, 15 de julho de 2014

Axé sem lixo - por Douglas Fersan


Louvar a natureza é louvar a Deus, criador de tudo e de todos.
A Umbanda é uma religião que tem como premissa o respeito a todas as criaturas e criações de Deus, desde a mais simples forma de vida, a mais modesta paisagem, até os seres mais complexos que juntos compõem a totalidade da criação: o Universo.

Louvar a Deus é respeitar tudo que por Ele foi criado. Como podemos nós, umbandistas, louvar a Deus sem respeitar a Sua criação?

Não raramente encontramos cachoeiras, matas, pedreiras, praias, encruzilhadas, estradas e demais pontos de força dos nossos divinos orixás emporcalhados por aquilo que chamam de "entregas".  Sabemos que entregas fazem parte do ritual umbandista. Quantas vezes não somos orientados a oferecer flores na cachoeira para Oxum? Ou jogar rosas no mar para Iemanjá?

Porém não faz o menor sentido deixar garrafas, embalagens de plástico e todo tipo de material não degradável em pontos da natureza, em pontos de força dos orixás. Ficaria o pai Oxóssi contente com uma oferta que polui as suas matas?  Iemanjá sorriria ao ver seus filhos, de branco, jogando garrafas no mar?

A fé não pode ser irracional e pensar não dói. Basta pensar um pouco: se queremos o direito de louvar aos nossos orixás em seus pontos de força, é necessário, antes de mais nada, preservar esses locais.  Se nós mesmos os destruirmos, como vamos futuramente garantir a perpetuação do nosso culto?

Uma entrega feita com amor não precisa emporcalhar um ambiente. O orixá não necessita de garrafas, embalagens plásticas, restos de parafina e nem de nada que possa causar desagrado ou até mesmo acidentes aos que por ali transitam. Muitas vezes as entregas mais simples e ecologicamente corretas são as mais bonitas e eficazes.

Há um outro fator em que se pensar: não é segredo para ninguém que existem pessoas que não medem esforços para denegrir a imagem da nossa religião. Ao depositar determinados tipos de materiais numa via pública ou mesmo num ponto da natureza, estamos depositando também argumentos na língua daqueles que não hesitarão em denegrir a imagem da Umbanda e dos umbandistas.

Portanto, respeitar as ruas, os pontos de força e a natureza equivale a respeitar a Deus também. Equivale a respeitar os orixás e a Umbanda, equivale a dar-se o respeito para mais tarde não reclamar que lhe faltaram com ele.

Douglas Fersan
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